‘The L Word Generation Q’ (Showtime) | CRÍTICA
Giselle Costa Rosa
O primeiro episódio do reboot The L Word: Generation Q começa bem explícito, já quebrando um tabu. Neste caso, na primeira cena vemos, em plano fechado, duas mulheres no ápice do sexo – sendo que uma delas está menstruada. Algo não comumente retratado na TV ou nas telas de cinema. Em geral, o sexo na tela é mostrado de forma quase asséptica. Quando no mundo real, os fluidos normais do corpo tratam de deixa-lo um pouco mais sujo do que é exibido nas telas. Primeiro ponto marcado pelo episódio.
APRESENTAÇÃO DE NOVOS PERSONAGENS E REENCONTROS DAS AMIGAS
Nesta abertura, são apresentadas duas personagens novas que logo se mesclam com as cenas ensolaradas de Los Angeles, cidade original da trama. Nos cinco primeiros minutos decorrentes, vemos ao menos uns 4 personagens novos. Em seguida, lá pelos 5 minutos, nos deparamos com um rosto conhecido das temporadas anteriores, Bette Porter, dialogando com sua filha Angie, agora, adolescente. Aos poucos, outros personagens antigos vão dando o ar da graça. Alice, que aparece em cena casada e fazendo o café da manhã dois enteados pequenos, é outro exemplo.
Minutos depois, revemos Shane, obviamente, em uma cena de sexo para relembrar a fama de pegadora (do tipo que não perdoa nem a mãe alheia) das outras temporadas. O retorno dela a L.A. é inesperado, causando surpresa em suas velhas amigas Bette e Alice.
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Shane reencontra primeiro Alice no estúdio do seu programa de TV e, lá, é a presentada à assistente de Alice, Finley, mulher jovem com as características muito parecidas com as de Shane. Parece que nesta temporada teremos uma competição de qual das duas será mais desapegada.
Aliás, nesta nova temporada, Bette lança sua candidatura à prefeitura e acaba tendo problemas ao ter um deslize sexual do passado explanado na mídia. A partir disso, ela se expõe e coloca a cara à tapa para tentar transpor esse pequeno escândalo.
REPRESENTATIVIDADE NEGRA, OK! DIVERSIDADE A VER
A saber, a duração do primeiro episódio é de cerca de 50 minutos, que não são sentidos. O roteiro trouxe alguns ganchos para resolução ao longo da temporada, mas não deu muitas pistas do que aconteceu nesse hiato de 10 anos (que é alvo de brincadeira em uma das falas de Alice). Assim, o retorno de The L Word manteve sua proposta de retratar realmente como pode ser um relacionamento lésbico e o dia a dia conturbado e corrido de qualquer outro casal. Segundo ponto marcado.
Claro que o recorte continua a ser um mundo lésbico, gay, queer de alto padrão. Afinal, se trata de Los Angeles. Certamente é diversão garantida com pequenos dramas à vista que talvez sejam aprofundados ou se mantenham na superfície como nas temporadas anteriores.
Bette Porter (Jennifer Beals), Alice Pieszecki (Leisha Hailey), assim como Shane McCutcheon (Katherine Moennig), irão precisam lidar com corações partidos, obstáculos na carreira e novos amores. Junto delas temos as novatas Dani Nùñez (Arienne Mandi), Micah Lee (Leo Sheng), Finley (Jacqueline Toboni), Sophie Suarez (Rosanny Zayas) e Gigi (Sepideh Moafi).
REBOOT CHEIO DE PONTENCIAL
Aliás, tomara que a aposta no reboot da criadora de The L Word, Ilene Chaiken, seja certeira e com mais diversidade. Mais representatividade negra, check! São 3 personagens de destaque: Bette, sua filha Angie e a Sophie Suarez no primeiro episódio. Esperamos por mais.
Enfim, The L Word: Generation Q tem o potencial de ganhar novos fãs e reaver os anteriores. Porém, por enquanto, a produção do canal Showtime ainda não tem previsão de estreia no Brasil.
::: TRAILER
https://www.youtube.com/watch?v=brkZIIwZvqM
::: FICHA TÉCNICA
Título original: The L Word: Generation Q
Temporada: 1
Número de episódios: 7
Criação: Ilene Chaiken, Kathy Greenberg, Michele Abbott
Elenco: Jennifer Beals, Katherine Moennig, Leisha Hailey, Arienne Mandi, Sepideh Moafi, Leo Sheng, Jacqueline Toboni, Rosanny Zayas
Distribuição: Showtime
Data de estreia: 08/12/2019
Gênero: drama
Ano de produção: 2019
Classificação: 18 anos