Invasão Zumbi 2 Península crítica

‘Invasão Zumbi 2’ foge do clima original, mas diverte

Danilo Firmino

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30 de novembro de 2020

Lançado em 2016, Invasão Zumbi (Train to Busan) foi um filme de drama, terror e ação que chamou a atenção do mundo. Sucesso de crítica e bilheteria, a trama coreana conta a história de Sook-Woo (Gong Yoo), um executivo viciado em trabalho que precisa levar a filha Soo-an (Kim Soo-Ahn) de Seul para Busan.

Entretanto, o grande problema é que, no meio do caminho, acontece um apocalipse zumbi! Assim, é difícil destacar apenas um elemento nesse longa. As cenas de ação dos ataques dentro e fora do trem são de tirar o fôlego, bem criativas e coreografadas.

Além disso, as motivações dos protagonistas são críveis e coerentes. Você se apega e torce para que sobrevivam – mesmo os personagens secundários são interessantes a ponto do espectador se importar com eles. Ouso dizer: Invasão Zumbi é certamente um dos melhores filmes de zumbi de todos os tempos.

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A trama

Então, diante de tantos predicados, é natural a expectativa em relação ao lançamento de Invasão Zumbi 2: Península (Train To Busan 2), que acontece quatro anos depois dos acontecimentos do primeiro. A saber, a nova história gira em torno de Jung-Seok (Dong-Won Gang), ex-soldado que precisa retornar para uma Coreia do Sul já devastada com a missão de resgatar uma grande quantidade de dinheiro em uma zona infectada. Assim, o filme expande o universo conhecido, seguindo a ideia do “quanto mais, melhor”, se preocupando em nos mostrar mais zumbis, mais ação, mais situações tensas e mais drama.

O primeiro filme brilhava justamente no seu tom intimista: o drama familiar, as relações entre personagens e a tensão claustrofóbica – é uma produção contida em sua essência. Quando todos esses elementos são potencializados, transbordam. A cidade aberta, com muitas tramas e possibilidades, dilui a tensão – a motivação principal e genérica do protagonista e a divisão em vários núcleos também não ajuda.

Por outro lado, aqui, a sutileza foi substituída pelo melodrama, com direito a trilha sonora alta para arrancar lágrimas. As situações de ação são inverossímeis para um filme que pretende “se levar a sério” e todas as cenas de perseguição de carro se encaixam nessa categoria. Na tentativa de não perder a identidade do primeiro e ampliar os acontecimentos, Invasão Zumbi 2 peca pelo excesso. Mas, felizmente, não o suficiente para ser ruim.

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Chuvas e trovoadas

Pelo contrário, Península é um bom entretenimento. Afinal, o diretor é muito talentoso e as cenas de ação (em sua maioria) são dinâmicas e as interpretações competentes. Ademais, a Coreia do Sul apocalíptica é fascinante, deixando a situação caótica do país bem clara.

Enfim, o filme consegue convencer o espectador que a história se passa no mesmo mundo que o anterior, com seus zumbis característicos, ágeis, flexíveis, com veias pretas saltando no rosto e o corpo se contorcendo de maneira rápida e inquieta.

A urgência e tensão estão presentes, em especial no terceiro ato. E isso torna a experiência satisfatória dependendo do interesse do espectador. Embora o CGI incomode com frequência – em especial, novamente, nas cenas de perseguição de carro.

Embora se perca na tentativa de ampliar os acontecimentos do primeiro longa e não perder a essência, Invasão Zumbi 2: Península é um bom filme do gênero “apocalipse zumbi”. Afinal, mistura elementos de ação, terror e (melo)drama. Se o leitor gosta de longos planos de choro e desespero, a chance de apreciar a película é grande. Caso ache apenas uma tentativa “barata” de gerar emoção, pode se decepcionar um pouco.

De qualquer forma, a dica é: sem expectativas! Se o primeiro longa parece uma incrível salada de Guerra Mundial Z com Expresso do Amanhã, Invasão Zumbi 2: Península prefere Velozes e Furiosos com pitadas de A Usurpadora. E isso diz muito sobre o filme.

TRAILER

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FICHA TÉCNICA

Título original: Train to Busan 2
Direção: Sang-Ho Yeon
Elenco: Gang Dong-won, Lee Jung-hyun, Lee Re
Distribuição: Paris
Data de estreia: qui, 26/11/20
País: Coreia do Sul
Gênero: terror
Ano de produção: 2019
Duração: 116 minutos
Classificação: 14 anos

Danilo Firmino

Danilo Firmino é mestre em história, entusiasta de filmes de terror, RPG e filosofia. Rubro-negro, não perde a chance de ir ao Maracanã mesmo com o Flamengo não merecendo. Apaixonado por metal, mas permite MPB e músicas anos 80/90 em sua vida - mas isso é segredo.
6
Créditos Galáticos

Créditos Galáticos: 6

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