35 MM Review

’35 MM’ peca em quase todos os aspectos

Felipe de Andrade

|

14 de março de 2022

O jogo 35MM foi lançado sem muito alarde para os consoles Playstation 4 e Xbox One, bem no começo deste mês março. Isso se deu pois o título já estava disponível desde 2016 para computadores, via steam, além de não ter construído uma grande base de fãs desde seu lançamento original. Ademais, o que torna o seu lançamento tão tardio para consoles ainda mais estranho foi o timing escolhido pela produtora Sometimes You. Uma vez que o jogo se passa na Rússia, que no momento está envolvida em um sério conflito internacional. Este fato pode e vai afetar a venda do jogo em vários países do mundo negativamente.

Sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico, de novo…

Todo o seu enredo gira em torno de um tema que já está se tornando cliché: sobrevivência em um mundo pós-apocalíptico. E ele conta a história de dois homens, aparentemente desconhecidos, que se juntam para um objetivo comum. Travar uma busca através de cenários praticamente desertos do interior da Rússia, como vilarejos, cidades grandes e pequenas, estações de metrô com segredos sinistros, etc. Uma parcela muito grande da população mundial foi dizimada por uma pandemia. Isso levou à carência de recursos de todos os tipos, de alimentos a medicamentos, bem como produtos de higiene, no melhor estilo The Last of Us, mas sem a parte dos monstros.

A história dos protagonistas e dos lugares por onde eles passam se desenvolve durante a gameplay através de diálogos entre eles. Além disso, por meio de documentos encontrados em diversos pontos dos cenários, que explicam boa parte do que aconteceu com os habitantes que abandonaram a região ou que pereceram durante a pandemia vivida no jogo.

Engine Unity ficou devendo em 35 MM

Os gráficos não são nem de longe o ponto forte de 35MM. Mesmo com a produtora fazendo uso da versátil engine Unity, a mesma utilizada em vários jogos da franquia de sucesso: Assassin´s Creed, da francesa Ubisoft. Infelizmente isso não faz com que os gráficos do game em questão não pareçam saídos do início da era do Playstation 3, fazendo uso de neblina, no melhor estilo Silent Hill 1, para limitar a visão do horizonte à distância, gráficos serrilhados, barreiras invisíveis para impedir a exploração de várias áreas, física nada realista, movimentação truncada dos poucos Npcs que existem, e por aí vai. Estes “defeitos” contribuem para tornar a jogabilidade pouco fluida e nada intuitiva.

Além dos gráficos ruins dos cenários também podemos dizer que 35MM faz feio com o visual dos seus personagens. Nem mesmo a dupla protagonista escapa. Com rostos inexpressivos, animação corporal estranha e robótica, eles ainda sofrem de uma péssima sincronia labial durante toda a gameplay. Assim, passa longe de passar uma imagem realista. Em todos os diálogos ocorre uma movimentação das bocas sem vozes, ou o contrário, vozes serem ouvidas com o rosto do personagem completamente estático. Levando em conta que o jogo foi feito na Rússia e seus diálogos dublados existem apenas em sua língua nativa, é no mínimo estranho não acertar uma coisa relativamente simples.

Mais falhas

Existem ainda várias situações que conseguem acabar com a pouca imersão que o título tenta emplacar. Podemos citar, por exemplo, quando entramos em qualquer ambiente fechado. Rapidamente se torna possível perceber a repetição constante de pedaços da textura e de objetos que compõem qualquer local. Isso acontece independente se estarmos em uma sala ou andando por corredores. O mesmo também acontece nos ambientes externos. São dezenas de árvores e casas se repetindo, e “pedaços do chão”, como rastros, marcas de pneu, arbustos, assim como sacos de lixo iguais aparecendo várias vezes, chegando a atrapalhar a localização dentro do cenário. A técnica de copia e cola fica muito óbvia, prejudicando a experiência para jogadores mais exigentes.

 Ambientação e falta do nosso idioma

O jogo não possui dublagem e legendas em nosso idioma. Isso faz com que a tela com “aviso sobre crise compulsiva fotossensível” em português que aparece antes do menu principal seja no mínimo estranha. Ainda mais se contarmos que existem nove idiomas selecionáveis para legendas nas opções, e o nosso não está lá para ser escolhido.

As músicas e sons ambientes também não ficam para trás no quesito de falta de capricho dos desenvolvedores deste título. Tanto as trilhas, quanto os efeitos sonoros, são estranhos e repetitivos até a exaustão. E nem mesmo a utilização do Headset sem fio Série Ouro do Playstation 4 consegue melhorar a sua qualidade. Principalmente quando começa a chover, o que acontece apenas uma vez e é um desastre total para os ouvidos.

Jogabilidade minimalista, sóbria e monótona

O jogo possui uma jogabilidade minimalista, sóbria e monótona, que dura em torno de 3 a 4 horas para terminar. Isso sem ter quase nada para fazer durante a maioria do tempo, a não ser andar. As várias barreiras invisíveis já citadas, e objetos que precisamos encontrar para continuar dar sequência à história, acabam atrasando o progresso, fazendo com que o jogo dure mais tempo do que as horas perdidas necessárias para terminá-lo. Destaque para um trecho em que nos deslocamos por trilhos de trem por nada menos que 10 minutos!

35MM deixa muito a desejar para com o gênero survival horror, pois mal possui elementos que interaja com estes dois termos. Da mesma forma, podemos dizer que existem apenas poucos momentos de ação aqui: dois com quicktime events, recurso pouco utilizados em jogos atuais; e três em que existe algum tipo de ação real, sendo o terceiro um dos momentos mais bizarros que já presenciei nos meus anos de gamer. Sem spoilers aqui.

Ademais, é possível liberar três finais diferentes dependendo das poucas escolhas que ocorrem durante o progresso da história. Isso pode gerar algum fator replay a mais, garantindo algumas horas adicionais para aproveitar o jogo antes de desinstalar ele do console.

35MM: Veredito

Talvez se o jogo tivesse sido remasterizado visando ser mais grandioso em todos os aspectos, e não apenas um port da já fraca versão original para PC, o título poderia passar a ter mais relevância na comunidade gamer, aumentando suas notas e, consequentemente, suas vendas no processo.

Aliás, vai comprar algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:

https://app.orelo.cc/uA26
https://spoti.fi/3t8giu7

Prós

  • Clima de mistério
  • Ótimo plot twist no final

Contras

  • Bugs
  • Gráficos ultrapassados
  • Som ruim
  • Gameplay cansativa
  • Seu roteiro funcionaria melhor em um filme

Trailer

Felipe de Andrade

5.4
GRÁFICOS

Créditos Galáticos: 4

JOGABILIDADE

Créditos Galáticos: 5

ÁUDIO

Créditos Galáticos: 5

HISTÓRIA

Créditos Galáticos: 7

DIVERSÃO E IMERSÃO

Créditos Galáticos: 6

O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman