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Um Lugar Bem Longe Daqui crítica do filme 2022 where-the-crawdads-sing

‘Um Lugar Bem Longe Daqui’ carrega uma beleza tocante, mas sem esconder sua natureza selvagem

Jorge Feitosa

Em um brejo da Carolina do Norte, duas crianças encontram o corpo de um jovem logo abaixo de uma torre de metal. Não demorando muito pra fofoca da cidade ligar a vítima àquela que é conhecida como a Menina do Brejo (Daisy Edgar-Jones), uma moça reclusa e alvo do escárnio dos locais desde criança.

Mais Kya Clark tem muito mais por trás de seu comportamento arisco em Um Lugar Bem Longe Daqui (Where The Crawdads Sing), adaptação do romance de Delia Owens em cartaz nos cinemas. Vivida na infância pela excelente Jojo Regina, Kya foi abandonada pela mãe e pelos irmãos e aprendeu desde cedo a lidar com a truculência do pai alcoólatra (Garret Dillahunt), que não demora a deixá-la sozinha no mundo.

Tendo que sobreviver a duras penas do que coleta no pântano, ela não pode contar com muita ajuda além do casal de comerciantes locais (Sterling Macer Jr. e Michael Hyatt) e sua paixão Tate (Taylor John Smith), que logo vê nela o talento para analisar e interpretar a natureza.

Direção competente

Filmando em locações idílicas, a diretora Olivia Newman desenvolve com competência a formação de Kya de uma menina amedrontada para uma mulher determinada. Que sobrevive de suas próprias capacidades e, mesmo considerando os temores de seu experiente advogado (David Strathairn), não se entrega àqueles que a atacaram por toda a sua vida.

Uma vida cheia de paixão que o filme Um Lugar Bem Longe Daqui leva às telas com uma beleza tocante, mas sem esconder sua natureza selvagem.