Vingança Solitária crítica do filme Netflix 2020 (1)

Foto: Netflix / Divulgação

Deixe a ‘Vingança Solitária’ abandonada; é pelo seu próprio bem

Wilson Spiler

Imagine um longa-metragem dos anos 80/90 estrelado por Steven Seagal. Avance um pouco à frente e pense nos trabalhos de Liam Neeson a partir de meados da década de 2000. Agora, troque os protagonistas machos-alfas brancos por uma mulher badass.

Pronto: acho que você já sabe como será Vingança Solitária (Army of One), filme de 2020 protaganizado por Ellen Hollman que passou longe dos cinemas no Brasil e chegou recentemente ao catálogo da Netflix.

O lançamento, apesar de antigo, tem feito muito sucesso no serviço de streaming, tendo, inclusive, ficado no top 1 dos mais assistidos da vermelhinha. Mas, se você acompanha este que vos escreve por algum tempo, sabe muito bem que isso não é exatamente um indicativo de qualidade, mas sinal dos tempos de um público que prefere enlatados norte-americanos a colocar os neurônios para funcionar um pouco. O que, convenhamos, é lamentável.

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Sinopse

Na trama, o casal Brenner (Hollman) e Dillon (Matt Passmore) decidem tirar férias no campo, em um local distante dos agitos da cidade grande. O marido é policial, enquanto a esposa é uma ex-militar. O filme se inicia com flashbacks do homem em cenas de tiroteio, como momentos com esses o tivessem traumatizado e povoassem seus pesadelos.

Até que, durante o percurso na estrada, eles trombam com um camarada chamado Butch (Gary Kasper), que canta a mulher sem o menor discernimento. Ela, por sua vez, retruca o assédio e ele vai embora. Mas, como sabemos, isso nunca acaba assim nesse tipo de filme.

Quando o casal para em um bar para comer, o mesmo pilantra aparece com outros capangas e volta a assediar Brenner. Dillon reage e os dois são capturados. É quando a esposa vê o marido ser assassinado na sua frente com um tiro na cabeça. Mas calma: isso não é bem um spoiler porque se passa no início do filme e é o gatilho para que a mulher trace seu plano de ‘vingança solitária’, como indica o título do longa-metragem.

Jogados no ar

O tempo vai se passando e as coisas vão se sucedendo como esperamos de filmes de Steven Seagal, Liam Neeson, Chuck Norris, e quem mais você quiser citar em obras canastronas e com o mesmo roteiro.

Mas algumas questão ficam jogadas no ar, como o trauma vivido pelo marido, que foi jogado ali sem nenhum sentido; e a falta de compaixão da protagonista, tanto pela morte do esposo, que parece não ter sentida, quanto pelas outras pessoas que o cercam, deixando corpos pelo caminho sem a menor cerimônia. A única com quem ela teve algum sentimento foi uma jovem capturada pela gangue.

Pelo menos é curto

Os personagens também são recheados de estereótipos, com os atores interpretando papéis que estamos cansados de ver em produções B de Hollywood. Mas se os filmes de Steven Seagal e Liam Neeson são ruins, pelo menos as cenas de luta e ação garantiam alguma diversão. Aqui, nem isso se salva.

A direção de Stephen Durham é extremamente preguiçosa, assim como o roteiro, que arruma soluções fáceis em situações das mais impressionantes. Isso só leva a crer que o melhor título para o filme talvez não fosse Vingança Solitária, mas alguma versão feminina de “Missão Impossível”. Improvável também é se entreter com o que vimos, mas, felizmente, o tempo de projeção dura menos que 1h30. Também, com tanta falta de criatividade, seria um crime estendê-lo ainda mais.

Onde assistir ao filme Vingança Solitária?

A saber, Vingança Solitária foi incluído recentemente no catálogo da Netflix.

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Trailer do filme Vingança Solitária, da Netflix

Vingança Solitária (Netflix): elenco do filme

Ellen Hollman

Matt Passmore

Geraldine Singer

Stephen Dunlevy

Ficha Técnica do filme Vingança Solitária, da Netflix

Título original do filme: Army of One

Direção: Stephen Durham

Roteiro: Mary Ann Barnes, David Dittlinger, Stephen Durham, Ellen Hollman

Duração: 87 minutos

País: Estados Unidos

Gênero: ação

Ano: 2020

Classificação: 14 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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