The Outer Worlds Spacer’s Choice Edition

‘The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition’ transborda humor ácido e referências a outras franquias

Felipe de Andrade

The Outer Worlds‘, o RPG de ação de grande sucesso da Obsidian, foi lançado originalmente em 2019 pela Private Division em consoles da geração anterior. Agora, em 2023,  o game acaba de receber um pacote definitivo para o PS5, Xbox Series e PC. Assim, ‘The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition‘ foi desenvolvido em parceria com a Virtuos Games, recebendo melhorias gráficas e poucas mudanças no jogo. A grande novidade fica a cargo das expansões lançadas: Peril on Gorgon e Murder on Eridanos.

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O jogo ganhou notoriedade ao concorrer a categoria de Jogo do Ano em 2019. No entanto, o prêmio ficou, merecidamente, com Sekiro: Shadows Die Twice. Outro ponto que chamou à atenção, é o fato do título ser muito parecido com os jogos da franquia Fallout em todos os quesitos. Isso pode ser justificado por seus diretores terem criado a franquia concorrente na época, ao qual a dona era a Interplay, a mesma dos saudosos MDK (que merece um remake faz um tempão) e Earthworm Jim.

Outra questão importante para esta comparação é que a Obsidian desenvolveu para a Bethesda o jogo Fallout New Vegas, que é considerado um dos jogos de mais sucesso da franquia, e que deu uma boa levantada na moral do estúdio. Por fim, para desenvolver o The Outer Worlds, eles usaram toda a experiência adquirida para conseguir criar o tal “Fallout no espaço”, meio que com aquela velha história da época da escola de “copiar, mas fazer diferente”. O que deu certo neste caso.

A história

Em Spacer’s Choice Edition a história segue inalterada e até mesmo parece ter saído de um Fallout, trocando apenas um dos vaults de pesquisa por uma nave. Assim, nosso personagem faz parte de uma expedição que visa levar humanos para colonizar a Terra 2, com promessas de moradia e empregos garantidos, além da esperança de uma nova vida.

A viagem duraria 10 anos, mas todos estariam em animação suspensa e mal sentiriam a passagem do tempo. Entretanto, devido a alguns eventos nossa nave é abandonada no espaço e dezenas de anos no futuro, somos acordados por Phineas Vernon Welles, o cientista louco da vez.

Phineas nos incumbe da missão de salvar o restante da tripulação e manda encontrarmos com seu contato na Terra 2 para dar início a nossa jornada, mas ele não pode nos acompanhar por ser procurado em vários planetas. Assim que chegamos ao tal planeta, o contato do cientista morre durante a nossa aterrissagem pois, tragicamente, nossa nave cai bem em cima dele. Isso mostra logo de cara que o jogo tem bastante senso de humor, ao mesmo tempo que faz nos virarmos sozinhos para dar seguimento a campanha.

Dessa maneira, sem um guia para nortear nossas decisões, nós devemos definir nossa personalidade conforme a história avança. Assim como, escolher quem apoiar e quais decisões parecem ser mais acertadas ao nosso ponto de vista; e participando de diversos diálogos com dezenas de NPCs espalhados pelos cenários.

The Outer Worlds Spacer’s Choice Edition

Variações das escolhas

Vale destacar que, várias conversas podem destravar novas missões e recompensas, além de ser através delas e de nossas ações durante o gameplay que mudamos a nossa reputação variando entre positiva, neutra e negativa. Estas variações podem acarretar em situações específicas para cada escolha durante a campanha, chegando a influenciar no relacionamento do protagonista com cada um dos parceiros de viagens disponíveis.

Além dos diálogos, outro aspecto do título original, que continua a ser essencial para avançar na campanha, é a exploração. Explorar todas as partes dos mapas em áreas internas e externas das construções, pode e vai garantir diversos itens. Assim como, combates inesperados, missões secundárias, armas e equipamentos, itens de melhorias para as armas e trajes, assim como mais diálogos para participar.

Outros itens com melhorias

Por se tratar de um RPG de ação, nós ganhamos pontos de experiência a cada vitorio de combate ou realização de missões. Além disso, ao passar de nível recebemos pontos de habilidades para melhorar atributos do protagonista que liberam novas habilidades de combate e exploração.

Nossos parceiros também recebem upgrades ao terem suas armas e equipamentos melhorados durante a campanha. É possível manter até quatro companheiros ao mesmo tempo dentro da nave, mas só conseguimos escolher dois por vez para nos acompanhar a jornada. Assim, eles também podem garantir missões únicas em determinados momentos ao serem selecionados, ou soluções únicas para algumas situações que refletem a personalidade individual. Além disso, ele podem corroborar ou não com nossas ações, indo de acordo com a afinidade que construímos com eles.

