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‘Um Ano Inesquecível: Inverno’ deixa o sentimento de uma boa história

Bruno Oliveira

‘Um Ano Inesquecível: Inverno’ é o terceiro filme de uma quadrilogia baseada no livro ‘Um Dia Inesquecível’, que possui um conto para cada estação do ano e escrito por uma autora diferente. Chegamos ao ‘Inverno’ que foi escrito por Paula Pimenta e é mais uma história que possui uma quantidade enorme de clichês, mas que possuem um certo valor. Ao contrário dos anteriores, os personagens possuem uma história de crescimento, não apenas relegando isso à protagonista.

Todos possuem algo para dizer

Em ‘Verão’ e em ‘Outono’, temos uma jornada bem específica de nossas protagonistas. Aqui, temos isso, porém, não só a ela cabe esse arco de crescimento. Todos os amigos que ela faz nessa estação de esqui possuem algo para contar e superar. Com isso, eles formam um tipo de seita para contar suas superações. Essa “seita” por sinal é cafona demais e extremamente clichê, mas serve ao seu propósito narrativo. O mais curioso é notarmos que nossa protagonista é a que tem a questão mais fraca de todos. Se os amigos lutam contra preconceito de cor, sexualidade, gordofobia e até mesmo a superação da morte de um ente familiar próximo, ela só precisa ser um pouco mais madura para lidar com as situações corriqueiras e principalmente com as relações com a sua mãe.

O pior de tudo (ou melhor), é que eu me identifiquei com Mabel, pois já tive minhas férias de verão “arruinadas” pela família. O engraçado é que é exatamente assim e provavelmente a autora Paula Pimenta também já viveu isso. Vamos a contragosto, fazemos amizades incríveis, nos apaixonamos e quando a viagem acaba, voltamos com a sensação de saudades e de que tudo o que foi vivido valeu a pena. O sentimento de fim é muito doloroso, mas recompensador, ainda mais porque você sabe que viveu ao máximo todas as aventuras que apareceram em sua frente.

Um outro ponto que pega nossa protagonista de vez é a relação dela com os pais. O conflito de geração sempre vai existir. Mesmo que a gente repita mentalmente que iremos fazer as coisas diferentes das que os nossos pais fizeram, erros ainda serão cometidos. Ou cairá na armadilha de fazer as mesmas coisas, ou irão nascer conflitos novos do qual não estaremos preparados. Esse detalhe também me fisgou, pois consegui sentir na pele os dois lados dos envolvidos.

Conclusão

‘Inverno’ foi o que mais mexeu internamente comigo. Ele foi o que teve conflitos dos quais consegui entender com uma maior profundidade. Porém, o fato de que ele é um emaranhado de clichês o deixa como uma obra comum sem muito o que oferecer com o tempo. O sentimento de ser uma história boa mas passageira é enorme e, por mais que ela tenha algo de bom, isso irá se perder em pouco tempo em sua memória. Ele apenas irá agradar momentaneamente. Não é um demérito, é apenas uma observação.

Curiosidade

A personagem Inha, vivida por Lívia Inhudes em ‘Verão’, faz uma ponta aqui tornando essa a única ligação até agora entre esses filmes. Mesmo assim, não foi nada demais, pois ela aparece apenas em uma cena e não acrescenta nada na história.

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