Nomes Trans

Visibilidade: 5 Nomes Trans ou Não Binárias da fantasia literária

Stenlånd Leandro

Nomes Trans e Não binárias. Personagens que passam por transformações são recorrentes nas obras de Caitlín R. Kiernan, autora de A Menina Submersa (2013) e O Mundo Invisível Entre Nós (2020), ambos publicados pela DarkSide Books. Esta é a forma que a escritora encontrou de expressar uma questão bem pessoal: Kiernan é transexual.

Desde sua primeira infância, como Kenneth R. Wright em Dublin, passando pelo Alabama e se mudando para Rhode Island com sua companheira Kathryn A. Pollnac, que é fotógrafa e também faz bonecas, a escritora sempre buscou deixar sua vida pessoal reservada. Assim, a transexualidade é tema presente em suas obras através de personagens que passam por períodos de transformação e de busca por um lugar no mundo.

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Ela comentou sobre o assunto em uma entrevista à revista Locus em 2008: “Da mesma forma que eu não quero ser lembrada como uma escritora de horror, eu não quero ser lembrada como uma escritora gay ou como ‘aquela escritora trans’. Em entrevistas é um tema que eu me sinto tímida em abordar diretamente”. Apesar de nunca ter escondido sua sexualidade, ela não quer que isso se torne um tema central: “Eu nunca escondi a questão da transexualidade, eu só não quero fazer alarde com isso. Não é o que me define”.

Caitlín R. Kiernan prefere tratar este assunto autobiográfico em suas personagens: “Como eu poderia não escrever sobre ter uma mente e um corpo que não combinam?”. Ela acrescenta que é um tema que se mantém forte em suas inspirações e batalhas pessoais: “Eu nunca vou me sentir confortável neste corpo, por vários motivos, e eu sou constantemente atraída ao tema da transformação, em muitos aspectos diferentes”.

Assim, esta abordagem de Nomes Trans e não binárias, de uma personagem que passa por duras transformações no corpo, está no conto Lágrima Sete Vezes Sal, que faz parte da antologia O Mundo Invisível Entre Nós. Em A Menina Submersa, Caitlín aborda a identidade de gênero, subvertendo alguns estereótipos através da relação das personagens Imp e Abalyn.

5 nomes trans ou não-bináries da fantasia

Apesar de se manter discreta sobre o assunto, Caitlín R. Kiernan, através de seus trabalhos, proporciona um ambiente acolhedor, permitindo aos leitores encontrarem eco em suas identificações e desejos. Ademais, com suas personagens passando por fortes transformações, ela manda uma forte mensagem ao público de que está tudo bem se questionar, passar por inseguranças e que há mais pessoas que também não se sentem bem na própria pele.

A literatura, a ficção e o ambiente da fantasia são importantes espaços para dar vez a diferentes vozes, de autores com diferentes histórias e dilemas, que se encontram com as mesmas indagações dos leitores. A seguir, apresentamos cinco autores do gênero de fantasia que são trans ou não-bináries:

1. Sarah Gailey:

Autora conhecida e premiada pelo conto River of Teeth, ganhando um Hugo Award. A saber, seu primeiro romance foi publicado em junho de 2019: Magic for Liars e é considerado uma das melhores fantasias do ano. Sarah se identifica como não-binárie.

2. April Daniels: 

assim como Caitlín R. Kiernan, esta autora trans também aborda aspectos autobiográficos em suas obras, com direito a super-heróis e heroínas trans e queer.

3. J.Y. Yang: 

Escritora de Cingapura que também se define como não-binárie. A saber, em seus contos steampunk Yang explora o corpo humano como uma embarcação para contar histórias, aproveitando seu background com biologia molecular, jornalismo e comunicação científica.

4. Akwaeke Emezi: 

Mais conhecida pelo livro de estreia, Freshwater, autores trans não-binária de origem Igbo e Tamil, uma região da Nigéria. Assim, com pouco mais de 30 anos de idade, tem uma prolífica carreira, chegando até a fechar contrato com a FX. No entanto, por questões de saúde, Emezi decidiu dar uma desacelerada no trabalho desde 2019.

5. Charlie Jane Anders: 

A saber, mais conhecida pelas obras Choir Boy All the birds in the sky, esta autora trans escreve sobre fantasia e ficção-científica, além de também ser editora, apresentadora e uma artista performática.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN