The Last of Us Parte 2 Remasterizado está ainda mais incrível nesta nova versão
Felipe de Andrade
O conturbado lançamento de The Last of Us Parte 1 Remake foi altamente questionado pela comunidade de fãs da franquia. Como dissemos em nosso review, o título é basicamente o mesmíssimo jogo com o preço cheio e apenas melhorias visuais. Até mesmo o áudio original foi reaproveitado, além de contar com o mínimo de conteúdo novo. No primeiro remake, sua maior adição é o conjunto parrudo de opções para acessibilidade, auxiliando jogadores com as mais diversas necessidades.
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The Last of Us Parte 2 acaba de chegar a nova geração com sua versão remasterizada. O título vem recheado de novos conteúdos que trazem ainda mais horas de jogo, comentários dos desenvolvedores, melhorias gráficas e um modo free play para o violão. Outra novidade é o modo de jogo totalmente voltado para o estilo roguelike.
O que muda
A história e a campanha seguem inalteradas, mostrando uma saga dramática sobre vingança que gira em torno das personagens principais Ellie e Abby, trazendo consequências diretamente ligadas aos acontecimentos do final do game anterior e mostrando que todo o personagem pode ser herói da sua própria história.
Com relação ao pacote de novidades, vamos começar pela cereja do bolo que é o modo Sem Volta, onde é necessário sobreviver a uma série de confrontos aleatórios, com cenários e inimigos diversos, durante partidas curtas em sessões com características de jogos roguelike.
Existem 3 tipos de sessões: o padrão, onde devemos passar por alguns confrontos e na sequência enfrentar um chefe no final de cada run, caso consiga sobreviver até chegar nele. A morte é permanente e itens, armas e melhorias são perdidos, sendo zerados ao iniciar uma nova sessão com um novo mapa. Sessão Personalizada, é possível fazer ajustes nas regras, modo de jogo, tipo de partidas, inimigos e modificadores de acordo com sua preferência, influenciando diretamente a experiência obtida em cada partida.
E por último temos a Sessão Diária, que nada mais é do que uma sessão exclusiva que conta com apenas uma tentativa por dia. Esse modo se reinicia em 24 horas, caso não seja concluído. Seu diferencial é que se trata de uma partida igual para todos os jogadores testarem sua proficiência em busca do lugar mais alto da tabela de líderes online.
Modo Sem Volta
Um resumo do que encontrar no modo Sem Volta: ao iniciar uma sessão é necessário escolher um nível de dificuldade que garante o multiplicador de pontuação que aumenta conforme aumenta a dificuldade. Na sequência definimos o personagem a ser usado na partida. Cada um tem os próprios equipamentos iniciais e características únicas, como por exemplo:
- Enquanto a Ellie começa com uma pistola e um coquetel molotov, possui um estilo de jogo equilibrado e tem como características obter 50% mais suplementos, iniciar com uma receita de molotov e ter 2 linhas de melhoria de habilidades;
- Já a Abby inicia a sessão com uma pistola e um martelo que combina com seu estilo de jogo favorável à luta corporal, além de ter como característica receber cura em embate corpo a corpo, iniciar com receita de melhoria para ataques corpo a corpo e possuir destravada a linha de melhoria de habilidades de lutador.
Novos itens
Outros personagens como Dina, Joel, Lev, Manny e mais alguns, marcam presença e podem ser liberados ao concluir diversos desafios durante as sessões, como finalizar 2 confrontos com personagens diferentes para liberar um terceiro, e coisas do tipo. Da mesma forma também é possível desbloquear novas skins para os personagens e suas armas.
A cada intervalo entre um mapa e outro, somos transportados para um esconderijo onde é possível coletar as recompensas ao concluir confrontos e realizar desafios, para depois usar a bancada para melhorar as armas ou gastar suas moedas no posto de comércio para melhorar seu personagem na sessão atual.
Após fazer os preparativos possíveis, use o quadro de planejamento para selecionar a próxima investida em um novo mapa. Aqui graças a aleatoriedade do roguelike, os confrontos variam muito dependendo do tipo de partida utilizada, como caçada, ataque, captura ou resistência, o que muda totalmente os objetivos a serem atingidos. Outros variantes importantes são o local, a facção inimiga enfrentada, os modificadores de partida (como os inimigos deixarem uma granada ao morrer ou pegarem fogo ao receber ataques corpo a corpo), além das condições de vitória que variam de uma investida para outra.
Experiência roguelike
O modo Sem Volta não inova em muita coisa mas traz uma experiência roguelike que estranhamente casou muito bem com a jogabilidade da franquia The Last of Us, e ainda acabou sendo muito bem executada ao ponto de um modo facções não fazer tanta falta aqui. Ponto para a Naughty Dog.
