Crítica de Filme: Operação Sombra – Jack Ryan

Bernardo Moura

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7 de fevereiro de 2014

Ao ver um filme como Operação Sombra – Jack Ryan, lembramos que a máxima muito utilizada pelos brasileiros, “em time que se ganha não se mexe”, não foi utilizada pela equipe de produção dos estúdios da Paramount Pictures. Depois de 12 anos, em que tivemos um mediano Ben Affleck para interpretar o mesmo personagem de Jack Ryan, em “A Soma de Todos os Medos” (2002), o espião da CIA volta mais sambando que outra coisa. Acho que ele já está por conta do Carnaval.

Jack Ryan é originado dos livros do escritor norte-americano Tom Clancy, que morreu em 2012 aos 66 anos. O público já conhece Jack Ryan de outros carnavais. O vimos em “Caçada ao Outubro Vermelho” (1990), interpretado por Alec Baldwin; “Jogos Patrióticos” (1992) e “Perigo Real e Imediato” (1994), interpretados pelo ator Harrison Ford e, por último, este interpretado por Bem Affleck já no século XXI. Por isso, ele já é quase um amigo nosso e o conhecemos desde os tempos da escola. Só que o detalhe é que estes quatro filmes citados acima foram retirados das histórias que Clancy escreveu. O filme que está estreando hoje nos cinemas brasileiros, não.

O filme que você verá hoje no cinema é uma adaptação livre tirada das cabeças dos roteiristas David Koepp (“Anjos e Demônios”) e o estreante no mundo dos roteiros, Adam Cozad. Não sei qual é a ideia que eles tinham do nosso amigo Jack. Não sei também se eles não gostaram das versões anteriormente apresentadas desde a década de 90. Eu só sei que eles quiseram inovar e fizeram com que o roteiro pecasse em muitas partes.

Viktor Cherevin e sua rede para acabar com os Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Viktor Cherevin e sua rede para acabar com os Estados Unidos (Foto: Divulgação)

Primeiro eles recontam a história do Jack (como se a gente não soubesse já). A sequência de cenas do estudante que ao ver os atentados (?) das torres gêmeas dos States entra para a Marinha norte-americana é desnecessária. Afinal, nós já sabemos isso de cor e salteado. Depois, Jack começa na CIA e tem que solucionar sua primeira missão no outro lado do mundo. A partir daí, o roteiro vai pecando com cenas desnecessárias (como as primeiras), e cortes mal feitos.

Ah, esqueci de falar quem são os atores. Dirigido por Kenneth Brannagh, o filme tem Chris Pine, de “Star Trek” (2013), como Jack; Keira Knightley como sua namorada Cathy; Kevin Costner como o mentor de Jack na CIA, Thomas, e o vilão de tudo e também diretor do próprio filme, Kenneth Branagh como Viktor. Para facilitar sua vida: Chris Pine não atua bem o agente da inteligência norte-americana, Keira já teve papéis melhores (vide “Anna Karennina”- 2012), e Kenneth… Quem é Kenneth mesmo? O único que se salva é Kevin Costner. O eterno guarda-costas de Whitney Houston (que esteja em um bom lugar!) mostra que possui uma atuação decente e correta. Ele faz de tudo para te cativar e fazer com que você mergulhe na história.

Com o roteiro vacilante e as atuações frias, Operação Sombra – Jack Ryan fica com aspecto geométrico demais ao tentar passar um caráter modernista, sem noção e quase sem vida, com exceção das cenas de ação. Para quem gosta, percebemos que estas foram muito bem feitas. Talvez tenha custado os inteiros 60 milhões divulgados no orçamento do estúdio para o longa-metragem.

BEM NA FITA: Kevin Costner e as cenas de perseguição.

QUEIMOU O FILME: O roteiro, a direção, a edição…

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FICHA TÉCNICA:

Direção: Kenneth Branagh
Elenco: Chris Pine, Keira Knightley, Kevin Costner, Keneth Branagh
Autor da obra original: Tom Clancy
Roteiro: Adam Cozad, David Koepp
Produção: Lorenzo di Bonaventura
Duração: 140 min.
Gênero: Ação/ Espionagem/ Thriller/ Suspense
Distribuidor: Paramount Pictures
País: Estados Unidos
Ano: 2013

Bernardo Moura

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