Ted Bundy A Confissão Final crítica do filme da Netflix 2021

Foto: Netflix / Divulgação

‘Ted Bundy: A Confissão Final’ vale pela curiosidade sobre o serial killer

Wilson Spiler

Theodore Robert Bundy, ou simplesmente Ted Bundy, é um dos serial killers mais conhecidos de todos os tempos, e que já rendeu diversas obras cinematográficas e literárias ao longo dos tempos. O assassino em série foi condenado à morte e executado em 24 de janeiro de 1989. Ele recebeu a pena pelas várias jovens mulheres que sequestrou, estuprou nas décadas de 1960 e 1970, mas principalmente pelo caso de uma menina de 12 anos.

O novo filme Ted Bundy: A Confissão Final (No Man of God), produção de 2021 que chega ao catálogo da Netflix nesta quarta-feira (10), é só mais uma das obras que adaptam a história do assassino. Mas, desta vez, praticamente pelo ponto de vista do próprio. Ou melhor: uma forma de tentar explicar o que levou o serial killer a causar tantas mortes.

Quem foi Bill Hagmaier?

A trama acompanha  psicólogo do FBI Bill Hagmaier (Elijah Wood), um dos cinco primeiros a fazer parte do Centro Nacional de Análise de Crimes Violentos. O órgão foi criado pelo então presidente norte-americano Ronald Reagan em 1984 após investigadores sugerirem que, ao compreender a psicologia de assassinos violentos, poderiam combater mais efetivamente os casos de estupros e homicídios em série. O processo foi chamado de “perfilação”.

O que torna Ted Bundy: A Confissão Final, de certa forma, fascinante, é que o material do filme é inspirado em transcrições e gravações do FBI, bem como em recordações de Bill Hagmaier. Além disso, traz imagens da época, funcionando, por vezes, como uma espécie de docudrama. Mas não, a obra passa longe de ser um documentário.

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O fascínio da mídia e do público com os serial killers

A história de Ted Bundy

O enredo do filme segue os últimos anos de Ted Bundy no corredor da morte. Já condenado à execução na cadeira elétrica, o assassino conhece Bill Hagmaier, que tentava compreender o por que da série de crimes, e os dois acabam se aproximando.

Ted Bundy: A Confissão Final não é um filme de tribunal ou de investigação dos casos. O foco está voltado para quem é o serial killer, a ponto de, muitas vezes, tentar humanizar o personagem, o que pode afastar alguns espectadores por entenderem que ele era simplesmente um psicopata. Mas isso é uma doença mental e, até por isso, a presença de um psicólogo era importante para dar um diagnóstico. De acordo com especialistas, Bundy sofria de transtorno de personalidade narcisista. Ele usava sua aparência como forma de seduzir as vítimas, além de se sentir bem com a repercussão dos atos que cometia.

Foco no personagem

O longa se passa basicamente na prisão, onde Bundy conversava com Hagmaier. Não há recriação dos crimes, apenas breves flashbacks e registros televisivos. Portanto, se você espera ver as ações do serial killer, não conte com isso. Se também tem a expectativa de assistir a cenas de tribunal, vai se frustrar.

Como dito anteriormente, Ted Bundy: A Confissão Final foca no personagem que dá nome à obra, em sua personalidade. É pautado praticamente no diálogo entre os dois protagonistas. Esse pode ser considerado um acerto da diretora Amber Sealey, que tenta fugir um pouco dos clichês desse tipo de gênero.

Atuações e viés religioso

Mas ela peca ao tentar enveredar o filme para um lado mais religioso, de fazer o público acreditar que, mesmo diante de tanta crueldade, o serial killer ainda será perdoado por Deus e se encontrará com seu amigo Hagmaier no céu. É uma visão muito particular da direção e do roteiro, que pode desagradar boa parte do público.

Ainda mais de alguém que, segundo as palavras do próprio assassino, só admite ter errado no crime contra a menina de 12 anos. Nos outros, teria sido uma “escolha própria”. Aliás, esse é um ponto a se destacar na escolha do título brasileiro, apesar do termo ‘confissão’. Afinal, o nome original de Ted Bundy: A Confissão Final é “No Man of God”, ou algo como “nenhum homem de Deus”.

As atuações Elijah Wood e Luke Kirby – embora meio canastrão em determinados momentos – também sustentam a película, que, se não é marcante, também vale a espiada, ainda mais para quem gosta do gênero policial. Enfim, Ted Bundy: A Confissão Final é mais um filme para entrar na lista de obras sobre o famoso serial killer, mas não a produção definitiva sobre o assassino.

Onde assistir ao filme Ted Bundy: A Confissão Final (2021)?

A saber, Ted Bundy: A Confissão Final estreou nesta quarta-feira, dia 10 de agosto de 2022, no catálogo da NetflixAliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

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Trailer do filme Ted Bundy: A Confissão Final (2021), da Netflix

Ted Bundy: A Confissão Final (2021): elenco do filme da Netflix

  • Elijah Wood
  • Luke Kirby
  • Aleksa Palladino
  • Robert Patrick
  • W. Earl Brown

Ficha Técnica do filme Ted Bundy: A Confissão Final (2021), da Netflix

  • Título original do filme: No Man of God
  • Direção: Amber Sealey
  • Roteiro: Kit Lesser
  • Duração: 100 minutos
  • País: Estados Unidos
  • Gênero: policial, drama, biografia
  • Ano: 2022
  • Classificação: 14 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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