Crítica de Filme | O Garoto da Casa ao Lado

Anderson Vidal

Estreia nesta quinta (26/03), o thrilher de suspense O Garoto da Casa ao Lado (The Boy Next Door), estrelado por Jennifer Lopez e Ryan Guzman.

Thrilher de suspense é uma classificação pretensiosa do diretor do longa, uma vez que o suspense é muito fraco e está mais para obsessão juvenil do que propriamente um thrilher.

Na trama, Claire Peterson (Lopez) está a nove meses separada de seu marido após uma traição com a secretária. Vivendo sozinha com seu filho adolescente Kevin, ainda pensa na possibilidade de reatar com o seu marido Gareth, que a quer de volta. Até que um dia, o saradão Noah se muda para a casa ao lado.

O Garoto da Casa ao Lado peca por ter uma história boba e batida, um rapaz mais novo que se apaixona por uma mulher mais velha gostosona e fica obcecado. Apesar da boa atuação de praticamente todo o elenco principal – menos de John Corbett, o ex marido Garrett, que em todas as cenas tem uma expressão de quem não gostaria de estar ali, o filme não empolga e não nos traz conexão com seus personagens, a narrativa do longa não nos permite a isso.

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A edição atrapalha um pouco esse andamento, parece que temos sequências soltas. A cena da pichação no banheiro é um sinal do desleixo do roteiro, que se importou em criar uma boa cena, com uma tensão bacana, mas não se importou em dar um desfecho para a mesma. Outra é a cena das fotos sendo impressas na sala de aula, Claire consegue esconder todas aquelas fotos e ninguém vê nada? E depois? O diretor do filme arma uma ação e não nos apresenta uma reação. E logo em seguida temos o diretor do colégio chamando a atenção de Claire por seu comportamento. Que comportamento? Em momento algum do filme tivemos a protagonista em uma situação desconfortável que a deixasse mal vista em seu trabalho – só aquela cena boba da quadra de esportes que um funcionário vê através do vidro Claire colocando a mão no peito de Noah. Tivemos sim algumas cenas, mas pelo que percebeu, ninguém viu. Ou o diretor do colégio não perguntaria porque está pichado “I fucked Claire Peterson” no banheiro? São pequenos desfechos que fariam mais sentido ao longa.

No mais, o diretor Rob Cohen até cria algum clima tenso e uma dinâmica legal nas cenas necessárias, um exemplo é a sequência de Claire na casa da amiga Vicky no escuro e a cena final, mas peca em um enredo clichê, em uma pequena confusão e correria de alguns fatos. O que houve com a menina que Kevin gostava? Era ela quem estava fazendo sexo com Noah? Não sabemos. Mas, como ouvi na cabine: Eu vim só por causa da Jennifer Lopez – e foi o que também me motivou, a única atração do longa realmente fica por conta de sua protagonista, que está mais bela do que nunca e defende muito bem a sua personagem, apesar dos apesares.

BEM NA FITA: Uma ótima trilha sonora. Jennifer Lopez no elenco.

QUEIMOU O FILME: Enredo e roteiro fracos, final previsível.

FICHA TÉCNICA:

Gênero: Suspense
Direção: Rob Cohen
Roteiro: Barbara Curry
Elenco: Adam Hicks, Bailey Chase, Brandon Rush, Brian Mahoney, Chad Bullard, Forrest Hoffman, François Chau, Hill Harper, Ian Nelson, Jack Wallace, Jennifer Lopez, John Corbett, Kari Perdue, Kent Avenido, Kristin Chenoweth, Lexi Atkins, Raquel Gardner, Ryan Guzman, Travis Schuldt
Produção: Elaine Goldsmith-Thomas, Jason Blum, Jennifer Lopez, John Jacobs
Fotografia: David McFarland
Montador: Michel Aller
Trilha Sonora: Nathan Barr, Randy Edelman
Ano: 2015
País: Estados Unidos
Cor: Colorido
Estreia: 26/03/2015 (Brasil)
Distribuidora: Universal Pictures
Estúdio: Blumhouse Productions / Nuyorican Productions / Smart Entertainment / Universal Pictures

Anderson Vidal

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