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Maria Rita emociona público em show histórico em Porto Alegre

Tatyane Larrubia

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11 de outubro de 2021

Neste sábado, 9 de outubro, a cantora Maria Rita se apresentou no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre. Foi o primeiro grande show na cidade depois da longa quarentena que tivemos que atravessar nesses últimos meses por causa da pandemia. Foi o primeiro que cobrimos também. E foi impossível fazer essa cobertura sem se emocionar e, obviamente, vai ser impossível publicá-la utilizando apenas sentenças na terceira pessoa.

Como descrever a noite deste sábado sem mencionar a emoção que é estar novamente em um show, ser parte de um todo que vibra, canta e interage na mesma frequência? É impossível vir aqui e falar apenas do show de Maria Rita.

Mas também é impossível não reconhecer o protagonismo e a escolha certeira da cantora para liderar essa missão. Sua presença de palco é extraordinária e, definitivamente, foi essencial para fazer com que nós nos sentíssemos conectados como se espera sentir em um show – apesar do usos das máscaras e dos lugares bloqueados provocando um leve distanciamento.

Maria Rita se emociona em show

Com mais de duas mil pessoas aguardando e gritando pelo seu nome, Maria Rita entra no palco para o show ao som de “Reza”, música do seu álbum mais recente de estúdio, Amor e Música (2018). Não deu trinta segundos de música e a cantora já se emocionou. Aquela expressão que transparecia “finalmente estou aqui no palco de novo”.

A gente também estava assim “finalmente eu tô cobrindo um show de novo”. Todo o público, provavelmente, também “finalmente eu tô aqui de novo (em um show, vendo Maria Rita, vacinado, saindo de casa, com amigos, com música ao vivo… a interpretação é livre)”, porque cantavam alto – o que é difícil com a máscara -, batiam palmas, enfim, trocavam energia. Foi lindo.

A segunda música foi a clássica “Não deixe o samba morrer”, interpretado originalmente por Alcione, e que é figura carimbada no setlist da cantora desde os show do álbum Samba Meu (2007), e foi seguida de “Maltratar não é direito” e “O que é o Amor”, ambas do mesmo disco.

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Foto: Taty Larrubia / Amora Imagem

Maria Rita homenageia mãe no show

O setlist não deixou a desejar e mesclou músicas de todos os seus álbuns e covers de peso como “O bêbado e o Equilibrista”, “Vou Festejar” e “Samba de Arerê”. Teve também um momento de homenagem à mãe, Elis Regina, cantando o samba enredo de 2019 da escola paulistana Vai Vai, “Simplesmente Elis Regina”.

Na plateia, pediram para cantar músicas da mãe, mas… com seis álbuns lançados, sério que as pessoas vão para o show dela para ouvir as músicas da mãe? É impossível medir a importância de Elis Regina e todo o seu legado para a música brasileira. Mas o show era de Maria Rita, oras.

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Foto: Taty Larrubia / Amora Imagem

Preocupação da cantora

Durante a apresentação, a cantora falou muito. Do quanto estava emocionada em estar ali, do quanto o palco recarregava suas energias e do quanto era importante a gente tirar algum tipo de aprendizado com tudo isso que estava acontecendo ao nosso redor. Também falou de como estava preocupada e com sentimento dividido em relação aquela noite:

“Falei inclusive em uma entrevista, se não estiver se sentindo confortável e seguro, não venha. Ao mesmo tempo que estou feliz, estou preocupada comigo, com minha banda, com vocês. É uma decisão muito difícil”, desabafou.

Apesar da maior parte do show, o público estar sentado, isso não impediu a forte interação com a artista, onde até muitos gritos de “Fora Bolsonaro” e “Ele não” ecoaram pelo salão. Provavelmente os bolsonaristas que estavam na plateia de Maria Rita devem ter pensado “nossa, nada a ver misturar a política com o show”.

Foto: Taty Larrubia / Amora Imagem

Arte e política

Mas é interessante perceber como tudo é exatamente ao contrário: a arte é política, samba é político. Tão político que no setlist do show Maria Rita incluiu “O Mestre Sala dos Mares”, de Aldir Blanc e Joao Bosco, que abordam a escravidão; assim como já dissemos lá em cima, “O Bêbado e o Equilibrista”, que traz denúncias da época da ditadura. A cantora não precisou dizer “Fora Bolsonaro” ou fazer qualquer pronunciamento claro. A música disse por si só.

No final do show, o público não se aguentou e levantou. E Maria Rita tentou encerrar a noite com “Vou festejar”, mas a plateia insistiu no bis, e ela não hesitou em atender, deixando o recado: “O show tem que continuar”.

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Tatyane Larrubia

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