Titanic crítica do filme 1997 2023

Foto: Disney / Divulgação

Em retorno aos cinemas, ‘Titanic’ mostra por que é um dos maiores blockbusters de todos os tempos

Agenor Florentino

Celebrando 25 anos desde sua primeira exibição o filme Titanic volta às telonas. A mais popular produção do diretor James Cameron, na época, conseguiu elevar o patamar de grandes produções ao contar uma história de amor em meio a uma tragédia.

Em Titanic, conhecemos a história de Jack e Rose (Leonardo DiCaprio e Kate Winslet) que se conhecem e se apaixonam no terrível naufrágio do Titanic em 1912. Mesmo sendo de uma família rica e noiva de um poderoso herdeiro, a jovem desafiou todas as convenções que lhe foram impostas para embarcar nesse romance.

É interessante ressaltar o que realmente torna um filme um clássico, e a resposta é bem simples: quando a obra se torna atemporal. E com o passar dos anos, Titanic ainda é relevante por vários motivos.

Este foi o projeto mais audacioso do renomado diretor James Cameron. Um alto investimento, com atores ainda não tão conhecidos e relatando um romance em meio a uma tragédia. A receita para o sucesso não parecia ser tão simples, mas o amor, tanto pelo cinema quanto pela fidelidade dos acontecimentos, fizeram com que Titanic transparecesse o ideal de um filme-evento, fazendo com que os cinemas superlotassem e que tudo e todos falariam sobre isso foi durante muito tempo. Mas, afinal, por que esse estrondoso sucesso?

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Primeiro ato

Pode-se dizer que Titanic foi um filme que poucos dessa magnitude conseguem: muito bom em toda sua estrutura. Isso porque, aqui, temos uma película que trata um evento macro (o naufrágio do Titanic) para contar uma história micro (o amor entre Jack e Rose). Todo o seu primeiro ato serve como base para entendermos a lógica de como funciona, não só o navio, mas a relação entre seus tripulantes.

É aí que temos o primeiro ponto onde a questão das classes sociais é trazida à luz, pois os mais ricos têm o máximo de privilégio, atenção e conforto, mas, ainda assim, se mostram muito vazios. E isso é um conjunto de fatores para deixar bem claro, seja pelos diálogos mais rebuscados – até mesmo pelas atitudes e pelas vestimentas sempre muito asseadas e claras a fim de enaltecer a nobreza e o sentimento de superioridade. Isso escancara não apenas uma classe social, mas também um lado do ser humano que, quando está em um certo patamar, se sente superior aos demais, não se importando com nada, apenas com seus bens materiais e seu status na sociedade.

Além disso, Titanic também traz à tona questões como o machismo velado, onde alguns homens tratam as mulheres como propriedade e se casam apenas por aparências ou em troca de benéficos futuros. Do outro lado temos a classe que possui menos poder aquisitivo. Essa sempre mostrando o oposto fisicamente, pois, onde falta dinheiro, esbanja-se a solidariedade e a alegria, mesmo em situação menos favorecidas, com roupas mais escuras para prevalecer o tom de que estão mais longe de lugares onde o sol está mais perto.

Segundo ato

Quando entendemos a dinâmica do navio e como ele funciona, vamos para a segunda parte do filme, que é o desenvolvimento do romance de Jack e Rose. Trata-se de uma estrutura muito parecida com a literatura de Romeu e Julieta: um romance proibido por diversos fatores, mas, principalmente por pertencerem a classes sociais distintas.

E é essa diferença que une os dois, principalmente Rose, que se vê presa a uma classe a qual não se sente representada. A todo momento ela se mostra presa naquele mundo cultuado apenas por aparências, e sua aproximação de Jack a faz apreciar as pequenas coisas da vida. O roteiro é muito perspicaz em estabelecer esse romance aos poucos, com foco nos detalhes que fazem os dois se apaixonarem e também permitem que o espectador se apaixone e torça para dar certo, mesmo sabendo o final trágico dessa viagem.

Acompanhado disso temos também um bom elenco de suporte de todos os lados que sustentam uma boa história nas suas mais de três horas de filme, que passam de maneira tão natural e agradável. E após já ter apresentado o navio como um universo – sim, um universo -, pois toda sua grandeza é bem colocada. Em nenhum momento ficamos perdidos e viajamos junto com a tripulação.

Terceiro e último ato

Isso tudo serve também como preparo para o que está por vir pois no seu arco final. Quando o inevitável acontece, já estamos tão imersos, tanto no romance de Jack e Rose quanto no desastre e na eminente tragédia que acontece. Tudo ali importa e isso é feito é magistral, desde a trilha sonora à ambientação favorecendo os efeitos práticos de um navio afundando. Ainda mais pela ótica de Rose, que está narrando os acontecimentos a partir de sua perspectiva, mostrando como Jack mudou sua vida completamente, salvando-a de todas as maneira possíveis e imagináveis.

A estrutura fílmica de um grande clássico está presente em Titanic. Tudo é bem feito e condiz com o título de um dos maiores filmes da história do cinema. Talvez alguns efeitos visuais podem soar datados, mas óbvio que isso não tira a imersão do espectador, pois, aqui, o CGI é utilizado como complemento narrativo e não como fator principal. Claro, sempre deixando aquela dúvida que, por mais que já tenha sido respondida no longa-metragem, ainda ecoa: “por que Jack não subiu na porta com Rose?”.

Emocionante e praticamente uma aula de cinema, Titanic será lembrado para sempre como uma potência cinematográfica.

Onde assistir ao filme Titanic (1997)?

A saber, Titanic reestreia nesta quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023, exclusivamente nos cinemas brasileiros.

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Trailer de cinema do filme Titanic (1997)

Titanic (1997): elenco do filme

Leonardo DiCaprio

Kate Winslet

Billy Zane

Kathy Bates

Ficha Técnica do filme Titanic (1997)

Título original do filme: Titanic

Direção: James Cameron

Roteiro: James Cameron

Duração: 194 minutos

País: Estados Unidos, México

Gênero: drama, romance

Ano: 2022

Classificação: 12 anos

Agenor Florentino

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