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Vingança e Redenção crítica do filme do Amazon Prime Video 2022

‘Vingança e Redenção’ é preguiçoso e não está à altura de um dos últimos trabalhos de Bruce Willis

Marcelo Fernandes

Uma das discussões atuais sobre a indústria cinematográfica é o sumiço dos filmes “mid budget”, ou orçamento médio, aqueles longas sem pretensão de arrecadar bilhões nas bilheterias, mas que servem como exercício para atores e diretores experimentarem e propor algo novo, o que pode gerar rupturas com alguns paradigmas – e talvez explodir e criar novos modismos.

Esse com certeza não será o caso do filme Vingança e Redenção (White Elephant), dirigido por Jesse Johnson. A produção é lenta, mas não contemplativa, e tem apenas um fiapo de história que parece jogada na tela. O único personagem que ainda tem algo parecido com um arco narrativo é o assassino interpretado por Michael Rooker, um ex-fuzileiro que decidiu deixar o funcionalismo público para trabalhar na área privada, o mundo do crime, e o único disposto a mostrar algo parecido com uma profundidade dramática.

O elenco é estrelado, e é um dos últimos trabalhos de Bruce Willis, aposentado das telas desde o ano passado após divulgar ser portador de afasia. John Malkovich faz um advogado do crime que vaga pela tela sem ter muito o que fazer ou colaborar com a história, e assim segue o resto do elenco. Olga Kurylenko e Vadhir Derbez completam os personagens principais como uma policial traída pelos colegas e um pistoleiro em início de carreira.

De tiroteio em tiroteio

Assim, o filme vai pulando de tiroteio em tiroteio e intriga em intriga de forma rasa, sem mergulhar muito em motivações ou objetivos: as pessoas agem assim apenas por que “é assim que as coisas são”. Sobre as cenas de ação, elas são básicas, e a luta final é longa de um jeito que você quer que acabe, inclusive com o personagem de Rooker derrubando soldados na base de pontapés. Suspensão de descrença é isso aí.

Alguns dos personagens simplesmente somem durante a exibição e você fica na dúvida se foram mortos, deixados em paz ou simplesmente fugiram para outro país. Como dito, a exceção é o assassino de Michael Rooker, que tenta levar o filme nas costas, mas em algum momento dá a impressão de desistir de tudo e se deixa levar.

Por fim, fica a tentativa do diretor de criar um filme que preencha um vazio na atual linha de montagem de Hollywood, porém, entrega pouco. Recomendado apenas como uma forma de homenagear um dos últimos trabalhos de Bruce Willis na frente das câmeras, mais pela história do superastro do que por ser um produto de qualidade.