Crítica de Filme | Os Mercenários 3

Leandro Stenlånd

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20 de agosto de 2014

Uma frase muito antiga que deve-se criar respeito a cada tempo que passa é: “É melhor qualidade do que quantidade”, e assim caminha Os Mercenários 3.
Quando o primeiro longa da franquia Os Mercenários foi lançado em 2010, todo o mundo se voltou para Sylvester Stallone e sua ideia atípica e totalmente insana (pois muitos já haviam tentado tal façanha) de fundir tanto rosto conhecido, que de tão grande que a lista era, que enjoava de continuar tentando lembrar nome a nome.
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Todos sabemos que os Mercenários originais se formaram com 7 membros sendo Sylvester Stallone como Barney Ross, Jason Statham como Lee Christmas, Jet Li como Yin Yang, Dolph Lundgren como Gunner, Jensen Randy Couture como Toll Road, Terry Crews como Hale Caesar e Mickey Rourke como Tool. Mas, como nem tudo são flores cheirosas, com o passar do tempo, o longa ganhou mais músculos e rifles, sendo 21 integrantes do longa, considerando a mescla entre Van Damme sendo inimigo junto de Scott Adkins.
Se voltarmos para o segundo longa antes de gerarmos a crítica do terceiro longa, podemos lembrar que tudo foi-se feito baseado numa gigantesca missão de vingança, quando Van Damme (Jean Villain) matou a sangue frio o mais ”doce” e afável membro da equipe: Billy The Kid – Liam Hemsworth. Todos se recordam que ele tinha um amor chamado Sophia, vivida por Nikolette Noel. Ele desejava deixar o grupo, e aquela seria sua última missão, pois ele almejava dar uma vida digna ao seu amor. O final, todos devem se recordar, que em homenagem ao garoto Billy The Kid, Barney Ross deixou uma certa fortuna para a garota, e isso chegou a quebrar aquela visão de que o filme só teria músculos, força, tiro e ação, levando ao fã da franquia muita sensibilidade neste ponto.
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Agora, em Os Mercenários 3, tudo se complica um bocado e fica destoado a cada instante até um certo momento da película. O filme claro, já se inicia muito clichê, tendo que haver um salvamento (como feito no segundo quando salvaram Trench (Arnold Schwarzenegger) e agora, claro, tinham que salvar de uma prisão de segurança máxima em pleno trem ninguém menos que Wesley Snipes. Bom, Spoilers a parte, ele ja foi um mercenário também, e sem uma razão significativa, o filme realmente não chega sequer a explicar por que da razão de salvá-lo, senão pela amizade?
Se a equipe já era grande em Mercenários 2, imagine agora com a inclusão de novos membros sendo Kelsey Grammer como Bonaparte: Um matador de aluguel aposentado e aliado dos Mercenários, Kellan Lutz como John Smilee: Um ex-marinheiro recrutado para os Mercenários, Ronda Rousey como Luna: Especialista em combate corpo-a-corpo. Glen Powell como Thorn: um veterano de combate altamente treinado e um hacker. Como se não bastasse, Harrison Ford e Antonio Bandeiras integram o Elenco.
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Tudo é mais clichê ainda, quando sequestros e missões de resgates criam aquela mesmice de sempre e você se enjoa por demais de tanto tiro. O que irrita mais, é saber que Jet Li, com seu tamanho ridicularizado no primeiro longa, foi mais ainda no segundo filme onde nem apareceu, e agora no terceiro, apenas aparece no fim do filme, e somente com armas, onde vê-lo lutar tem sido uma enfadonha tarefa para os produtores do longa.
Assim, ver Ronda Rousey (lutadora e campeã de MMA) lutar, é mais estranho ainda. Infelizmente, AINDA não é tão interessante ver mulheres brigando, não é muito peculiar assim, e não chama tanta atenção ainda. Entretanto enquanto isso, Sylvester Stallone já tem em mente o que fazer com a mulherada em um filme: As Mercenárias. Voltando a Ronda, a lutadora que não é atriz, perde um pouco no quesito de carisma, levando um lado mais masculinizado para as telonas, mostrando o quanto ela repudia homens.
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Vamos ao ponto positivo da coisa? Antonio Bandeiras. Sim…é o que dá boost à película. Ele é a graça do filme. é a comédia que faltava. Quando todo filme parece estático, ele vem e quebra você com bons tons de piadas e loucuras que somente um ator renomado poderia levar aos cinemas. Claro, não é muito comum o ator fazer papéis demasiadamente cômicos.
Quanto ao vilão, vamos a história: Anos atrás, o grupo dos mercenários foi fundado por Barney (Sylvester Stallone) e Conrad Stonebanks (Mel Gibson). Entretanto, Conrad se tornou um comerciante de armas inescrupuloso e, por causa de suas atividades ilegais, Barney foi obrigado a matá-lo. O que ele não sabia era que Conrad tinha sobrevivido e, anos depois, retornaria para se vingar do antigo colega.
Mel Gibson e nada é a mesma coisa, um vilão muito menos coerente e destemido, sem fixar aquele formato de inimigo estilo ”coringa” onde você vinha a ter pavor de seus próximos passos, como foi o caso de Villain no segundo longa, que matou a sangue frio Billy The Kid.
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E assim, os Mercenários 3 deixa a desejar, apesar de ser um bom filme de ação, sem muito mimimi, sem muita coerência em fundir tantos nomes e não fazer com que todos reajam naturalmente (como é o caso de Jet Li que não luta), dentre outras peças do elenco que deixaram furos.
Teremos o quarto filme? Acredita-se que sim, mas esperando sempre que o próximo melhore os erros de seu antecessor ou esculhambe de vez tudo o que conquistou até a presente data.

Bem na Fita: As cenas de Ação e efeitos especiais, e claro. Antonio Bandeiras foi o astro de todo o filme praticamente.
Queimou o Filme: Cenas demasiadas de ação muito tiro, pouca luta, e o uso dos personagens. Pela quantidade excessiva de astros, poucos dos novos tiveram foco e ganho de cena. Um outro detalhe, foi deixar de usar Jet Li para lutar como sempre lutou, ao invés , apenas atirou, destoando o tesouro que o ator tem nas veias.
Ficha Técnica:
Elenco: Sylvester Stallone, Jason Statham, Arnold Schwarzenegger, Harrison Ford, Mel Gibson, Bruce Willis, Jet Li, Dolph Lundgren, Terry Crews, Randy Couture, Scott Adkins, Wesley Snipes, Glen Powell, Antonio Banderas, Ronda Rousey, Victor Ortiz, Kellan Lutz, Kelsey Grammer, Robert Davi.
Direção: Patrick Hughes II
Gênero: Ação
Distribuidora: California Filmes
Sinopse: O grupo de mercenários liderado por Sylvester Stallone se reúne para uma nova aventura. Continuação de Os Mercenários e Os Mercenários 2.

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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