Vivi Rocha apresenta a sua poesia musical

Rafael Vasco

A cantora e compositora Vivi Rocha acaba de lançar seu mais novo single, chamado ‘Amanhã o Sol’, uma canção que dá um recado direto ao coração. A paulista tem sido um dos destaques da nova cena da MPB. Porém, seu trabalho também traz referências do jazz e da música erudita, berço musical da artista.

Aliás, Vivi tem formação em música e fez parte do Coro Lírico no Theatro Municipal de São Paulo. Portanto, toda essa experiência pôde ser conferida no seus trabalhos autorais, o disco ‘Entreatos’, lançado em 2018 e o EP ‘Impulso’, de 2020. A saber, ela já está produzindo seu próximo material inédito.

Sendo assim, o ULTRAVERSO convidou a cantora para uma conversa sobre o novo trabalho, música erudita e MPB, parcerias e influências musicais. Dessa forma, confira o nosso bate papo: 

ULTRAVERSO: Vivi, sua trajetória artística inclui passagem pela música erudita, tendo inclusive feito parte de concertos no Theatro Municipal de São Paulo. Porém, em que momento optou pela transição para a MPB?

VIVI: Apesar de ter iniciado minha trajetória profissional na música erudita, eu cresci ouvindo muita música popular (MPB, pop, jazz, samba) e comecei a compor as primeiras canções ainda na adolescência. Como eu não conhecia nenhum músico, nem tinham artistas na família, decidi estudar canto lírico, que me parecia um caminho possível. Só que, para isso, tive que me dedicar muito, o que me fez abandonar a composição temporariamente. Anos depois, ainda no Theatro Municipal, senti a necessidade de voltar a compor e de me dedicar a histórias que eu escolhesse contar. Dessa forma, foi aí que resolvi fazer minha transição definitiva para MPB.

Sendo assim, pode dizer qual a diferença entre o cantar lírico e o popular?

VIVI: São dois universos muito distintos. O lírico exige uma voz que soe sem amplificação e o popular pode usar microfones supersensíveis (como numa gravação em estúdio, por exemplo). Muda o tanto de energia que se coloca, o quanto se “carrega” na dicção e até o que é considerado expressivo. Contudo, cantar dos dois jeitos é como falar duas línguas bem diferentes. Para mim, foi um processo de adaptação mais complexo do que eu imaginava.

Em 2018 conhecemos seu primeiro disco autoral, chamado ‘Entreatos’, e sabemos que está em fase de pré-produção de um novo álbum. Nesse sentido, pode adiantar o que teremos de diferente no próximo trabalho?

VIVI: Lá em 2018, os arranjos tinham sido escritos por mim e eu convidei amigos do erudito para tocarem. Foi um disco de transição de sonoridade, mais erudito. Quando fiz meu EP (IMPULSO, lançado em 2020), condensei a sonoridade num trio e consegui trazer a guitarra, que eu já queria antes, mas não tinha sido possível incluir no disco. Agora, além do trio (Eu, Luciana Romanholi na guitarra e no baixo e Priscila Brigante na bateria e na percussão), eu e o Habacuque Lima (produtor do disco) estamos abrindo espaço para samplers e efeitos.

Também teremos muitos vocais, coisa que eu amo fazer, mas não tinha conseguido colocar nos trabalhos anteriores. Além disso, nesse trabalho, eu também vou tocar menos piano e mais rhodes e synths. Portanto, será um disco mais pop, mas, ao mesmo tempo, mais experimental.

Seu single mais recente, ‘Amanhã o Sol’, também estará nesse disco. Conte um pouco como surgiu a inspiração para a letra dessa canção.

VIVI: Ela foi escrita em março deste ano, em plena segunda onda da pandemia aqui no Brasil. Eu tinha acabado de me mudar, estava remanejando vários planos de gravações e lives por conta das restrições e lidando (como todo mundo) com as notícias todos os dias.

Para mim, pessoalmente, foi o período mais difícil da pandemia até agora. Mas, naqueles dias de março, na casa nova, mais perto da natureza, parei para ver um post que dizia: não engole seu choro. Logo, anotei a frase e me sentei ao piano. Fiquei pensando que precisávamos de uma esperança em dias melhores, mas também tínhamos que sentir a tristeza daquele momento, se permitir sentir para abrir caminhos em que o sol nascesse de novo.

Aliás, existe previsão de lançamento do álbum?

VIVI: Será em 2022, porém, ainda sem data definida.

Quais são as principais referências musicais que podemos encontrar em seu trabalho?

VIVI: São muitas, eu sempre ouvi de tudo, sou muito curiosa e amante dos sons. Mas, na MPB tem a Elis Regina, que é uma grande referência, a Marisa Monte, que eu cresci ouvindo e o Milton Nascimento. Dos cantautores, tem Chico Buarque, Lenine, Nelson Cavaquinho. Além disso, pensando em música internacional, a Norah Jones e a Esperanza Spalding são duas referências importantes de cantoras/compositoras/instrumentistas.

Vivi Rocha tem influências líricas e também populares (Foto: Divulgação)

Pode revelar quais artistas desejaria fazer uma parceria?

VIVI: Da cena atual, adoraria fazer parcerias com Anelis Assumpção, que acho genial, também com Zé Manoel e com a Liniker.

Por fim, como tem sido para você produzir música neste período de isolamento social?

VIVI: Tem sido delicioso e desafiador, talvez em iguais proporções. Entretanto, ao mesmo tempo em que eu consegui compor e produzir muito, encontrando novas formas de me aproximar do público pelo online, também tive a dificuldade de conseguir trabalhos e a necessidade de repensar os planos a todo momento.

Enfim, acompanhe a Vivi Rocha

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Então você é artista e acha que não tem muito espaço? Fique à vontade para divulgar seu trabalho na coluna Contra Maré do ULTRAVERSO! Não fazemos qualquer distinção de gênero, apenas que a música seja boa e feita com paixão!

Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!

Rafael Vasco

Um viciado em informação, até mesmo as inúteis. Com dois minutos de conversa, convenço você de que sou legal. Insta: _rafael_vasco
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