Outras novidades do pacote são os Níveis Perdidos, que nada mais são do que 3 fases incompletas que se passam em momentos diversos da história principal, mas que foram cortadas da versão final por escolha dos desenvolvedores. Podem ser explorados juntamente com os comentários em áudio da equipe de produção. Pode ser considerado dispensável dependendo do quão fã da franquia você for, servindo mais como ponto de curiosidade.
Outras adições
Outras adições foram a Performance com o Violão, onde é possível tocar um instrumento livremente sem objetivos ou limites de tempo, usando apenas a criatividade e a prática para conseguir tocar músicas conhecidas e fazer vídeos para a internet. É possível destravar mais instrumentos, cenários e personagens, com direito a uma versão digital do compositor da franquia Gustavo Santaolalla.
Um modo speedrun também chega a remasterização, e permite ver os recordes ao terminar cada fase. Dessa maneira, os melhores tempos ficam resgistrados, assim os jogadores podem publicar e compará-los entre si.
Novas skins estão disponíveis e permitem modificar as roupas e armas dos personagens principais (que não ficam visíveis em animações ou flashbacks). Assim como também estão presentes a Galeria de Filtros, que muda a aparência do jogo, Modificadores do Jogo, que podem mudar detalhes no comportamento geral do jogo, e a Galeria de Modelos, onde é possível inspecionar os modelos 3D dos personagens que aparecem na história. Ambos podem ser destravados com pontos ganhos conforme avançamos na campanha.
Para finalizar as novidades, a opção Bastidores traz artes conceituais, trailers, 4 episódios do podcast oficial do The Last of Us e ainda comentários do diretor (ambos apenas em inglês), Também estão presentes as descrições das cenas, que habilitam um áudio descritivo falado e explicativo de elementos visuais importantes nas cenas.
Visualmente ainda mais incrível
Agora vamos falar da parte técnica de The Last of Us Parte 2 Remasterizado. Começando pelo visual, que conseguiu ficar ainda mais incrível nesta nova versão. Não que seja um fato realmente notório já que o original já era lindo no PS4, mas poder apreciar o título na nova geração em 4k nativo no modo fidelidade e ainda com a taxa de atualização variável ativa, que permite a melhor resolução com uma taxa em torno de 50 fps em TVs compatíveis, é um deleite.
Caso sua TV não seja compatível o modo desempenho está presente e garante 60 quadros por segundo com boa fluidez. No entanto, em resolução de 1440p, que ainda assim deixa o jogo muito bonito na tela.
Na nova versão é possível enxergar muito mais detalhes, seja com as animações e feições de personagens, e detalhes mais sutis como texturas com resoluções mais altas, melhor iluminação, sombras menos serrilhadas, itens podem ser vistos à distância, dentre outros.
Com relação ao áudio – que já era impecável, o estúdio conseguiu deixá-lo ainda mais realista. Essa melhoria se dá a utilização do poder do áudio 3D do PlayStation 5. Além disso, o áudio é tão bom que eu cheguei ao ponto de conseguir desbloquear um cofre, mesmo sem possuir a senha, apenas conseguindo distinguir os cliques dos números utilizando o Headset Pulse 3D do console da Sony. No demais, tudo continua incrível, a dublagem original ou em português, o som ambiente, as músicas, e todo o resto.
Dualsense
O remaster também ganhou suporte completo ao controle dualsense do PS5, com o feedback tátil, gatilhos adaptáveis gerando diferença no uso de todas as armas. Além disso, é possível sentir a vibração no controle até mesmo durante alguns diálogos, pois controle consegue diferenciar tons e timbres de voz. E até mesmo é possível mirar fazendo uso do sensor de movimento do controle. E por mais que não pareça ser tão prático no início, pode ser uma boa opção com algum treino.
Assim como no remake da Parte 1, novamente há dezenas de opções de acessibilidade para garantir o acesso mais completo possível para todos os tipos de jogadores, mesmo os que possuem várias restrições físicas que podem atrapalhar uma simples partida de videogame.
Veredito de The Last of Us Parte 2 Remaster
O pacote remasterizado traz incrementos tanto técnicos quanto de conteúdo. Com relação ao primeiro ponto, a execução é maestral. Dessa maneira, a Naughty Dog traz o jogo para a nova geração de forma brilhante.
Agora, quanto ao segundo ponto, fica a impressão de que estão ali apenas para gerar volume e não incrementam nada ao jogo. Ponto positivo para o modo Sem Volta, que vai garantir mais algumas horas de desafios e diversão. Esse novo elemento combinou muito bem com o combate de The Last of Us Parte 2, ainda que dificilmente justifique o preço cheio.
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Prós
- Gráficos mais bonitos
- Som ainda melhor
- Poder pagar apenas R$50,00 pelo upgrade para a nova versão
- Modo Sem Volta aumenta bastante o fator replay
Contras
- A maioria dos conteúdos novos só está presente para fazer volume
- Faltou um modo multiplayer local no Sem Volta