‘The Witcher’ (Netflix) – 1ª Temporada | CRÍTICA
Fernando Coutinho
The Witcher estreou na última sexta-feira (20) na Netflix. A produção veio cercada de uma grande expectativa, dado a ideia geral de que ela possa vir a tornar a possível (ou provável) sucessora de Game of Thrones.
A criação
Para quem não conhece nada da saga, um pouco de história: Geralt de Rívia, o Witcher (bruxo) protagonista da saga, foi criado em um conto do polonês Andrzej Sapkowski para participar de um concurso literário lá na Polônia ainda nos anos 80. Seu conto ficou com o terceiro lugar no concurso, mas teve uma resposta significativa do público, o que inspirou a escrita de outros contos que, posteriormente, seriam compilados em dois livros. Além disso, seriam seguidos de mais cinco livros, expandido a história de Geralt.
https://www.youtube.com/watch?v=QHnUG_SIYYo&t=1388s
O sucesso literário local gerou uma adaptação pra o cinema e para a TV polonesa no inicio dos anos 2000, mas que não foram tão bem recebidos pelo público. A saber, a fama mesmo – em nível mundial – viria apenas em 2007 com o aporte do personagem em outra plataforma: os games. Com uma história que dava continuidade aos livros, o sucesso garantiu mais duas sequências, uma lançada em 2011 e a outra em 2015, sendo esta última a mais bem-sucedida (até o momento), e tendo a série vendido mais de 40 milhões de cópias.
Quanto a Geralt, o principal protagonista, como já foi dito, é um bruxo. Um dos poucos ainda restantes no Continente. Os bruxos são treinados desde crianças e transformados por meio de um processo doloroso que envolve a utilização de ervas e alquimia. Apenas três em cada dez meninos sobrevivem ao processo e ressurgem com sentidos aguçados, bem como a força e os reflexos aumentados. Eles possuem a longevidade dos magos e até são capazes de utilizar de alguns feitiços mais simples.
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Na prática, os witchers são uma espécie de guerreiros-cavaleiros-mercenários, com uma “missão” de matar monstros mediante pagamento. Obviamente, por conta de seu treinamento e mutações que lhes dão várias capacidades ampliadas, os bruxos são melhores combatentes do que os homens ou os cavaleiros comuns.
Bons momentos
Quanto à série, parece haver um consenso que se manteve bastante fiel ao material de origem. A maior diferença, aparentemente, foi uma “divisão” no protagonismo, que se estende, para além de Geralt, à princesa Ciri e à poderosa maga Yennifer, que criarão cada uma a seu modo, um vinculo com Geralt.
Como é de se esperar em uma saga de fantasia, de espada e feitiçaria, temos várias lutas, muito bem coreografadas, bem como momentos sangrentos, nudez e sexo (nem tão explícitos). Além disso, os efeitos que, mesmo não sendo uma obra-prima, são satisfatórios (na maioria dos casos) para os monstros e magias utilizadas.
Pontos fracos
Quanto aos pontos fracos: bem, Henry Cavill não é exatamente um grande ator (ao menos no sentido artístico), sendo mesmo tido por muitos como “canastrão”. No entanto, dada a natureza do personagem – a “crença” entre as pessoas comuns é que os bruxos sejam incapazes de sentir emoção –, ele acaba funcionando bem. Sem contar que, inegavelmente, o cara tem porte e “presença” na tela.
Diante isso, o grande “problema” da série acabou sendo a fragmentação, a narrativa (e o protagonismo, que não é só do Geralt) em 3 timelines não lineares, sem deixar isso muito claro, o que pode confundir os menos atentos.
Com tudo isso, a primeira temporada de The Witcher não chega a ter ares de superprodução, mas é interessante e pode-se dizer sim que ficou acima da média. Já renovada e confirmada para uma segunda temporada, com a promessa ser mais intensa e se aprofundar na história, é possível que, assim como os contos que lhe deram origem, o seriado tenha um futuro promissor após um início um tanto quanto acanhado. Tomara!
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: The Witcher
Temporada: 1
Número de episódios: 8
Criação: Lauren Schmidt Hissrich
Direção: Tomasz Bagiński, Alik Sakharov
Roteiro: Lauren Schmidt Hissrich, Jenny Klein, Beau DeMayo, Sneha Koorse, Declan de Barra, Haily Hall
Elenco: Henry Cavill, Anya Chalotra, Freya Allan, Jodhi May, Björn Hlynur Haraldsson, Adam Levy, MyAnna Buring, Mimi Ndiweni, Therica Wilson, Emma Appleton
Distribuição: Netflix
Data de estreia: sex, 20/12/19
Gênero: fantasia
Ano de produção: 2019
Classificação: 16 anos