CRÍTICA | ‘Colette’ é feminista, instigante e deslumbrante visualmente

Giovanna Landucci

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17 de novembro de 2018

A estreia de Colette, no dia 13 de dezembro, trará de volta aos cinemas a tradição de romances impossíveis ou  que seguem padrões de uma sociedade de séculos passados. Com uma boa dose de sensualidade, o filme sai desses padrões pré-estabelecidos e conta com um visual maravilhoso, belos figurinos, uma fotografia intensa conduzida pela meia luz e efeitos de luz e sombra, bem como as paisagens de ambientes externos e luz natural, além da música impactante.

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Keira Knitghley está estupenda em mais um papel que retrata épocas de outrora. A história se passa em meados século XIX e acompanha o passar dos anos para a personagem principal, uma mulher à frente de seu tempo, que rompeu barreiras estudando, tornando-se escritora e tendo romances fora do casamento (há quem diga que com mulheres). Esposa de Willy, seu grande amor, ela se escondeu muitos anos por trás do pseudônimo, utilizando o nome de seu marido a seu pedido para escrever, já que ele já não tinha mais boas ideias e ela estava experimentando novas aventuras e escrevendo sobre si mesma.

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Qualquer detalhe maior sobre esse magnifico romance pode acabar estragando alguma surpresa que está por vir. O longa-metragem envolverá o espectador em paixões e dramas familiares, além de levar ao resgate de uma época em que o romance era tudo que uma mulher sonhava para sua vida, mas, ao mesmo tempo, quando se encontra consigo mesma e percebe seu próprio valor, busca romper barreiras e limites impostos pela sociedade.

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Colette é um filme empoderado, com feminismo forte que não fica nas entrelinhas, pois esta mulher nasceu para brilhar, para ser lida e relembrada. O roteiro se desenvolve através de uma história envolvente que mostra emancipação sexual afetiva e social criadas por ela. Uma das mais belas realizações na categoria dramatúrgica de cinemas deste ano, onde se vê arte de maneira emocional.

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Foto: Diamond Films / Divulgação

A protagonista agarra-se de maneira muito forte a um papel vanguardista e que, aos poucos, vai rompendo as barreiras da imposição da sociedade, soltando as amarras que ela mesma fez com seu marido, pois, inicialmente, é completamente dependente emocionalmente de Harry, que à leva a ruína por seu completo descaso e vícios em jogos e mulheres.

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Sensual, sofisticado, com diálogos que cabem perfeitamente aos dois gêneros, Colette instiga as pessoas a quererem saber o que irá acontecer com esse casal que vive um amor distorcido. Dominic West, após sua ótima performance em “The Affair”, rega este romance com mais uma bela atuação, demonstrando masculinidade tóxica, mas que ainda cabe, infelizmente, nos dias de hoje.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Colette
Direção: Wash Westmoreland
Elenco: Keira Knightley, Dominic West, Eleanor Tomlinson
Distribuição: Diamond Films
Data de estreia: qui, 13/12/18
País: Estados Unidos, Reino Unido
Gênero: drama
Ano de produção: 2018
Duração: 151 minutos
Classificação: 14 anos

Giovanna Landucci

Publicitaria de formação, sempre gostei de escrever. Apaixonada por filmes e séries, sim, posso ser considerada seriemaníaca, pois o que eu mais gosto de fazer é maratonar! Sou geek principalmente quando falamos de Marvel e DC. Ariana incontestável, acho que essa citação de Clarice Lispector me define "Sou como você me vê. Posso ser leve como uma brisa, ou forte como uma ventania. Depende de quando e como você me vê passar." Ah, como é de se notar pela citação, gosto de livros e poesia também.
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