banda The Lumineers Brightside

O brilho reluzente de The Lumineers em ‘Brightside’

Cadu Costa

Pense numa banda não tão conhecida do grande público mas que faria muito mais sucesso que o Coldplay se tivesse os mesmos holofotes. Talvez você seja um grande ouvinte de música e conheça realmente várias. Mas duvido que tenha parado para começar seu 2022 ouvindo essa pequena obra-prima chamada ‘Brightside’, dos americanos do The Lumineers.

Tudo bem não ser necessário grandes esforços para ser melhor que o último disco do Coldplay, no entanto, temos em mãos um álbum maravilhoso que só faz crescer os olhos para essa banda já indicada duas vezes ao Grammy.

Primeiramente, um pouco de contexto

The Lumineers e seus membros fundadores e compositores Wesley Shultz e Jeremiah Fraites se desviaram de sua imersiva obra-prima III, de 2019, (um álbum conceitual de três partes explorando o vício em uma família fictícia) com o lançamento de nove faixas cheias de beleza musical e sinceridade absoluta.

A banda de Denver deixou de lado sua necessidade de perfeição e abraçou a crueza e a espontaneidade. Shultz (vocal, guitarra) chegou a dizer que ‘Brightside’ “é mais infantil, despreocupado e menos calculado“.

Concordamos. Às vezes, a mensagem de um álbum pode se perder sob uma produção pesada e inchada, mas com ‘Brightside’ , The Lumineers expuseram uma criatividade doce num som catártico e adorável.

Wesley Schultz e Jeremiah Fraites realizaram a maior parte da instrumentação, com David Baron fornecendo teclados e backing vocals. Outras contribuições vieram de James Felice, dos Felice Brothers , da cantora e compositora Diana DeMuth , dos membros da turnê Byron Isaacs e Lauren Jacobson e da cantora de apoio Cindy Mizelle.

As canções

O álbum abre com a faixa-título “Brightside”, gravada em um único dia. Nela, Wesley Schultz entoa versos sobre o lado positivo de um namoro fracassado. E a música traz conforto em uma paisagem sonora eletrônica com vocais que combinam com a guitarra robusta.

“AM Radio” segue o ritmo e apresenta The Lumineers com guitarras acústicas despojadas e partes de piano frenéticas e suaves. Mas é em “Where We Are” que vemos a banda em sua forma mais cativante. Inspirada em um acidente de carro quase fatal envolvendo Schultz e sua esposa, a música possui uma letras terna e persuasiva. Há esperança num refrão que se apresenta como um hino: “Onde estamos / Eu não sei onde estamos, mas vai ficar tudo bem / Onde estamos / Não sei onde estamos, mas tudo vai dar certo.”

Folk-rock, melancolia e uns lencinhos, por favor

Outro destaque vai para a linda melancolia de “Rollercoaster”. O toque simples do violão e do belo piano carregam a música quase como uma canção de ninar.

Em “Never Really Mine”, um lamento pelo fato de que o amor raras vezes dura para sempre. Não escute se tiver terminado um relacionamento recentemente. Vai chorar litros.

“Reprise” termina o álbum com aquele folk-rock tão característico e que amamos tanto.

Conclusão

Apesar de curto, o disco carrega a tensão e ambiguidade implícitas em músicas pessimistas com refrãos otimistas que estão no coração do The Lumineers. Por fim, ‘Brightside’ pode não revelar seus segredos facilmente, mas nos manterá cantando enquanto tenta resolvê-los. Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando através do nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Enfim, ouça ‘Brightside’, novo álbum do The Lumineers

Cadu Costa

Cadu Costa era um camisa 10 campeão do Vasco da Gama nos anos 80 até ser picado por uma aranha radioativa e assumir o manto do Homem-Aranha. Pra manter sua identidade secreta, resolveu ser um astro do rock e rodar o mundo. Hoje prefere ser somente um jornalista bêbado amante de animais que ouve Paulinho da Viola e chora pelos amores vividos. Até porque está ficando velho e esse mundo nem merece mais ser salvo.
NAN