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Foto: Divulgação

Yeah Yeah Yeahs volta após quase 10 anos com disco eletrônico e etéreo

Marcelo Fernandes

O forte do Yeah Yeah Yeahs sempre foi o combo músicas par festas underground – shows ao vivo, com uma mistura de passagens calmas e intensas nas músicas, fórmula desenvolvida pelo Pixies em seus discos, aperfeiçoada pelo Nirvana e utilizada por um sem-número de artistas de diversos estilos.

A diferença da banda reside em toques eletrônicos que a aproximam do trip-hop do Portishead e afins, além do carisma da vocalista Karen O, sempre disposta a dar o sangue em apresentações e composições.

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Influências

As influências dos estilos eletrônicos com o rock mais alternativo são bem claras nas primeiras três faixas, “Spitting off the edge of the world”, “Lovebomb” e “Wolf”, que abrem o Cool It Down, quinto disco de estúdio do Yeah Yeah Yeahs depois de um hiato de nove anos.

Já a quarta faixa, “Burning”, parece feita especialmente para as (poucas) casas que ainda tocam indie rock, e embora tenha as qualidades conhecidas da banda (vocal intenso, elementos eletrônicos usados com cuidado, riffs sincopados usados em momentos da música). Reconhecível como Yeah Yeah Yeahs, mostra amadurecimento no uso daquilo que há disponível, mas ao mesmo tempo uma estagnação no modo de compor.

Igual, mas diferente

As coisas se acalmam em seguido, com “Blacktop”, uma baladinha agridoce sobre relacionamentos e juventude, seguida de Different Today, que, embora animada, talvez seja a mais clichê de todo o disco, com um arranjado tão manjado que poderia ser de qualquer artista.

Por fim, o Yeah Yeah Yeahs continua igual em Cool It Down, mas um pouco diferente: falta um pouco das guitarras sujas de outros discos, em prol de uma produção mais limpinha. Talvez falte no estúdio um pouco da visceralidade que Karen tem no palco, o que pode acontecer nos palcos com arranjos mais rocker. Sem se render aos modismos, a banda volta com um disco que, embora não seja ruim, dá a impressão que poderia ser um pouco mais ousado.

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Ouça Cool It Down, novo álbum do Yeah Yeah Yeahs

Marcelo Fernandes

Jornalista, músico diletante, produtor cultural e fã de guitarras distorcidas e bandas obscuras.
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