Crítica de Série | Da Vinci’s Demons (1ª Temporada)

Leandro Stenlånd

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17 de junho de 2013

O que esperar de um seriado que é produzido por David S Goyer (roteirista da trilogia do Batman) e hoje escreve o roteiro também de O Homem de Aço? O que haveria de tão especial nesse pintor e inventor que faria com que o escritor tomasse para si próprio a ousadia de produzir uma série sobre uma mente tão complexa? O que posso afirmar é que após Júlio César, Marco Antônio e Cleópatra, do famoso Henrique VIII e da controversa família Borgia, até mesmo da dinastia The Tudors, chegou a vez de um dos maiores gênios da humanidade ter a sua vida, ou melhor, sua juventude, contada nas telinhas.

A série mostra os problemas religiosos e políticos da época, e o jovem pintor no meio de todos os acontecimentos tentando mostrar a realidade e libertar as pessoas da ignorância.

Da Vinci’s Demons de início, pareceu-me interessante a história abordada. Com uma inteligência anormal para o seu tempo, o jovem Leonardo faz o tipo nerd sedutor, que vem a entender de muitas coisas ao mesmo tempo.  A série é bem adulta, conta com cenas fortes de violência, nudez e sexo. Portanto, nada de historinhas ou mimimi.

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Após ter feito um acordo com Lorenzo Medici (Elliot Cowan), Da Vinci comprometeu-se a dar vida aos seus desenhos. O próximo objetivo: uma espingarda com mais do que um tubo e que dê para vários disparos ao mesmo tempo. Por outro lado, há a sua atração por Lucrezia Donati (Laura Haddock), mas o seu caráter falso mostra-se cada vez maior, embora discreto. O pintor ruma para além desta sua “vida profissional” ainda anda à procura do seu passado, de se relembrar do rosto da sua mãe, de saber quem ele realmente é e que mistérios o mundo lhe reserva. O que descobrirá desta vez?

Nessa busca infindável pela sua origem, sem pestanejar, vi um seriado ganhar outras abordagens. Uma delas foi fundir algo impressionantemente estranho. Dentro do enredo quem me aparece ? Drácula…Isso mesmo! Ou melhor, Conde Vlad Tepes, ou Vlad, O Empalador. Seja como for, essa viagem à Transilvânia é real e incrivelmente abismal. Não entrarei em maiores detalhes para não estragar a surpresa do motivo do encontro em um submundo tão esquisito, mas que foi maravilhoso ver essa fusão, isso foi.

Outro diferencial da história é a inserção dos mestres de Da Vinci na trama, entre eles, de Andrea del Verrocchio e Sandro BotticelliLucrezia, a amante de Medici (interpretada Laura Haddock), e outros amigos do círculo profissional do inventor, como Michelangelo, ganharão também novas representações. “Nós podemos conhecer a Mona Lisa na segunda temporada”, revela Goyer.

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Referências ao Batman aparecem ao longo dos episódios. Bob Kane, um dos responsáveis pela DC Comics, admitiu que a inspiração para a capa do Cavaleiro das Trevas surgiu dos desenhos de Da Vinci e, é claro, que Goyer deve explorar mais ainda esta ligação. “Leonardo terá também uma memória negra de uma caverna (sim, uma espécie de Bat Caverna). Ele escreverá em seus jornais e desenhará o lugar. Alguma coisa ruim aconteceu lá e, por isso, ele inventa a máquina voadora”, conta.

Os mistérios são infinitos na série. Da Vinci anda à procura do rosto da sua mãe. “Eu consigo desenhar tudo o que vejo, menos o seu rosto”, palavras do próprio, e isso intriga-o. Desde o primeiro episódio, onde o personagem se depara com uma sociedade bastante secreta, ele quer saber mais sobre ela, pois sabe que assim saberá mais sobre a sua mãe. Mas os romanos entram em seu caminho. Porque os romanos são católicos e estamos vivendo o período da Inquisição. Sabem a sua preferência? A forca.

A construção da sua arma também não vai melhor. Tem falhas que ele não consegue ver. Mas com uma pequena ajuda, ela se ajusta. O melhor nisso tudo será o uso final (no episódio) que ele lhe vai dar. Vai ser uma boa armadilha, um bom esquema, uma boa atitude. Na oposição encontra-se a Igreja e Lucrezia. O desejo de derrubar Florença e fazer com que Roma se torne novamente um império é cada vez maior, e os “materiais” utilizados são bastante úteis, mas serão suficientes?

O que posso afirmar é que Da Vinci’s Demons é uma série que tem  um piloto excelente, além do restante do seriado ser bastante interessante, digno de aplausos pela trama que é fora do comum.

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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