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Foto: Reprodução / TV Globo

BBB 23: ‘Modo Turbo: que comece a correria!’

Lohan Lage Pignone

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24 de fevereiro de 2023

Essa semana será marcada pelo famoso “Modo Turbo” do BBB 23, dinâmica que, noutros tempos, acontecia somente na reta final do game. Ainda restam 16 pessoas na casa, sendo que uma delas, o Bruno “Gaga”, apertou o botão da desistência (e cá pra nós, não deixou saudade). Por que acelerar o jogo neste momento? Estaria de fato a vigésima terceira edição do Big Brother Brasil fadada ao fracasso?

Little Boni jamais dará o braço a torcer, claro. Em seu Instagram, ele publicou que essa edição já alcançou mais de 111 milhões de brasileiros em apenas um mês; que é nove vezes mais atraente que a Netflix, em termos estatísticos, entre outros dados. Que é um reality de sucesso, não temos dúvida. A questão é: o que é ser bem-sucedido? Qual é a régua primordial que mede essa condição?

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BBB Nutella

Os números não mentem, mas nem sempre o que a boca fala, o coração sente. O BBB 23 já não mobiliza apaixonados como outrora. Já não é mais conversa de bar, já não provoca aquelas discussões nos encontros de família. Foi-se o tempo!

Como reformular um gigante do audiovisual sem que ele perca sua essência? Talvez retomando suas raízes, eu diria. O “BBB Nutella” já deu. Chega desse negócio de camarote. A gente precisa ver gente de verdade, a gente precisa se conectar com as histórias, se identificar.

Grande parte das subcelebridades estão ali preocupadas com seus atuais e futuros contratos. Os “pipocas” já ficam matutando quanto vão ganhar em 15 segundos de stories ou se vão se tornar embaixadores de alguma marca famosa. A busca incessante pela fama (ou pela manutenção dela) torna as relações demasiadas artificiais.

Mais uma vez bato na tecla de que o “BBB” se tornou um comercial alongado em horário nobre. Vitrine de marcas. É uma crítica recorrente que não só eu elaboro, como também diversos espectadores que já estão saturados e vivem comentando nas redes.

Eliminações de Paula e Cristian

Falando do jogo em si, as últimas eliminações de Paula e Cristian foram muito justas. Arriscaram e jogaram mal. Não expuseram seus principais oponentes como deveriam. E como cereja do bolo maldito, o Cristian ainda pratica intolerância religiosa contra o Dr. Fredão. Ricardo “Alface” teria saído no último paredão não fosse o “medo” de Cristian? É provável que sim. Mas o Coringa resistiu e vai continuar atormentando os dias do Cézar Black, que nem de peruca escapa do impertinente Alface.

O medo de Cristian, citado no discurso do Tadeu, a princípio foi interpretado por mim como o “medo de não bater de frente” contra o casal do pacto de cuspe, ou Guskey, ou Cuspey, ou Gustavo e Key, enfim. Mais tarde foi explicitado que, de fato, era o medo contra o Dr. Fred de pé no meio da noite e, naturalmente, de suas crenças religiosas.

Cristian ganhou de presente um belo roteiro. Quase escrito por Woody Allen. Uma comédia de erros e trapalhadas que, no final, daria um strike em bandidos, dogmas e tudo mais. Soma-se ao isolamento que geraram para o loiro topetudo e, pronto: taí a receita ideal para se vencer o BBB. Todavia, Cristian se comportou de uma maneira extremamente passiva, sem reação, sem ímpeto e não jogou caca nenhuma no ventilador. O público esperava por isso! But… not.

Dr Fred

A bola da vez continua sendo o Dr. Fred, que nesse cenário atual pode ganhar muita força, afinal, até mesmo seus até então aliados, o casal agrotóxico, estão se voltando contra ele. Dr. Fred, faça valer essa narrativa e não poupe energias. O Brasil quer ver enfrentamento. Sem medo, sem firulas, sem superficialidades. Quer ver um cara a cara raiz. Quem sabe assim possamos reviver um bocado do que já foi este amado reality?

Liguem o Modo Turbo do BBB 23! Só cuidado pra não correr demais…

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Lohan Lage Pignone

Lohan Lage Pignone, 31, é nascido no Rio de Janeiro (RJ) e atualmente reside em Nova Friburgo (RJ). Graduado em Letras (Port./Lit.) pela Universidade Estácio de Sá e pós-graduado em Roteiro para Cinema e TV, pela UVA. Publicou, em 2011, o livro “Poesia é Isso” (Ed. Multifoco). Assinou o roteiro e dirigiu o documentário em curta-metragem “Terra Nova, Friburgo”. Formou-se em Direção (Cinema) pela AIC.
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