Drácula: A Última Viagem de Deméter

Baseado em um único capítulo do romance clássico de Bram Stoker. Foto: divulgação/Universal Studios

Drácula: A Última Viagem de Deméter – conversamos com o elenco e diretor

Pedro Marco

Passaram 126 anos desde que Bram Stocker revolucionou a literatura gótica com seu Drácula, mas podemos até mesmo ousar que o vampiro mais famoso do mundo nunca esteve tão em alta. Após a estreia do aguardo Reinfeld com a presença de Nicolas Cage como o conde sanguinário, e no aguardo da novíssima versão de Nosferatu por Robert Eggers, o diretor André Øvredal surpreende com uma ousada empreitada. Adaptar um único capítulo do livro.

E para falar mais um pouco Drácula: A Última Viagem de Deméter – anterior à greve dos roteiristas e atores em Hollywood – conversamos com o diretor Øvredal, assim como Corey Hawkings, David Dastmalchian e Liam Cunningham sobre o longa.

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A saber, o filme adapta o capítulo “Captain’s Log” do livro de 1897, que relata por forma de diário como a tripulação do navio Deméter foi completamente chacinada por uma criatura que habitava uma das caixas de madeira junto da carga. Sendo um importante momento da história, já que transporta o conde da Transilvânia para Londres, a cena foi retratada em clássicos como Drácula de Bram Stocker, em 1992, e na recente série Drácula da BBC.

André Øvredal e Liam Cunningham no set do filme. Foto: divulgação/Universal Studios

Diretor

Começando pela mente sombria por trás disso, o diretor norueguês que veio ganhando espaço desde o longa Histórias Assustadoras para Contar no Escuro, nos contou um pouco sobre suas influências. “Sou grande fã de histórias de serial killer. Meu favorito é Seven de David Fincher, e quis trazer isso para o mundo de Drácula”, pontou ele empolgado por ter conseguido alcançar sua meta.

Além do diretor de Clube da Luta, Ovredal citou diversas vezes sua admiração pelo trabalho de Guilhermo del Toro e como replicou isso no clima soturno e nos efeitos práticos. Por fim, fechou o hall de homenagens citando a influência de Riddley Scott e o filme Alien de 1979, visto que esta história também traz uma tripulação aterrorizada em um espaço confinado com um monstro.

Clemens (Corey Hawkins) e Anna (Aisling Franciosi). Foto: divulgação/Universal Studios

Falando sobre os três meses que se estenderam para concluir as filmagens, o diretor não poupou elogios ao elenco, a equipe de maquiagem, e reforçou o grande desafio de se filmar histórias a deriva do mar. O caos da embarcação, a água jorrando e o ambiente limitado, exploraram e expandiram a breve experiência do diretor. Além dessas condições, também lhe foi perguntado sobre o peso da obra de Bram Stocker e das demais adaptações para o cinema, onde Ovredal defendeu a originalidade de sua obra e a intenção de criar a história inteira em cima de pequenos detalhes deixados pelo autor.

Por fim, não demonstrou interesse em sequências, spin-offs ou mesmo em trabalhar com outros monstros clássicos da literatura. Com um sorriso de trabalho concluído, André se dispôs a aventurar em novas áreas do cinema de horror.

Drácula: A Última Viagem de Deméter

Capitão Eliot (Liam Cunningham) Foto: divulgação/Universal Studios

Elenco

Partindo para o elenco, um animado Corey demonstrou o carisma necessário para um protagonista. No filme, o ator de 24 horas: Legado e Infiltrado na Klan, encarna o personagem original Clemens, um médico que acaba ingressando no navio condenado. Assim como o diretor, o ator reforçou o peso da adaptação e a facilidade em se trabalhar com um elenco tão competente. Citando a ação e dramaticidade do filme, ouvimos os elogios se estenderem para a direção de Ovredal, e claro, ao material original. Como protagonista, Clemens consegue ser uma mistura de Jonathan Harker com Van Helsing, e enfrentar o monstro mesmo sendo uma pessoa alheia à luta contra o sobrenatural.

Não menos importante, um papo super animado com Liam Cunningham (Game of Thrones) e David Dastmalchian (Esquadrão Suicida), mostrou logo de cara a divertida química dos intérpretes do capitão do navio, e de Wojchek, seu imediato. David demonstrou seu carinho por adaptações literárias, mas ressaltou que seu primeiro contato com o vampiro veio por meio da revista em quadrinhos A Tumba do Drácula, publicada pela Marvel Comics. Assim, reverenciando Christopher Lee como seu intérprete favorito do personagem, Dastmalchian exaltou também o lado sombrio e moderno do filme, que tem tudo para cativar fãs novos e antigos.

Drácula: A Última Viagem de Deméter

Wojchek (David Dastmalchian), Abrams (Chris Walley) e Clemens (Corey Hawkins). Foto: divulgação/Universal Studios

Descontração

Já o veterano Liam Cunningham, se mostrou bastante fascinado pelo cenário e principalmente pelos efeitos práticos, ressaltando sua empolgação ao ver Javier Botet vestido como a criatura. “Todo mundo que chegava no set perguntava ‘você já viu?’, e então ele aparecia e todo mundo estava acuado. De repente, ele sumia, e ninguém sabia o que havia acontecido”. Além disso, o ator irlandês falou da alegria de estar em um filme com esse peso histórico, e como se divertiu até mesmo nas incessantes horas de maquiagens feitas para cenas específicas.

E por falar em se divertir, o ator deu boas risadas com uma pergunta que fizemos ao final do bate-papo: “Após você ter atuado em uma série de TV sobre o Titanic e feito narração em um documentário sobre o naufrágio, e também passado tantos anos em Westeros, onde acha que o Conde Drácula faria um maior estrago? A bordo do luxuoso navio inglês, ou no mundo de George R. R. Martin?” Após se divertir imaginando, Liam reforçou que Westeros tem uma população muito maior que a de um navio, e isso faria Drácula ter para si um gigantesco banquete antes de um dragão poder tentar alguma coisa.

Contudo, o longa chega aos cinemas dia 11 de agosto, e conclui seu elenco com Aisling Franciosi (Game of Thrones) e Javier Botet (Mama).

Trailer do filme Drácula: A Última Viagem de Deméter

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Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
NAN