Foto: Netflix / Divulgação
‘O Diabo em Ohio’ prova que nem tudo que faz sucesso na Netflix vale a pena ver
Wilson Spiler
|8 de setembro de 2022
Nem sempre as produções que ocupam o top 10 da Netflix agradam crítica e público. Essa sincronia, aliás, dificilmente acontece. É mais ou menos o que acontece na série O Diabo em Ohio, minissérie que estreou no início de setembro no catálogo da vermelhinha.
Na trama, Suzanne (Emily Deschanel) é uma psiquiatra que abriga Mae (Madeleine Arthur) em sua casa após a jovem fugir de um culto misterioso. Sem saber muito sobre a mocinha, a profissional de saúde vê nela um espelho de sua própria infância afundada em relacionamentos abusivos. Mas, ao ter o gesto de solidariedade, ela nem percebe que pode colocar a própria família em risco.
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O Diabo em Ohio é uma história real?
Baseada no livro homônimo escrito por Daria Polatin, que também é showrunner e produtora-executiva de O Diabo em Ohio, a autora garante que se inspirou em acontecimentos reais. De acordo com a escritora, a história foi contada, originalmente, por Rachel Miller (que também é uma das produtoras da série da Netflix). Foi o relato da amiga que a incentivou a escrever o livro e, eventualmente, oferecer a ideia à plataforma.
Polatin, no entanto, disse que a narrativa utilizada por ela é diferente, e que apenas utilizou a história real como base para a trama. A escritora, claro, não revelou detalhes sobre os fatos, quando ocorreram e muito menos as identidades das pessoas envolvidas, mas assegurou que eles realmente aconteceram em Ohio.
Proposta fracassada
Embora tenha uma trama maligna, com ocultismo, entre outros detalhes sombrios, O Diabo em Ohio não consegue obter êxito com sua proposta. A não ser que seu objetivo seja atingir um público mais adolescente, que se impressiona com qualquer coisa “adulta” ou relacionada a satanismo.
A série, em momento algum, consegue imprimir a tensão que exigia ou provocar sustos, embora os tente. Entretanto, a direção opta por tantas cenas que não levam a lugar algum que fica cansativo assistir. Recursos como levante do som aqui e e takes fechados ali para provocar angústia no espectador são usados em demasia, e só o que causam é esgotamento, afinal, não dão em nada.
Direção e roteiro perdidos
A trilha sonora – misturando um canto lírico com uma batida mais pop -, bem como atores de segunda linha e sem carisma, só ajudam a realçar essa visão decepcionante sobre a série. Diante de uma abertura interessantíssima, o desenvolvimento se enrola no emaranhado de problemas que a produção apresenta. Falta diabo, sobram problemas entre adolescentes. Nem a questão dos relacionamentos abusivos são bem aprofundados.
O desfecho aberto de O Diabo em Ohio ainda revela como os autores estavam perdidos diante do material que tinham em mãos. Mesmo que a própria escritora do livro tenha participado da construção do texto da série. O que é um sinal muito forte de que a obra literária também não é lá de grande qualidade.
Em resumo, a minissérie O Diabo em Ohio é envolta em reviravoltas sem sentido, soluções desconexas (que chegam a constranger, por vezes) e um encerramento frustrante. Um desperdício de oportunidade, mostrando – mais uma vez – que nem sempre o que faz sucesso é bom.
Onde assistir à série O Diabo em Ohio?
A saber, a série O Diabo em Ohio estreou no dia 2 de setembro de 2022 no catálogo da Netflix.
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Por fim, não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do Ultraverso:
Trailer da série O Diabo em Ohio, da Netflix
https://youtu.be/sboFLmeD-9M
O Diabo em Ohio (Netflix): elenco da série
Emily Deschanel
Sam Jaeger
Gerardo Celasco
Madeleine Arthur
Xaria Dotson
Alisha Newton
Naomi Tan
Ficha Técnica da série O Diabo em Ohio, da Netflix
Título original da série: Devil in Ohio
Temporada: 1
Episódios: 8
Duração: de 41 a 49 minutos
Criação: Daria Polatin, baseada no próprio livro homônimo
Direção: Steven A. Adelson, Brad Anderson, John Fawcett e Leslie Hope
Roteiro: Aaron Carter, Lorelei Ignas, Daria Polatin, Andrew Wilder, Joy Gregory, Kathleen Hale
País: Estados Unidos
Gênero: suspense, terror
Ano: 2022
Classificação: 16 anos
Wilson Spiler
Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.Créditos Galáticos: 1.5
