CRÍTICA | ‘The Silence’

Jorge Feitosa

|

16 de abril de 2019

Filme B por excelência.

Originalmente, a expressão “Filme B” foi cunhada na década de 30, onde, após a crise financeira de 1929 e para manter o público nas salas de cinema, foram criadas sessões duplas com um filme de maior orçamento e destaque para as maiores estrelas (Filme A) e outro de menor custo (Filme B).

Leia mais:

CINEMARK EXIBE ‘A LISTA DE SCHINDLER’ EM COMEMORAÇÃO AOS 25 ANOS DO FILME
– SHELL OPEN AIR DIVULGA PROGRAMAÇÃO DE 2019 PARA O RIO DE JANEIRO. CONFIRA!!
‘VINGADORES: ULTIMATO’ PODE ULTRAPASSAR ‘AVATAR’ NA BILHETERIA?

The Silence, obra do diretor John R. Leonetti com base no livro de Tim Lebbon, com certeza se enquadra na segunda categoria. Mas isso não é demérito para a produção.

Logo no início do filme, uma exploração de cavernas e uma sucessão de imagens ao som de um órgão lúgubre deixa claro que uma praga de tempos imemoriais retorna para assolar a humanidade. Trazendo à tona todos os elementos do gênero de sobrevivência, da descoberta da ameaça pelos personagens à sua luta para se manter vivos. Em seguida, somos apresentados à adolescente Ally Andrews (Kierna Shipka), vítima de um acidente que a deixou surda e sua família, vividos por Stanley Tucci (pai), Miranda Otto (mãe), Kate Trotter (avó) e Kyle Breitkopf (irmão).

A ligação emocional com o público está na limitação da protagonista (Shipka), que, por não contar com a audição frente a uma ameaça guiada pelo som, percebe nuances no ambiente que denunciam a chegada das criaturas. Seria um recurso fácil, não fosse o empenho dos roteiristas Carey e Shane Van Dyke.

Foto: Netflix / Divulgação

Ao invés de simplesmente descambar numa sucessão de clichês, o roteiro dirigido por Leonetti torna-se uma estrutura cadenciada, onde todas as situações se resolvem de maneira rápida, mas não apressada, e em que todos os personagens coadjuvantes tem sua função, quer seja a de amparo, como o amigo (John Corbett), a avó (Trotter), o interesse amoroso (Dempsey Brik) e até mesmo o cão, ou as ameaças humanas, como o líder da seita silenciosa (Billy MacLellan).

É claro que o CGI das criaturas incomoda um pouco e seu design de morcegos “alienizados” me fez achar graça no início, mas têm seu apelo, assim como a retratação do estrago que fazem nos corpos das pessoas. Tudo parte do charme do filme. A fotografia e a escalação do elenco também merecem reconhecimento, com Tucci e Otto vivendo pais esforçados e cientes de que tudo o que importa agora é sua prole neste mundo cada vez mais sombrio.

Enfim, The Silence é realmente um filme B quando comparado a Um Lugar Silencioso, mas seu roteiro enxuto, direção precisa e atuações honestas não o deixam chato de assistir. Pelo menos vale o tempo gasto.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: The Silence
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Carey Van Dyke, Shane Van Dyke, baseado na obra de Tim Lebbon
Elenco: Stanley Tucci, Kiernan Shipka, Miranda Otto
Distribuição: Netlfix
Data de estreia: qua, 10/04/19
País: Estados Unidos
Gênero: terror
Ano de produção: 2019
Duração: 90 minutos
Classificação: 14 anos

Jorge Feitosa

@jorgefeitosalima
O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman