Crítica de Série | Arquivo X (10ª Temporada)

Alex Rodrigues

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26 de janeiro de 2016

Foi lindo! Ver Fox Mulder e Dana Scully com lanternas em punho verificando um local sinistro balançou o coração dos fãs de Arquivo X. Manter a icônica abertura que seguiu a série ao longo de quase uma década também foi uma “grande sacada” dos produtores, a nostalgia abrandou levemente a ansiedade de saber se os novos episódios possuíam a mesma “pegada” dos velhos tempos.

Mesmo com um bronzeado esquisito e um jeito canastrão do ator David Duchovny, a estreia de The X-Files mostrou que Chris Carter e os demais produtores não erraram na mão nos dois primeiro episódios da nova temporada. Quatorze anos depois e todos os elementos continuam presentes nos misteriosos casos de Mulder e Scully. Conspiração, abduções, fenômenos inexplicáveis, tudo pesado e inserido de forma precisa pelo mestre Carter. Não pude deixar de fazer um paralelo com o retorno da saga Star Wars. Rever os antigos personagens Han, Leia, Chewbacca, os droids foi o máximo. Finn e Ray também foram gratas surpresas, mas, faltou no filme a assinatura do mestre George Lucas. O mimado Kylo Ren não chegou nem na bota de Darth Maul (nem ouso mencionar Vader). Só quem pintou Picasso foi Picasso, se outro artista tentar fazer uma obra igual é imitação. Essa é a relevância do dedo do mestre, a relação com sua criação.

Todo esse rodeio para ressaltar a importância de escalar o criador e todos os produtores originais envolvidos na série, a parte de criação é tão necessária como a forma que a história será dramatizada. Por falar em atuação, Gillian Anderson e David Duchovny envelheceram, mas, não perderam o jeito de encarnar os agentes Dana Scully e Fox Mulder. A química entre eles continuou como nos velhos tempos, a maturidade dos personagens adquirida com os eventos presenciados foi equilibrada com a personalidade de cada um. A incredulidade de Dana e a obsessão de Mulder pela verdade. É claro também, a relação de amor, porém, sem muito afeto vivida pelo casal.

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Ao longo dos anos a série contabilizou mais de 200 episódios, conquistou prêmios e uma legião de fãs espalhada pelo mundo. Em 1993, quando a palavra “nerd” ainda era vista de forma pejorativa por muitas pessoas, o Arquivo X ajudava a abrir as portas para um novo estilo de “ser”.

O interessante é que mesmo com os fatos consolidados após o último episódio em 2002, Chris Carter e sua equipe trazem à tona uma nova conspiração, depois de um hiato de 14 anos, conseguiram criar um link plausível e uma história bem amarrada, sem deixar ponta. A vida do casal de agentes fora do FBI até o seu retorno à Agência será contada ao longo dos seis episódios desta nova temporada, sem atropelo.

Ao ver a reestreia foi um alívio perceber que o retorno da série não se limitou apenas a uma jogada comercial e uma utilização da marca de forma banal, o projeto foi executado de forma tranquila, sem negligenciar personagens. Até a volta do cancerígeno é um mistério que atrai nossa atenção para os próximos capítulos da trama.

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Frente ao avanço das séries nas TVs pagas e streams, a equipe de Arquivo X conseguiu realizar uma boa produção. É claro que não tem o mesmo impacto de 14 anos atrás, mas, foi muito bom constatar que o roteiro baseado em conceitos sólidos, mesmo que antigos (diferente de ultrapassado) consiga sobreviver a modismos vistos na programação atual.

Vale muito a pena curtir esta nova aventura de Fox Mulder e Dana Scully. Também é bom relembrar ou conhecer (para os marinheiros de primeira viagem) as demais temporadas. “The X-Files” (no original) certamente serviu de inspiração para algumas séries de ficção que fazem sucesso atualmente.

Alex Rodrigues

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