CRÍTICA | ‘A Viagem de Meu Pai’ tem clima de cinema francês, mas está longe de ser bom
Demétrius Carvalho
A Viagem de Meu Pai é um filme francês sob direção de Philipe Le Guay e adaptado do teatro. Embora o cartaz nos de uma ideia de uma roadie trip, temos um romance muito mais delicado e profundo do que se sugere. A viagem física acontece, mas de uma forma surpreendente até que o telespectador entenda como ela ocorreu visto que o longa se utiliza do recurso de idas e vindas no tempo em sua trama.
A real viagem que trata a película francesa é a de Claude Lherminier (Jean Rochefort) que prestes a comemorar 82 anos vê sua memória se esvaindo e complicando a sua vida. Impossibilitado de morar só, mas resistente a ideia, ele espanta todas as empregadas que Carole (Sandrine Kiberlain) arruma para ele.
A alternativa mais óbvia de lhe colocar em uma casa de repouso para idosos não é a mais confortável para ela que sofre em sua vida pessoal por viver em função de seu debilitado pai. Para se ter uma ideia do quanto seu pai se distância da vida real, ele vive esperando sua outra filha que mora em Miami lhe fazer uma visita. O grande detalhe que ela faleceu tem 9 anos em um acidente, mas uma noite de sonho com ela e as consequências… bem… melhor você ver por si.
A Viagem de Meu Pai tem toda aquele clima de cinema francês, passando por um tema delicado. Fotografia, figurino e trilha condizem com o clima. Não desabonam a obra, mas é um filme longe de ser bom.
FICHA TÉCNICA: