Vidas à Deriva Adrift crítica do filme HBO Max

‘Vidas à Deriva’ vale pela atuação de Shailene Woodley

Wilson Spiler

Antes de qualquer coisa, Vidas à Deriva (Adrift) é baseado no livro homônimo de Tami Oldham Ashcraft e Susea McGearhart, que, por sua vez, é inspirado na história real de uma das autoras.

A história real de Vidas à Deriva

Em 1983, Tami Oldham vivia seus 24 anos da melhor forma possível. Após sair do conforto de sua casa em San Diego, a menina decidiu se aventurar pelo mundo, fazendo de qualquer trabalho algo que a mantivesse viajando. Assim ela conheceu lugares exóticos e belos ao redor do planeta.

Mas quando chegou ao Taiti, não imaginava que a maior mudança de sua vida iria acontecer. A jovem conheceu o velejador Richard Sharp, por quem se apaixonou. Juntos, foram velejar pelo mundo no barco Mayaluga. Eis que ele recebe uma proposta tentadora de levar o barco de um casal de amigos para Califórnia. Entretanto, a dupla não sabia o que estava por vir. Assim, os dois embarcam na maior aventura de suas vidas ao cruzar com o Furacão Raymond.

E o filme Vidas à Deriva?

A adaptação da história real e do livro de Vidas à Deriva para o cinema é bem conduzida, levando em conta como o casal se conheceu e como os acontecimentos ocorreram. Obviamente, há algumas mudanças nesse processo de transição da literatura para as telas, mas o principal está ali.

O filme Vidas à Deriva, em si, tem uma montagem interessante, que narra a história da dupla em duas etapas, que se alternam a todo instante: passado e presente. O intrigante é que o que aconteceu antes não funciona exatamente como um flashback de Tami Oldham (Shailene Woodley), mas como se a produção se passasse mesmo em duas linhas temporais. E, de certa forma, funciona para guiar o espectador na trama. Mas é preciso atenção para não se confundir e se perder na sequência dos fatos.

Shailene Woodley poderosa

Shailene Woodley, pouco a pouco, vem mostrando que é uma atriz maior do que aparenta na franquia Divergente, vide o recente A Última Carta de Amor, lançado pela Netflix. Com uma atuação comovente, ela carrega praticamente sozinha toda a dramaticidade do filme. Entretanto, sua relação com Richard (Sam Claflin) é construída de forma afoita. Em um dia se conhecem rapidamente e no outro já estão jantando e apaixonados eternamente, o que não permite uma conexão mais pessoal com o espectador.

Além disso, o recurso de mostrar tudo em depois períodos diferentes é utilizado de maneira recorrente. Se ajuda a guiar o espectador na história, por outro lado, também provoca um certo cansaço a quem assiste. Talvez, se fosse narrado de forma linear, funcionasse melhor e a paixão fugaz entre os dois ficaria mais crível.

No geral, o filme Vidas à Deriva vale pela atuação de Woodley e por transpor para as telas uma história realmente incrível. Embora a execução não tenha sido das melhores, o enredo ainda consegue prender a atenção do cinéfilo mais interessado em saber o desfecho da trama, este sim, emocionante.

Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Trailer do filme Vidas à Deriva, da HBO Max

Vidas à Deriva: elenco do filme (HBO Max)

Shailene Woodley
Sam Claflin
Jeffrey Thomas
Elizabeth Hawthorne
Grace Palmer
Tami Ashcraft

Ficha Técnica

Título original do filme: Adrift
Direção: Baltasar Kormákur
Roteiro: Aaron Kandell, Jordan Kandell, David Branson Smith, baseado no livro de Tami Oldham Ashcraft e Susea McGearhart
Onde assistir ao filme ‘Vidas à Deriva’: HBO Max
País: Hong Kong, Islândia, Estados Unidos
Gênero: drama
Duração: 96 minutos
Ano de produção: 2018
Classificação: 12 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
NAN