Caçada Selvagem crítica do filme da Netflix 2019

Foto: Netflix / Divulgação

‘Caçada Selvagem’: para ser ruim, falta muito ainda

Wilson Spiler

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22 de julho de 2022

Todo mundo – ou quase – sabe que Gina Carano foi uma ex-lutadora de MMA que vem se aventurando há algum tempo no mundo da sétima arte. A agora atriz até alçou voos altos em blockbusters hollywoodianos como Velozes e Furiosos 6, Deadpool e até na série O Mandaloriano. No entanto, nenhum dos papéis exigia uma grande veia dramática, sendo explorado basicamente seu passado como atleta para cenas de ação.

Nada contra ex-lutadores quererem entrar no ramo do cinema. Alguns até se saem bem, como John Cena, Dwayne “The Rock” Johnson, Dave Bautista, Jackie Chan, Wesley Snipes, Jet Li, entre tantos outros. Mas repare: quase todos com veia cômica ou que exigem mais da parte corporal do que realmente atuando.

Muita gente conhece também Gina Carano como “aquela que foi demitida da Disney” por negar o holocausto nazista e proferir outras diversas besteiras em suas redes sociais. Depois disso, a atriz passou a não ser mais tão bem quista em Hollywood, sendo convidada para produções B, com menor orçamento, ou sem tanta relevância para a indústria cinematográfica.

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Caçada Selvagem ou Busca Implacável?

É exatamente o caso de Caçada Selvagem, filme de 2019 que chegou recentemente ao catálogo da Netflix. O longa conta a história de Clair Hamilton (Carano), uma veterana de guerra (algo que não é explicitado durante a projeção) que persegue os criminosos que sequestraram seu filho. Até aí, temos mais uma tentativa de emplacar um Busca Implacável da vida ou alguma das tantas obras protagonizadas por Liam Neeson nos últimos anos.

O problema é que Caçada Selvagem não traz nada de novo. Temos lá todos os personagens já amplamente desgastados em tela como o bandido bonzinho, o criminoso idiota, o velho mais malvadão e, claro, a protagonista fodona que sobrevive até a quedas de alturas inimagináveis.

Mesmo com 88 minutos, a narrativa cansa e pior: a impressão é que o corte final do diretor David Hackl (Jogos Mortais 5) tenha ficado muito curto. Então, para alongar o filme, ele se deu ao luxo de repetir – isso mesmo, repetir – frames durante as cenas de ação. São literalmente iguais, implementando uma barriga ainda maior ao desenvolvimento do longa. Além disso, os momentos de troca de tiros e lutas são plasticamente feios mesmo, mostrando o quanto um bom coreógrafo faz falta nessas horas.

Falta tudo e mais ou pouco

A direção é uma lástima, o roteiro, então, sem pé nem cabeça. E o que dizer das atuações? Os atores, em meio a tiroteios, nem se assustam e mantêm a aparência de que nada está acontecendo, ainda que um deles seja um adolescente e nunca tenha passado por uma situação dessas. A motivação do crime também é pífia, movida apenas por vingança por uma dívida.

Os únicos que realmente dão medo no filme são os lobos, que, mesmo assim, o diretor aproveita extremamente mal, dando closes nos animais com expressões raivosas, mas não cortando antes que eles pudessem aparentar leves “sorrisos”. Mas, em outro furo de roteiro, essa ligação da protagonista com os selvagens nunca é explicada, ainda que o nome original do longa seja “Daughter of the Wolf” ou “filha do lobo” em português.

Chega a ser surpreendente – ou não – que Caçada Selvagem esteja no Top 1 da Netflix durante a semana. Isso diz muito sobre o público da plataforma ou até mesmo a respeito do momento em que vivemos no país, onde preferimos algo genérico para passar o tempo e descansar a mente a obras que realmente nos façam refletir ou tenham alguma relevância para a sétima arte.

Onde assistir ao filme Caçada Selvagem?

A saber, Caçada Selvagem já está disponível no catálogo da Netflix para todos os assinantes.

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Trailer do filme Caçada Selvagem, da Netflix

Caçada Selvagem (Netflix): elenco do filme

Gina Carano
Brendan Fehr
Richard Dreyfuss

Ficha Técnica do filme Caçada Selvagem, da Netflix

Título original do filme: Daughter of the Wolf
Direção: David Hackl
Roteiro: Nika Agiashvili
Duração: 88 minutos
País: Canadá
Gênero: ação, suspense
Ano: 2019
Classificação: 16 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
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