CRÍTICA | ‘Decisão de Risco’ discute livre arbítrio, manipulação e paz mundial

Victor Diniz

Os confrontos entre os EUA e o Oriente Médio, juntamente com a tragédia do 11 de Setembro, desencadearam uma série de filmes sobre o tema guerra e terrorismo.

Em Decisão de Risco (Eye in the Sky), o realismo toma conta e revela temas bastante reflexivos. O longa gira em torno de uma operação em Nairobi – Quênia comandada à distância por meio de drones pela coronel Katherine Powell (Helen Mirren) e pelo General Frank (Alan Rickman) na Inglaterra, juntamente com o exercito dos EUA, eles comandam uma operação em que o objetivo da missão é eliminar três terroristas, mas quando surge uma criança no meio do conflito, se inicia uma discussão entre os envolvidos, colocando os militares, políticos e a conselheira Northman (Monica Dolan), sobre como proceder, causando o mínimo de destruição possível e preservar a vida criança.

No filme exibido no Festival de Toronto 2015, as atuações empolgam, revoltam e alguns personagens introduzem a afinidade com o espectador. Helen Mirren traz o equilíbrio certo para a trama. Aaron Paul surpreende na pele do soldado americano e piloto Steve Watts, mostra que deixou para trás as manias e particularidades de Jesse Pinkman (Breaking Bad) e atinge a simpatia com o público. Em seu último filme, Alan Rickman se destaca e mais uma vez dá um show com sua atuação espetacular, se esforça e libera o tom frio e maquiavélico de seu personagem, emocionando quem assiste.

Gavin Hood, que dirigiu “X-Men Origins: Wolverine”, desta vez se supera e entrega um filme que possui um roteiro digno, livre de pontas soltas, aumentando drasticamente a qualidade e se diferencia completamente dos demais filmes do gênero.

Decisão de Risco nos faz refletir sobre a moral e a ética nos conflitos pelo mundo, traz discussões sobre o livre arbítrio, manipulação e a paz mundial, nos questionando sobre o por que alguém possui o poder de decisão sobre a vida de outra.

TRAILER: