‘The Killer’ é um filme de ação comum e inferior ao original
Bruno Oliveira
Fazia um bom tempo que não via nenhuma obra de John Woo (A Outra Face) e essa minha mania de não querer saber nada sobre o filme me fez ter uma grande surpresa. O melhor foi como descobri que era um filme dele. O diretor é conhecido por sempre colocar pombos em seus trabalhos. Aqui, não foi diferente.
Logo em sua primeira cena temos pombos voando dentro de uma igreja abandonada. A cena segue e nos créditos iniciais aparece o nome “John Woo”, soltei uma gargalhada sincera e feliz com essa jogada. Nesse momento me ajeitei melhor na cadeira e decidi que estava pronto para o que estava por vir.
Sinopse
Zee (Nathalie Emmanuel) é uma assassina misteriosa e infame conhecida e temida no submundo parisiense como a Rainha dos Mortos. Durante uma tarefa de seu mentor e manipulador sombrio (Sam Worthington), Zee se recusa a matar uma jovem cega (Diana Silvers) em uma boate de Paris. Essa decisão desintegrará as alianças de Zee e atrairá a atenção de um investigador policial astuto chamado Sey (Omar Sy). Isso a mergulhará em uma conspiração criminosa sinistra que a colocará em rota de colisão com seu próprio passado.
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Um remake com o mesmo diretor
The Killer é o remake de próprio longa de John Woo de 1989 chamado O Matador (The Killer), um de seus filmes de maior sucesso em Hong Kong. Pode até ser considerado um dos maiores clássicos do diretor. Pode-se dizer também que foi esse longa que chamou a atenção para o mundo, e principalmente Hollywood. A grande pergunta é: será que era preciso essa versão já tendo uma obra-prima na sua prateleira? Não cabe a mim responder isso, mais um fato é que os maneirismos do diretor já não funcionam tão bem quanto antigamente.
Ação que não empolga tanto
Não acho que esse novo longa seja ruim, mas falta emoção nele. As cenas de ação são no máximo ok e não temos nenhuma que a gente fique boquiaberto. Quando temos momentos de pura plástica visual também não nos empolgamos porque já vimos isso antes por aí. Posso dizer que faltou algum desses momentos frenéticos capaz de empolgar qualquer um. Esse é o efeito John Wick nessas novas obras. Não vou dizer que John Woo se tornou obsoleto, ainda o considero um bom diretor, mas fica claro que ele não se aprimorou e podemos ver seus maneirismos a todo momento.
A boa química entre os protagonistas
O maior trunfo é a química entre Nathalie Emmanuel (Game of Thrones) e Omar Sy (Intocáveis). Todas as cenas em que estão juntos são ótimas e ver essa parceria é muito boa. Ela uma assassina, ele um inspetor de polícia honesto. Antagonistas em suas artes, mas com convicções e éticas parecidas que os fazem se unir contra um mal muito maior. A única coisa que não me convenceu muito foi a motivação vinda do nada para salvar a jovem cantora que ficou cega. Entendo que ela era inocente, mas também entendo que Zee era uma matadora implacável. Não peguei esse revés e não foi bem construído a meu ver.
Conclusão
The Killer é um filme de ação comum. Possui uma história boa, mas sinto que não é algo que funciona tão bem nos dias de hoje. A ação não é ruim, mas senti que ela é um pouco travada e pouco orgânica. Sintomas dos filmes de ação mais modernos. Não ouso falar mal de John Woo, sou um grande fã de muitos filmes dele e os guardo no coração. Mesmo assim é preciso dizer que ele não se renovou e isso pode ter custado um pouco mais a essa obra.
Onde assistir ao filme The Killer?
O filme The Killer está disponível para os assinantes do Amazon Prime Video.
Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.
Elenco de The Killer
Nathalie Emmanuel
Omar Sy
Sam Worthington
Diana Silvers
Said Taghmaoui
Éric Cantona
Grégory Montel
Hugo Diego Garcia
Aurélia Agel
Trailer – The Killer
Ficha técnica – The Killer
Título original: The Killer
Direção: John Woo
Roteiro: John Woo, Brian Helgeland, Josh Campbell, Matt Stuecken
Duração: 126 minutos
País: Estados Unidos da América, Canadá, Coreia do Sul
Gênero: ação
Ano: 2024
Classificação: 14 anos