Passei por Aqui crítica do filme da Netflix 2022

Foto: Netflix / Divulgação

‘Passei por Aqui’ engana o espectador no bom sentido (ou não)

Wilson Spiler

|

1 de setembro de 2022

Toby (George MacKay) e Jameel (Percelle Ascott) são dois amigos grafiteiros que invadem a casa de pessoas ricas para pichá-las, sempre deixando a mensagem “Passei por Aqui”, que dá nome ao novo filme de suspense da Netflix (I Came By, na versão original).

Entretanto, em uma dessas invasões, a dupla chega à residência de Hector Blake (Hugh Bonneville), um renomado jurista aposentado que faz ações sociais e doações de grandes fortunas para recompensar pelo passado de seu pai, um milionário branco, sem escrúpulos, ultra capitalista, que não deu a devida criação que uma criança merece ao seu filho.

Só que esse bom samaritano não é exatamente o que parece. E, aos poucos, os dois amigos vão descobrindo que Blake é bem mais perigoso do que se imagina. Afinal, o porão do ricaço esconde segredos e desencadeia eventos que colocarão a vida de pessoas queridas em risco.

Leia também:

‘A Dupla Explosiva’ versão 2022 bebe do passado, mas sem carisma algum

‘De Férias da Família’ até diverte, mas é esquecível

‘Seul em Alta Velocidade’, o ‘Velozes e Furiosos’ sul-coreano

Edukators versão britânica?

É impossível não remeter o início ao filmaço Os Edukadores (Edukators), de 2004, estrelado pelo brilhante Daniel Brühl, que aborda a anarquia e a luta contra o capitalismo. Assim como na obra referenciada, em Passei por Aqui, os invasores não têm a intenção de roubar, mas mostrar como o sistema é opressor com os mais pobres.

Contudo, a obra acaba enveredando para um suspense policial, deixando a mensagem anticapitalista um pouco em segundo plano. Óbvio, Blake ainda é um escroto, um típico homem branco com muitas posses e hipócrita para a sociedade. Mas, ainda assim, essa ótica anárquica fica meio de lado.

Alternância de protagonismo

Não que o filme seja ruim, pelo contrário. Passei por Aqui é um bom suspense, que alterna quase a todo momento seus protagonistas. No início, temos Toby como principal catalisador do movimento, mas, no decorrer da projeção, é Jameel e Lizzie (Kelly Macdonald), mãe de Toby, quem ganham destaque. Cada um em determinado tempo da película, o que prende a atenção do espectador.

A semelhança da relação paterna entre os personagens Toby e Blake também é interessante. O filme mostra que, independentemente de ausência ou presença, os pais podem cumprir seu papel ou não, e cada pessoa reage de uma forma à essa ausência de amor.

Motivação e final de Passei Por Aqui

Talvez o maior pecado de Passei por Aqui seja um fator motivacional melhor para o vilão. Não fica tão claro o motivo pelo qual ele comete seus crimes. Obviamente, estamos lidando com alguém com uma falha grave de caráter, uma psicopatia ou sociopatia, talvez. Mas, ainda assim, valeria a pensa desenvolver melhor sua motivação.

Em resumo, Passei por Aqui é sim um bom filme, que deve agradar à grande parte do público da Netflix. Há uma trilha sonora bem colocada e uma mise en scène relativamente interessante por parte da direção. O final talvez seja um pouco apressado e inconclusivo sobre o que ocorreu com as pessoas, mas vale a espiada, ainda mais se você for fã do gênero.

Onde assistir ao filme Passei por Aqui (2022)?

A saber, Passei por Aqui estreou nesta quarta-feira, 31 de agosto de 2022, no catálogo da NetflixAliás, está de olho em algo na Amazon? Então apoie o ULTRAVERSO comprando pelo nosso link: https://amzn.to/3mj4gJa.

Não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:

https://app.orelo.cc/uA26

https://spoti.fi/3t8giu7

Trailer do filme Passei por Aqui (2022), da Netflix

Passei por Aqui (2022): elenco do filme da Netflix

  • George MacKay
  • Kelly Macdonald
  • Hugh Bonneville
  • Antonio Aakeel
  • Alicia Ambrose-Bayly

Ficha Técnica do filme Passei por Aqui (2022), da Netflix

  • Título original do filme: I Came By
  • Direção: Babak Anvari
  • Roteiro: Babak Anvari, Namsi Khan
  • Duração: 110 minutos
  • País: Reino Unido
  • Gênero: suspense
  • Ano: 2022
  • Classificação: 16 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
3

Créditos Galáticos: 3

O que sabemos sobre Wicked Boa noite Punpun Ao Seu Lado Minha Culpa Lift: Roubo nas Alturas Patos Onde Assistir o filme Lamborghini Morgan Freeman