Uma viagem irreverente com The Rocky Horror Show no Teatro Viradalata

Izabella Nicolau

A remontagem de The Rocky Horror Show em São Paulo, em cartaz no Teatro Viradalata, traz de volta toda a irreverência e excentricidade que consagraram esse icônico musical. Misturando ficção científica, horror e comédia, o espetáculo leva o público a uma viagem surreal pela estranheza.

A trama gira em torno de Brad e Janet, recém-casados que, após um pneu furado, buscam abrigo em um castelo habitado por figuras bizarras, lideradas pelo carismático Dr. Frank N. Furter. A partir daí, a história se desenrola em meio a sensualidade, humor e reviravoltas inesperadas.

Leia também:

A montagem em São Paulo preserva a alma transgressora e provocativa do original e adiciona uma banda ao vivo que brilha por si só. Músicas icônicas como “O Tempo Embaralha Outra Vez” (Time Warp) e “Transformista” (Sweet Transvestite) são entregues com arranjos vibrantes e uma qualidade musical impecável, casando perfeitamente com a força vocal dos talentosos atores.

Elenco

O elenco, além de muito talentosos musicalmente, também são extremamente carismáticos, se tornando o motor que sustenta o espetáculo. Os atores parecem se divertir no palco, transmitindo essa energia para o público, que responde com entusiasmo. A interatividade, marca registrada de The Rocky Horror Show, está muito presente, e a proximidade proporcionada pelo Teatro Viradalata intensifica essa conexão. Os espectadores são incentivados a participar das cenas, gritando respostas e até interagindo com o narrador da história.

Figurino

Os figurinos, vibrantes e exuberantes, são outro ponto alto. Eles capturam com perfeição a extravagância típica da obra, realçando a estética ousada e transgressora que faz parte do DNA de The Rocky Horror Show. Por outro lado, o orçamento limitado se reflete na parte técnica e nos cenários. O palco apresenta uma estrutura simplificada e faltou um maior refinamento em aspectos como a iluminação e o som. Em alguns momentos, problemas com microfones e a qualidade de luzes prejudicaram a imersão, deixando claro que uma produção mais elaborada poderia ter elevado ainda mais a performance dos atores. O Teatro Viradalata, por ser um ambiente intimista, realça essa simplicidade técnica, o que, em certas cenas, acaba quebrando o impacto visual que a peça poderia atingir com um pouco mais de investimento e criatividade.

Pequena ressalva

Vale ressaltar que The Rocky Horror Show não é uma encenação para todos os públicos. Com cenas provocativas e temas adultos, a produção tem classificação indicativa para maiores de 16  anos. A ousadia e subversão presentes na narrativa continuam sendo o atrativo principal para fãs que buscam algo fora do comum, repleto de humor, sensualidade e teatralidade.

Com altos e baixos, esta versão paulistana de The Rocky Horror Show oferece diversão e boas risadas, especialmente para quem já é fã do espetáculo. O carisma dos atores e a energia contagiante do elenco são o coração da produção. No entanto, aqueles que esperam uma superprodução visualmente rica podem se decepcionar com as limitações técnicas. Ainda assim, é uma montagem que respeita a tradição interativa do show e garante uma noite divertida, cheia de música e loucura.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso que fala sobre Cultura Pop.

Izabella Nicolau

Paulistana, nascida em 1999, Izabella mudou-se para a cidade de Santos para cursar Biologia Marinha, mas o destino a levou para o Jornalismo. Apaixonada por NFL desde que assistiu a Atlantafalconizada no Super Bowl LI, escolheu o Green Bay Packers como time do coração. Corinthiana, Nerd, louca por X-Men e apaixonada por seus times: Green Bay Packers, Corinthians, Bayern e Dallas Stars.
NAN