Combate continua em foco

O combate segue como um dos principais pilares do jogo. Ainda que mantendo os mesmos problemas do título original, o jogo sofre muito com uma falta de precisão gritante por parte das nossas armas. Juntando isso, a situações como: inteligência artificial ruim dos inimigos, ainda que melhorada em comparação ao original e falta de sensação de impacto dos tiros no combate à distância.

O segundo item se torna dificílimo perceber se acertamos um inimigo ou se estamos sendo alvejados. Existe uma falta de impacto bizarra que mal é percebida por meios dos efeitos na tela, ainda que os sons e feedback háptico do dualsense consigam ajudar nesse caso (mesmo morrendo várias vezes sem perceber que tomava tiro). Até porque parece que a única utilidade do controle é gerar aquela conhecida pressão no botão de gatilho e mais nenhuma novidade.

Os combates continuam se apoiando no diferencial de ser possível enviar comandos para os parceiros durante os tiroteios, mesmo que essa mecânica não seja nenhuma novidade em jogos de ação ou RPG. Eles parecem estar mais inteligentes e respondem melhor às orientações, fazendo com que seu uso seja mais gratificante nessa nova versão.

Repaginada gráfica

Spacer’s Choice Edition ganhou uma repaginada gráfica, fazendo com que seu estilo retrô-futurista fique ainda mais agradável na tela da TV. Os cenários ganharam novas texturas em alta definição e novos efeitos visuais foram inseridos para combinar com a nova geração de consoles. Além disso, um novo sistema de iluminação foi inserido como parte das melhorias visuais em relação ao original, deixando tudo ainda mais bonito. O campo de visão foi aumentado e apresenta gráficos mais detalhados a uma distância maior. Os personagens principais e secundários receberam novas animações e ganharam ainda mais detalhes em seus trajes, cabelos e expressões faciais.

Entretanto, a nova versão também possui alguns problemas crônicos que vieram direto do original, assim como: um combate pouco preciso; uma das águas mais feias que já vista nas gerações recentes de consoles – lembrando mais GIFs animados com sons de mares ou rios ao fundo do que água mesmo; problemas de performance percebidos a todo instante; aumentar ou diminuir o campo de visão nas opções, as taxas de frames por segundo não se estabilizam e sofrem quedas bruscas principalmente ao girar a câmera, mesmo sem nenhuma ação acontecendo na tela.

Outro ponto negativo, é que o título possui duas opções gráficas, sendo que a Cinematográfica torna o jogo quase injogável, já que os gráficos em resolução 4K não conseguem ficar travados a 30 fps, sofrendo quedas para 20 fps ou menos, sem explicação alguma.

Saldo positivo

The Outer Worlds Spacer’s Choice Edition

De maneira geral, a nova versão acaba saindo com um saldo mais positivo que negativo, principalmente se você nunca jogou o original e quer aproveitar o jogo em sua totalidade. Uma grande parte dos problemas de performance pode ser sanada ao colocar os gráficos na opção Performance, aumentando a taxa de quadros em detrimento da resolução e iluminação um pouco inferior.

Lembrando que as duas expansões adicionam boas horas de jogatina ao jogo base, que poderia ser concluído em 20 horas ou menos. Outra novidade que é bem-vinda é o nível máximo que podemos atingir agora, ao qual foi aumentado para 99. Aumentando muito o fator replay para quem gosta de evoluir ao máximo o personagem, além de dar mais sentido ao New Game+, para explorar mais opções de gameplay, diálogos e até pender a balança da reputação para o outro lado na nova campanha.

Veredito

The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition‘ é a melhor versão do RPG de ação e clone de Fallout, da Obsidian, que transborda um humor ácido e referências perceptíveis a outras franquias como Bioshock e Borderlands. Os fãs que curtiram seus jogos certamente irão notar. Além disso, trazer tanto de outras franquias para a identidade do jogo em questão é mais um acerto do que um erro, pois faz com que o produto atinja um público bem maior e que pode aproveitar este pacote enquanto suas franquias preferidas estão em hiato.

A nova versão ainda sofre com problemas de performance, que seriam resolvidos com mais polimento. Estes problemas diminuem a qualidade final do produto e são perceptíveis durante todo o gameplay. Dessa maneira, quebrando a imersão continuamente durante a jornada.

Prós

  • Parece muito com Fallout
  • Legendas e menus em PT BR
  • Áreas internas dos cenários ainda mais bonitas
  • Maior fator replay
  • Adição das expansões

Contras

  • Parece muito com Fallout
  • Trilha sonora fraca
  • Problemas sérios de performance
  • Combate desbalanceado
  • Pouco chefes para enfrentar

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Trailer – The Outer Worlds: Spacer’s Choice Edition

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