31º Troféu HQMix | O Oscar do quadrinho brasileiro

No último domingo, dia 15, ocorreu a 31ª edição do Troféu HQMIX em São Paulo. O evento contou com uma comemoração especial e ainda distribuição de prêmios para diversos artistas da área. Em tempos de retorno da censura, vale ressaltar que o troféu nasceu poucos anos depois do fim da Ditadura Militar no Brasil, na década de 80. Talvez, por este motivo, o discurso entre os premiados enfatizassem tanto o galopante obscurantismo que tem tomado conta do país.

A estatueta esculpida por Itamar Braga trazia a figura de Nhô Quim comemorando seus 150 anos, em outras palavras, 150 anos do surgimento do primeiro quadrinho brasileiro. Tal personagem surge pelas mãos do italiano naturalizado brasileiro Angelo Agostini, no semanário Vida Fluminense, em 30 de janeiro de 1869. 30 de janeiro, por sinal, é o “Dia do Quadrinho Nacional” por conta de tal feito.

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Serginho Groisman foi o apresentador do evento que durou cerca de duas horas. Estiveram por lá figuras já carimbadas como Maurício de Souza e Paulo Caruso. A saber, outros não menos importantes ao quadrinho brasileiro – mas com menos visibilidade – como Mariane Gusmão, também abraçaram prêmios. No caso da Mariane, a artista se deu bem e conquistou a categoria de Colorinista em seu trabalho de estreia com Desafiadores do Destino.

SEM PROVOCAÇÃO NÃO HÁ ARTE

Embora alguns artistas premiados não tenham comparecido à premiação, havia sempre um vídeo com os mesmos falando de onde estivessem e alguém para receber a belíssima estatueta. O prêmio teve 38 indicações (sendo várias delas compostas por mais de uma pessoa) passando por artistas, editoras ou de fomento ao estudo envolvendo a linguagem.

A tônica do evento não poderia deixar de ser a arte. No entanto, a arte também não pode deixar de ser questionadora e provocadora. A angústia era percebida no ar entre os artistas, sentimento este tomado principalmente devido ao período em que vivemos. Agradecimentos debochados a Crivella, Ministra Damaris, Doria ou ao atual presidente por trazer a arte à tônica novamente não deixaram de ser um compromisso pela resistência. Mesmo inconformados, todos se comprometeram em fazer a 32ª edição a qualquer custo.

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