Ainda que tardio, ‘Viúva Negra’ é um belo adeus à Scarlett Johansson
Cadu Costa
É uma arte atrasar o inevitável. Depois dos longos atrasos do tão esperado filme solo de Natasha Romanoff, Viúva Negra está finalmente entre nós. Mas então, vale a pena? A resposta curta é sim. Basicamente funciona como um adeus maravilhoso de duas horas de duração.
Claro que há muita empolgação com o lançamento de Viúva Negra – nos cinemas e na Disney+ com Premier Access em 9 de julho. Por um lado, a personagem-título, interpretada por Scarlett Johansson, no Universo Cinematográfico Marvel desde 2010, finalmente tem seu próprio filme. Por outro, os fãs do UCM finalmente tiveram um novo longa depois de dois anos de seca devido à pandemia da Covid-19. Mas o principal é porque o filme é muito bom.
Diferenciais
E o que diferencia Viúva Negra dos outros projetos Marvel é a escuridão inerente à premissa da personagem. E claro, Scarlett Johansson. A atriz aproveita ao máximo e oferece uma performance poderosa e comovente que serve como um adeus adequado à sua gestão como Vingadora.
A diretora australiana Cate Shortland já trabalhou com dramas pessoais contra um vasto conjunto de eventos antes, mais notavelmente com a tensa história de sobrevivência da Segunda Guerra Mundial, Lore, de 2012. E a personagem se beneficia totalmente de ter uma mulher na cadeira de diretora.
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Shortland faz o melhor trabalho desde os primeiros filmes do Capitão América ao concentrar a Viúva Negra como sempre foi: a figura mais calma no centro das rancorosas personalidades dos Vingadores. Além disso, a diretora mantém as coisas em movimento, nunca permitindo que você sinta o tempo de execução – com ritmo eficiente e emocionante.
Outro destaque vai para Florence Pugh (Midsommar, 2019) interpretando a nova Viúva Negra, Yelena Belova. Sua expressão impassível é perfeita, persuadindo o humor de uma tradicionalmente inabalável Scarlett Johansson. Onde Natasha lidou com frieza, Yelena lidou com o humor.
A história de Viúva Negra
Apesar de todos os elogios, Viúva Negra é um filme tardio. E ainda assim, uma história de origem e fim. No prólogo cheio de suspense, ambientado em Ohio em 1995, conhecemos Natasha (Ever Anderson) quando ela tinha cerca de 13 anos, junto com sua irmã mais nova (Violet McGraw). Em casa, a mãe das meninas (a sempre incrível Rachel Weisz) acabou de colocá-las para jantar quando o pai (David Harbor, de Stranger Things e Hellboy) chega com um olhar preocupado e diz que elas têm uma hora para abandonar o lugar. Eles dirigem para o campo, onde um avião os espera em um hangar empoeirado, e com as autoridades atirando direto no avião, decolam e pousam em Cuba, onde as duas meninas recebem uma droga e são levadas embora.
Seus pais, ao que parece, são espiões russos disfarçados, e toda a “família” foi inventada para viverem juntos por três anos. As meninas são entregues ao General Dreykov (Ray Winstone), um gênio das trevas que as criará para fazer parte de seu exército de elite com lavagem cerebral de agentes femininas letais. Seu santuário de treinamento é a sinistra Sala Vermelha.
A próxima vez que veremos Natasha será 21 anos depois onde ela está tentando juntar os pedaços de sua vida quebrada. E aí a origem dá lugar ao momento após Capitão América: Guerra Civil (2016), quando os Vingadores se separam e Natasha, que desertou para o Ocidente a mando da SHIELD, juntou-se à facção liderada por Steve Rogers. Nesse momento, ela sai pelo mundo em Budapeste, Natasha se reúne com sua irmã, que já é uma assassina e ainda mais cansada.
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A alma de Scarlett Johansson
Mas é Scarlett Johansson quem mantém o filme unido e dá a ele seu toque de alma. O desejo de vingança de Natasha é pulsante, mas também o são suas feridas internas, e Johansson, incomum no gênero de quadrinhos, torna as emoções mais vulneráveis. A humanidade é a parte da força da Viúva Negra.
Enfim, Viúva Negra é um filme que funciona em seus próprios termos, um enriquecimento da história de uma personagem amada. Seu sacrifício final em Vingadores: Ultimato parece ainda mais poderoso visto em retrospectiva. Não importa se veio tarde, a produção é um agradecimento à Scarlet Johansson e sua inesquecível heroína. Em suma, um blockbuster dos bons. Soa como mais um lembrete do que os fãs amavam antes do mundo sair de seu eixo.
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Trailer do filme ‘Viúva Negra’
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Ficha Técnica
Título original: Black Widow
Direção: Cate Shortland
Roteiro: Eric Pearson
Elenco: Scarlett Johansson, David Harbour, Rachel Weisz
Distribuição: Disney
Data de estreia: qui, 08/07/21
Onde assistir ao filme ‘Viúva Negra’: nos cinemas e Disney+
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2020
Classificação: a definir