‘The End of the F***ing World’ (2ª Temporada) | CRÍTICA
Wilson Spiler
Definitivamente, The End of the F***ing World não é para todos. Quem assistiu à primeira temporada sabe bem do que estou falando. Afinal, é uma série de humor negro, recheada de boas sacadas e reviravoltas que não estamos acostumados a ver em produções norte-americanas, por exemplo. São tiradas tipicamente britânicas. E, dois anos depois, o seriado voltou “estranho” – como ele deve ser – com um ritmo bem menos frenético que anteriormente.
Nova personagem
O primeiro episódio é uma apresentação da nova personagem: Bonnie (Naomi Ackie, excelente atriz do vindouro Star Wars: A Ascensão Skywalker – preste atenção nela). Tanto é que os protagonistas da história não aparecem e sequer são citados (não falei que é estranho?). Mas tem explicação, claro. O capítulo inteiro mostra a história dela e sua relação com a trama da temporada anterior. Aos poucos, percebemos o envolvimento dela com o casal Alyssa (Jessica Barden) e James (Alex Lawther).
Infelizmente, se me alongar demais com relação ao que virá pela frente é dar spoiler, afinal, quem assistiu à primeira temporada sequer sabe se James está vivo (embora todo mundo já sabia que ele ficaria vivo, né?). Então, vamos deixar esses detalhes de lado.
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Maturidade
Como dito anteriormente, a segunda temporada de The End of the F***ing World tem um ritmo bem menos alucinante do que a anterior. Mesmo que os episódios continuem curtos – e isso é muito bom – essa diminuição de adrenalina, talvez, seja algo correlato aos protagonistas. Afinal, agora, eles atingiram a maioridade. E essa maturidade vai tendo uma crescente no decorrer dos capítulos conforme as situações pelas quais eles enfrentam vão ocorrendo. São problemas que vão desde sentimentos confusos sendo aflorados a perrengues financeiros e físicos. Talvez a frase que resuma esse amadurecimento está no contexto feito para Bonnie por Alyssa:
“O problema, quando se recebe pouco amor, é não saber como é”.
Além disso, o segundo ano da série passeia da comédia de humor negro a uma espécie de suspense, num clima de tensão muito maior do que o visto na temporada passada, quando eles assassinam o professor que tentou estuprar Alyssa. Aliás, esse é um fator preponderante para um ritmo mais lento do seriado. Por outro lado, também deixamos de ver o lado psicopata de James, que era um alívio cômico dos mais engraçados. Entretanto, pode ter um significado bem plausível. Afinal, psicopatas não nutrem sentimentos.
Fim?
Por fim, a segunda temporada de The End of the F***ing World tem um desfecho dos mais fofos e que todos queríamos ver. Entretanto, ela também tem um encerramento perfeito para o arco, o que pode ser uma notícia ruim para os fãs: o adeus à série. De acordo com a própria criadora do seriado, Charlie Covell, em entrevista a Radio Times, este é o fim da linha para os personagens:
“Acho que tentar descobrir mais seria errado, eu gosto de onde deixamos (na segunda temporada)”.
Então, aproveite para curtir o (provável) encerramento de The End of the F***ing World saboreando cada capítulo. Se você não viu sequer a primeira temporada, dê uma chance. Como disse, são episódios curtos, rápidos de maratonar. No mínimo, vai assistir algo muito fora da “caixinha”.
::: TRAILER
https://www.youtube.com/watch?v=JAEdogs2Rxg
::: FICHA TÉCNICA
Título original: The End of the F***ing World
Temporada: 2
Data de estreia: ter, 05/11/19
Criação: Jonathan Entwistle
Direção: Jonathan Entwistle, Lucy Tcherniak
Roteiro: Charlie Covell
Elenco: Alex Lawther, Jessica Barden, Naomi Ackie, Steve Oram, Christine Bottomley
Produção: Kate Ogborn
Distribuição: Netflix
País: Reino Unido
Gênero: comédia, drama
Ano de produção: 2019
Classificação: 16 anos