‘The Boys’ retorna mais sangrenta e violenta

Pedro Marco

Em tempos de pandemia e quarentena, onde o feriado de independência deixa de ser um aval para viagens e passeios, o serviço Prime Video da Amazon nos agracia com o segundo ano de uma de suas apostas mais ousadas: The Boys.

Assim como os grandes gêneros de filmes épicos e faroeste permearam o cinema no topo das bilheterias durante décadas, até serem desconstruídos em sátiras e paródias, o mesmo vem acontecendo com os super heróis. O humor ácido, escrachado, sangrento e sexual de ‘Deadpool’, encontra o paralelismo sociopolítico de ‘Watchmen’ em mais um ano da aclamada The Boys.

Sinopse – The Boys

Ainda mais intensa e insana, na segunda temporada os ‘The Boys’ encontram-se foragidos da justiça, procurados pelos ‘Super’, e tentando, desesperadamente, reagrupar e lutar contra Vought. A princípio escondidos, Hughie (Jack Quaid), Leitinho (Laz Alonso), Francês(Tomer Capon) e Kimiko (Karen Fukuhara) tentam se ajustar a uma nova realidade, com Billy (Karl Urban) desaparecido.

Ao mesmo tempo, Luz-Estrela (Erin Moriarty) procura encontrar seu lugar no grupo, enquanto o Capitão se concentra para assumir o controle total. Seu poder está ameaçado com a chegada de Stormfront (Aya Cash), uma nova Super especialista em mídia social, que, além disso, tem planos próprios. Além disso, a ameaça do Supervilão toma o centro das atenções e faz barulho enquanto Vought tenta monetizar em cima da paranoia da nação.

Embarcando na capa do sucesso absoluto do primeiro ano, que, antes de mais nada, devemos lembrar, encerrou com um gancho maravilhoso revelando o plano mor do Capitão para cima de Billy, aqui acompanhamos os eventos praticamente de onde paramos.

Já foi dita em algumas entrevistas que veremos onde Billy esteve entre o final da primeira temporada e o início desta nova aventura em episódios especiais separados, mas até lá, uma extrapolação de tudo o que já vimos até então é mostrado desde a primeira cena.

Antes de mais nada é importante ressaltar. A segunda temporada de The Boys é mais sangrenta, mais nojenta, mais bizarra e, em outras palavras, enfia mais o dedo na ferida que a temporada anterior. Agora a série se transforma em um banho de álcool e sal grosso nos machucados mais sensíveis. A estrutura da mídia repórter americana, redes sociais, deepfake, neonazistas e até mesmo o atentado de 11 de setembro são alguns exemplos do que o texto de Garth Ennis (Preacher), adaptado por Eric Kripke (Supernatural) tem a nos oferecer.

Derrapadas

No entanto, nem tudo são flores nesta utopia caótica. Disfarçado entre as excelentes músicas, filhas do modo James Gunn e Tarantino de contar história, existe uma enorme gordura de roteiro. As amarras para contar uma história fechada em oito episódios, onde muita parte de apresentação de personagens era dispensada por ser uma sequência, tornou a temporada, em certos momentos, cansativa.

Tramas são estendidas em um clima de tensão que várias vezes não funciona e beira a ser repetitiva, enquanto resoluções importantes e conclusões épicas são passadas tão rápido que você terá de voltar para rever.

Conclusão

Felizmente, a ação desenfreada e os efeitos especiais aprimorados se juntam à bizarrice e às referências dos quadrinhos para um saldo bastante positivo. Esta temporada tem alguns ganchos para o próximo ano, apesar de um último episódio com cara de fim de novela.

Por fim, esta temporada de The Boys é uma surpresa satisfatória para quem acompanha a série desde os seus primeiros episódios.

Ficha Técnica – The Boys

Título original: The Boys
Temporada: 2
Data de estreia: 04 de setembro
Criação: Eric Kripke
Elenco: Karl Urban, Jack Quaid, Antony Starr, Erin Moriarty, Dominique McElligott, Jessie T. Usher, Laz Alonso, Chace Crawford, Tomer Kapon, Karen Fukuhara, Nathan Mitchell
País: Estados Unidos
Idioma: Inglês
Gênero: ação, fantasia
Ano de produção: 2020
Classificação: 16 anos
Onde assistir?Amazon Prime Video

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
NAN