CRÍTICA | Luke Cage | 2ª Temporada [SEM SPOILERS]

Pedro Marco

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15 de junho de 2018

Luke Cage. O indestrutível membro dos Defensores ressurge nas telinhas do serviço de streaming mais amado do mundo para uma segunda temporada de sua jornada. A sequência da saga do herói do Harlem traz o peso de um início com críticas mistas e as consequências da primeira união da equipe de justiceiros urbanos.

Neste segundo ano, vemos Luke se adaptando após sair da prisão, de volta ao Harlem após a luta ao lado dos Defensores. Com a mídia da cidade na sua cola e os grandes mafiosos ganhando poder, ele terá que fazer grandes sacrifícios para mostrar ao seu povo o que significa ser um herói.

Leia a nossa CRÍTICA DE DEFENSORES

Com pontos altos no início e final, separados pela grande barriga no meio, a série mostra que a Marvel/Netflix ainda não conseguiu enxergar um caminho certo para dividir seus episódios. As quase 13 horas conseguem demonstrar fortes influências de tudo o que aconteceu desde a primeira temporada, como a nova fase do herói nos quadrinhos e a estreia de Pantera Negra nos cinemas.

A paleta de cores da série continua um show à parte. Mesmo abandonando a clássica camiseta amarela do protagonista, não há uma cena em que a cor não apareça em algum canto da imagem. As perdas de Pop e Cottonmouth no ano anterior afetam negativamente a série que tenta se apoiar em atuações medianas com personagens subaproveitados. Isso se dá, de maneira infeliz, principalmente com o protagonista que dá título à produção. Apesar de uma perceptível evolução de Michael Couter no papel do Poderoso, o personagem continua distante do amado pelos fãs.

Cage surgiu nos quadrinhos com o diferencial de ser um herói de grande autoestima que cobrava pelos seus serviços e era questionado por isto. Em contraponto, sua versão audiovisual fica em cima do muro entre abraçar a condição e negá-la por completo. A ideia, vinda de terceiros, é inconstante e cheia de falhas. Cage oferece seus serviços para pessoas à margem da lei, enquanto a série esconde as reais consequências dessa característica tão marcante.

O piloto dirigido pela pantera Lucy Liu é um diferencial em qualidade positiva na sequência. Os demais episódios acabam trazendo uma câmera indecisa e, em alguns casos, com uma trilha sonora perdida e sem casamento com o que está sendo mostrado. As cenas de ação acompanharam a evolução da série, mas sem sair da zona abaixo da média. Anticlimáticas e desmotivadas, as lutas se escoram nos diálogos recheados de frases de efeitos dos personagens.

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Uma parte gratificante da nova fase do herói do Harlem foi a questão de sua imagem atrelada à mídia. Camisetas, marcas e vídeos de fãs, montam uma imagem mais realista do herói, que apesar de flertada por outras produções, encontrou seu ponto certo aqui. Outros pontos altos se encontram na comédia e nos ganchos da temporada. Os alívios cômicos e os momentos de ligação entre os episódios acompanharam as críticas até se tornar um bom respiro na trama.

Já as apresentações finais no desfecho de alguns episódios, apesar de remeterem diretamente ao clássico ressuscitado Twin Peaks, acabam se tornando um artifício cansativo ao decorrer de uma série comumente maratonada.

O antagonismo fica na indecisão entre um vilão excêntrico, porém ausente; a quebra da invencibilidade de Cage por novos armamentos, abandonada na segunda metade; e um grande novelão de traições, reencontros, reconciliações e novos relacionamentos. Comparar a temporada com suas antecessoras é enfatizar como a falta de um vilão de peso pode deixar desinteressante até a mais interessante trama.

A violência da série também foi crescente, ao ponto de ter momentos completamente incomuns para o público-alvo da produção. As participações especiais se dividem entre pontualmente acertadas e tardias, onde um personagem citado para ser chamado com urgência no final de um episódio só viria a mostrar sua cara quase no desfecho da trama.

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No frigir dos ovos, Luke Cage 2 é uma versão melhorada de seus protagonistas, mas com a saudade de um vilão que leve a trama nas costas. Vale a conferência, para quem gostou do primeiro ano, sabendo que a temporada é uma sequência direta de Defensores.

::: TRAILER

https://www.youtube.com/watch?v=xKoqOKRJUFk

::: GALERIA

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::: FICHA TÉCNICA

Temporada: Segunda
Criação: Archie Goodwin, John Romita Sr.
Elenco: Mike Colter, Simone Missick, Rosario Dawson, Alfre Woodard, Theo Rossi, Mustafa Shakir, Gabrielle Dennis
Gênero: Ação
Ano: 2018
Classificação: 16 anos

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
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