‘Xuan-Yuan Sword VII’ é uma despedida honrosa de uma geração

Stenlånd Leandro

A Softstar Entertainment acaba de lançar o sétimo título de Xuan Yuan. Totalmente reformulado, longe do que outrora foi um fatídico C-RPG, o game ganhou nova plataforma e adota a identidade visual mais moderna com pegadas de Action RPG, batizado de Xuan-Yuan Sword VII.
A jogabilidade é um dos pontos altos do game e tem a beleza e a harmonia que talvez tenham faltado em seu antecessor.

Enquanto Xuan-Yuan Sword Gate of Firmament manteve a plataforma de RPG por turno, agora facilita a vida dos gamers. Jogadores têm a liberdade para criar até mesmo seus itens com total customização.
A jogabilidade não é agressiva, mas se impõe como uma novidade um tanto inusitada. Precisamos levar em consideração que jogos chineses são raros em consoles japoneses ou até mesmo americanos.

Xuan-Yuan Sword VII

Uma história ‘mexicana’

A narrativa também se faz interessante, apesar de batida com história de traição. Os personagens agora possuem feições melhoradas que se ‘conectam’, estão mais arredondadas e passam maior emoção em momento de choro, por exemplo.
O game aproveita a oportunidade que tem para nos dar uma aulinha de história da China com temperos de magia, personagens e religião. Quase como um daqueles programas bizarros de teoria da conspiração que você assiste por aí.
Misture a isso uma dose extra de mitologia chinesa e você tem a fórmula para uma narrativa incrivelmente divertida, que não se leva muito a sério e evita ao máximo roubar os holofotes da grande estrela, que é o novo sistema de gameplay.

Não há muito o que se dizer de um jogo que chega, de certo modo, atrasado. O lançamento poderia ter sido feito, por exemplo, diretamente no PS5 ou já ter uma versão para o console.
No entanto, consoles americanos não possuem títulos asiáticos. Ademais, saudosa é a era do Xbox 360 que havia diversos títulos de RPG e Shmups asiáticos.
Precisamos falar ainda da AI, ou inteligência artificial. Os vilões não possuem uma AI competente, mas fazem seu trabalho. Por vezes, passamos próximo de alguns oponentes que, mesmo frente a frente, não esboçavam qualquer reação de identificar a aproximação.
Isso já é bem melhorado em títulos como Sekiro e Nioh. Mesmo o atual Godfall não possui uma AI melhorada. E isso é um grande defeito da geração que chegou em 10 de novembro.

Visual bonito

Não sabemos o motivo, mas boa parte dos títulos asiáticos como RPG e Action RPG possuem gráficos datados. Se pegarem, por exemplo, Sword Art Online, que é um baita título que faz sucesso mundialmente, verão que o visual já é ultrapassado.
Mesmo no Playstation 5, com a chegada de um possível Kingdom Hearts, aquele visual meio ‘quadrado’ provindo de animações japonesas também vai dar o ar da graça.
Xuan-Yuan Sword VII
Ainda assim, é preciso ter em mente de que o título chegou no final da atual geração e cumpre o papel visualmente.
Desde que houve o anúncio, Xuan-Yuan Sword VII se apoiou nas comparações com a série Souls. Afinal, saía do formato de turnos de embate para um Action RPG com vilões enormes em seus trailers.
Para ganhar um pouco de atenção em meio à enxurrada de jogos que são lançados mensalmente, era o mais sábio a ser feito.
A promoção deu certo e conseguiu fisgar todo o nicho de jogadores que não aguenta mais passar oito horas apertando apenas dois botões para salvar todo o protagonismo do antagonista.

Inovações

A Softstar trouxe uma imensa gama de novas ideias para o título, inclusive abusando de suas décadas de experiência com outros jogos da franquia mas, um tanto esquecida ultimamente.
Aliás, você vai encontrar em Xuan uma quantidade embasbacante de mecânicas, ferramentas e experimentações que transformam o game em algo único quando comparado a títulos asiáticos, mesmo que compartilhe das mesmas raízes de tantos outros jogos.
Quando o quesito é as habilidades, aqui, de certo modo, uma para cada arma, além de uma para habilidades e magias. Combos variáveis e personalizáveis para cada um dos cinco tipos de arma? Só se servir.
Felizmente, Xuan-Yuan Sword VII tem um pouco de tudo, sem nunca aparentar que está atirando para todos os lados na tentativa de acertar o maior número de jogadores. Até porque, por ser título de nicho, não conseguiria.
A saber, esses muitos elementos funcionam em harmonia para enriquecer o gameplay. E não se sinta mal de esquecer de um ou outro no começo da sua aventura: com tantas cartas na sua mão, é natural não enxergar todas as possibilidades.
Xuan-Yuan Sword VII
Infelizmente, o modo cooperativo para ajudar o jogador a ter o melhor dos balanceamentos em sua jornada deixa a desejar.
É uma pena que esses Action RPG’s da vida não possuem uma ferramenta para chamar aquele amigo para lhe dar uma mão com aquele chefão pentelho.

O VEREDITO

No final das contas, Xuan-Yuan Sword VII eleva o nível dos RPGs de ação asiáticos ao enfatizar os combates e se mostrar acessível para quem estiver disposto a encará-lo.
Com uma narrativa envolvente e competente em termos visuais, sonoros e, principalmente, em sua jogabilidade, ele se firma sem dificuldades como um bom título para o fim da era do Playstation 4. Não é um Ghost of Tsushima, mas é uma boa pedida.

Prós

  • Muito Conteúdo a ser explorado
  • De certo modo, tem a alma dos jogos Souls em um título renovado
  • Combate desafiador

Contras

  • Algumas mecânicas ficam mal explicadas
  • Não há modo cooperativo.

Stenlånd Leandro

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
NAN