Crítica de Filme | Jogada de Mestre

Baseado em uma história verídica, o longa Jogada de Mestre, cujo título original em tradução direta significa “sequestrando o Sr. Heinekken” resultou no maior resgate já pago por um indivíduo até os dias de hoje. Foi uma -estória- complexa de se contar e difícil de se crer. O caso em questão chegou a dominar as manchetes na época, exatamente em meados dos anos 80. Parecia na época digno de um blockbuster de ação, e que com certeza levaria algumas estatuetas.

O Foco do sequestro era um dos chefões da cervejaria Heineken, no caso, Freddy Heineken (Anthony Hopkins), que foi sequestrado e ficou preso, junto de seu motorista, durante exatas 3 semanas em um galpão. Com isso, todo o filme se transforma num drama-suspense-policial e infelizmente Anthony Hopkins acaba não atuando tão bem como é de costume.

De fato, os atores garantem praticamente toda a sustentação do thriller (mas é só o nome deles mesmo, pois atuação que é bom nada). Jim Sturgess (“Across the Universe”), Sam Worthington (“Avatar”), Ryan Kwanten (“True Blood”), Mark van Eeuwen e Thomas Cocquerel tem uma atuação razoável e o filme que poderia ganhar proporções maiores, acabou caindo no marasmo.

Jogada de Mestre por diversas vezes se torna confusa e em inúmeras ocasiões o cineasta escorrega no desenvolvimento dos personagens principais – e, como resultado, o público é incapaz de torcer por qualquer um deles. Os takes são rápidos e corrosivos, sendo impactante pelo lado negativo, onde qualquer pessoa jamais terá sequer o interesse em tentar assistir o filme até seu final. Há diversos erros de edição. São grotescos e as mudanças bruscas de plano não ajudam. Não há nada que se demonstre jocundo ou razoavelmente razoável.

O roteiro é lento, estranho e não empolga, ocasionando cenas sem nenhum teor excitante, tornando o Jogada de Mestre em alguns momentos, em algo totalmente desolador. Há um total estado de inércia no longa e acredita-se que por isso o filme foi diversas vezes removido do mercado e postergado sua estreia nos cinemas. Fica aquela impressão de que a trama deseja apenas uma apresentação e dramatização dos fatos, sem nenhuma profundidade ou empatia com personagens e dramas envolvidos em um sequestro. O resultado é uma história comum e apática que nem mesmo o prestígio do nome de Hopkins faça valer a exibição, afinal, ainda não se sabe por que esta produção irrisória teve o olhar dos cartolas do mundo do cinema.

FICHA TÉCNICA: