‘Tic-Tac: A Maternidade do Mal’: perca o seu tempo com algo um pouco melhor
Bruno Oliveira
Eu não sei qual foi o intuito real de ‘Tic-Tac: A Maternidade do Mal’. Não sei se quis criticar a sociedade que impõe às mulheres a terem filhos ou se é colocar a culpa em mulheres que não querem ser mães. Com isso, esse longa se torna uma grande analogia do mundo real transformado em um filme de terror. A minha crítica já começa ao dizer que a direção é terrível e consegue nos trazer um dos piores filmes do gênero do ano. Só não dormi nele, porque o filme é relativamente curto.
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Ella (Dianna Agron) é uma mulher comum que não deseja ter filhos por preterir seu trabalho e seus momentos de prazer. Todos a sua volta a indagam se ela teria um problema no relógio biológico, pois todas as mulheres possuem tal “mecanismo”. Ao se sentir culpada com a pressão de todos, ela busca uma clínica nova e especializada no assunto. Mas as coisas vão se tornando estranhas e a realidade de Ella começa a se distorcer com o tempo.
Nada salva
Essa premissa já foi o suficiente para me dar uma irritada. Culpar, socialmente, a mulher por não querer ter um filho já é o bastante. Ainda mais deixá-la louca buscando por isso a ponto de que a única forma de ser sã é tendo um filho. Poderia ser uma história contada nos anos 50, mas não, é 2023. Essa minha má vontade não parou somente nesse início. Sem dó e sem piedade eu vou descascá-lo, pois não consegui tirar nada de positivo dele.
A maior culpa nisso tudo, ao meu ver, é da diretora e roteirista Alexis Jacknow que, não por acaso, participa em uma ponta atuando no filme também. Toda a condução dela não é boa e tudo piora quando resolve colocar o sobrenatural dentro da trama, que por si só já poderia ser considerada um terror. Tem um momento em que a protagonista está dentro do carro e do nada a criatura aparece ao lado do vidro do motorista e, nitidamente, a atriz não corresponde em tela ao horror presenciado. Tenho minhas dúvidas até se ela realmente notou a assombração.
Continuando a minha sinceridade, eu não consigo ver nada que possa salvá-lo. Em geral, sempre acho um ponto ou outro interessante que poderia ser positivo e não levar um filme ao desastre total. Dessa vez, até isso eu não consigo, e tudo por causa dessa premissa que até agora não me desceu. E pelo o que percebi, Alexis Jacknow possui um fascínio pelo tema, pois no Youtube tem um curta dela chamado ‘Clock’ que aborda também a maternidade. Embora o curta e esse longa possuam o mesmo nome em inglês, eles não são a mesma história. Colocarei o vídeo aí embaixo também.
Conclusão
É com pesar (ou não) que eu darei a ‘Tic-Tac: A Maternidade do Mal’ a nota mais baixa desde que escrevo para o site. Mesmo assim, tenho certeza que ele ainda pode agradar uma certa parcela do público. Provavelmente, nem todo mundo achará a premissa tão ruim, e assim, dessa forma vai poder curtir de uma forma mais prazerosa do que eu. Mas se a minha opinião vale de algo para alguém, por favor, perca o seu tempo com algo um pouco melhor.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer – ‘Tic-Tac: Maternidade do Mal’
Curta-metragem ‘Clock’
Ficha Técnica
Título original: Clock
Diretor: Alexi Jacknow
Roteiro: Alexi Jacknow
Elenco: Dianna Agron, Melora Hardin, Jay Ali, Grace Porter, Saul Rubinek
Onde assistir: Star+
Estreia: 28 de abril de 2023
Duração: 91 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Terror, Suspense
Ano: 2023
Classificação: 16 anos