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Um Homem de Ação crítica do filme da Netflix 2022

‘Um Homem de Ação’, uma visão romântica sobre Lucio Urtubia

Jorge Feitosa

De família pobre e sem recursos, mas com sagacidade suficiente pra cometer pequenos delitos sem ser pego, Lucio (Juan José Ballesta) era o tipo de espanhol com sangue quente a quem não faltava coragem pra nada e contestava tudo.

E, na qualidade de desertor do exército e refugiado na França dos anos 1960 onde os levantes políticos fervilhavam nas universidades e sindicatos, ele era o candidato perfeito pra integrar o movimento anarquista. Com todos os seus reveses.

Um Homem de Ação: uma história real

Em cartaz na Netflix, o filme Um Homem de Ação (Um Hombre de Acción) narra a história de Lucio Urtubia, anarquista espanhol que colaborou com o movimento primeiro assaltando bancos, para depois se voltar às atividades de falsário de documentos e dinheiro buscando desestabilizar o sistema financeiro capitalista.

Reconstituição de época primorosa

Dirigido por Javier Ruiz Caldera (“Bastardoz”), o filme é uma visão romântica de alguém que acreditava piamente que poderia vencer gigantes, encontrando na namorada – e depois esposa – Anne (Lia O’Prey) o apoio apaixonado que mais tarde seria uma voz de consciência desprezada.

Com uma reconstituição de época primorosa, o filme envolve o espectador apesar de sua extensa duração de quase duas horas. Não apenas pelos aspectos técnicos como pelo charme e dedicação de Ballesta, com seu rosto afável e cativante.

Algo que certamente teria servido para o Urtubia original, que se transformou num paradigma e exemplo vindos de uma época bem mais inocente.