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QUEERLAND | 15 filmes sobre homofobia

Giselle Costa Rosa

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7 de janeiro de 2020

Tivemos um caso de pseudo agressão por homofobia amplamente noticiado pela mídia recentemente. Contudo, é bom deixar claro que isso não invalida todas as violências sofridas pelas pessoas LGBTQ+. Afinal, a sociedade ainda ferve em preconceito e ignorância sobre assuntos queer. A criminalização foi um pequeno passo, no entanto, ainda há muito a se galgar, pois uma ida ao banheiro, por exemplo, por um trans, pode ser motivo de vexame, exposição pública, xingamentos e violência física. Vivemos na era da intolerância explanada.

Enfim, o caminho contra a homofobia segue sendo árduo e longo. De fato, a luta pelo reconhecimento dos direitos conquistados é longa e repetitiva. E assim deve ser até que eles sejam respeitados pela maioria, nem que seja pela força da lei. Mas melhor que seja pela conscientização.

Nesse sentido, apresento 15 filmes sobre homofobia para sempre termos à mão a fim de sugerir àqueles que acham uma bobagem ou irrelevância a luta pelos direitos LGBTQ+ em sua amplitude.

Então, vamos à lista!

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MOONLIGHT (Moonlight, EUA, 2017)

Vencedor do Oscar de melhor filme em 2017, ‘Moonlight’ é o primeiro da lista. O longa mostra três etapas da vida de Chiron, um jovem negro, gay e morador de uma comunidade pobre de Miami. Do bullying da infância ao mundo adulto do crime, a produção é uma crônica que mostra esse mundo frio e cruel de uma forma poética.  O filme foi completamente aclamado pela crítica e premiado com outros dois Oscars em 2017: por melhor ator coadjuvante e melhor roteiro adaptado.

MENINOS NÃO CHORAM (Boys Don’t Cry, EUA,1999)

Baseado na história real de Brandon Teena, uma criança que nasceu em um corpo biologicamente feminino, mas que se identificava com o gênero masculino. O filme mostra a trajetória do personagem enfrentando vários desafios e violência física por ser um transexual em uma pequena comunidade rural. O longa rendeu o Oscar de melhor atriz para Hilary Swank, que interpretou Brandon.

FILADÉLFIA (Philadelphia, EUA, 1994)

Esse filme deu o primeiro Oscar para Tom Hanks ao contar a história de um advogado que é recém-contratado por uma grande firma de advocacia da Filadélfia. Ao descobrir que é portador do vírus HIV é despedido. Daí em diante acompanhamos a luta deste advogado ao processar a companhia por preconceito enquanto lida com os efeitos da AIDS. Numa época em que discussões a respeito de temáticas LGBTQ+ não estavam em pauta, a realização dessa produção pontuou pela ousadia em mostrar esse lado da questão ao grande público.

HOJE EU QUERO VOLTAR SOZINHO (Brasil, 2014)

Nesta produção nacional, acompanhamos a história de Leonardo, um adolescente que luta contra dois tipos de preconceito: o de ser cego e gay. Apesar do roteiro ser leve e simples, não deixa de explorar os problemas que a homofobia traz, incluindo o bullying, comumente sofrido por adolescentes.

A GAROTA DINAMARQUESA (The Danish Girl, EUA/Reino Unido, 2015)

O longa é uma cinebiografia de Lili Elbe, uma das primeiras pessoas a se submeter a uma cirurgia de resignação sexual. Lili, ainda Einar, é casado com a pintora dinamarquesa Gerda e se descobre como mulher ao posar como modelo feminina para sua esposa. Durante sua descoberta, a esposa aceita sua transformação, mas percebe que perdeu a pessoa com quem se casou, partindo então para um outro romance. O que sobressalta nessa produção é a dificuldade que as pessoas possuem em compreender o que é ser transexual.

O JOGO DA IMITAÇÃO (The Imitation Game, EUA, 2014)

A cinebiografia do britânico Alan Turing, a quem é atribuído a invenção do primeiro computador, é ambientada durante a Segunda Guerra Mundial. Enquanto o matemático está em busca de decifrar os códigos da máquina Enigma usado pelos nazistas e, apesar de seu sucesso em consegui-lo, Alan é condenado por sua homossexualidade. Assim, passa o resto de seus dias tomando remédios para controlar seus impulsos sexuais.

AMOR POR DIREITO (Freeheld, EUA, 2016)

A policial de New Jersey Laurel Hester (Julianne Moore) e a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) estão em um relacionamento sério. O mundo delas desmorona quando Laurel é diagnosticada com uma doença terminal. Como sinal de amor, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, só que as autoridades se recusam a reconhecer a relação homoafetiva.

MILK (Milk, EUA, 2008)

Milk é um filme que conta a história de Harvey Milk, o primeiro homossexual declarado a ser eleito para um cargo público, como membro da Câmara de Supervisores de São Francisco. Harvey foi um importante ativista pelos direitos dos gays, recebendo apoio inclusive de políticos conservadores. O filme foi indicado em 8 categorias no Oscar de 2009, levando o prêmio por melhor ator e de melhor roteiro.

TOMBOY (Tomboy, França, 2011)

No início do filme, ele conhece uma vizinha de sua idade, Lisa, que a confunde com um menino. Quando Laure está fora de casa, sente-se livre, joga futebol e faz parecer que realmente é um menino. Lisa se aproxima cada vez mais e acaba desenvolvendo uma queda pelo então Mikäel. Sua mãe acaba descobrindo o que vem ocorrendo fora de casa com sua filha. O que se segue é, mesmo sendo conservadora, ela não se importa que Mikael (ainda Laure para ela) aja como um moleque, mas exige que a filha se apresente ao mundo externo com vestimentas femininas definidos culturalmente, o que inclui fazê-la usar vestido.

BOY ERASED – UMA VERDADE ANULADA (Boy Erased, EUA, 2019)

O jovem Garrard (Lucas Hedges), de apenas 19 anos, mora numa pequena cidade conservadora do Arkansas. Ele é gay e filho de um pastor da igreja batista. Chega um momento em que ele é confrontado pela família. Ou arrisca perder seus familiares e amigos ou entra num programa de terapia que busca a “cura” da homossexualidade. Uma viagem na controversa realidade do que alguns chamam de “cura gay”, outros de “terapia de conversão”, ou ainda “reorientação sexual”. Seja lá qual for o nome, o que se vê no longa é  a dolorosa jornada do jovem Jared (Lucas Hedges) através da “cura” prometida e na luta eterna contra a homofobia.

CAROL (Carol, Reino Unido e EUA, 2016)

Situado na cidade de Nova York, no início de 1950, esse filme é estrelado por Cate Blanchett e Rooney Mara na pele das personagens de um caso de amor proibido entre a jovem Therese e Carol, uma mulher mais velha. Carol passa por um difícil processo de divórcio. Seu marido se opõe à separação, fazendo com que seja solicitado ao juiz a adição de uma “cláusula moral” contra Carol devido ao seu comportamento homossexual, visando tirar dela a custódia de sua filha.

C.R.A.Z.Y. – LOUCOS DE AMOR (C.R.A.Z.Y., Canadá, 2006)

Se a homofobia é alta em pleno século XXI, imagine entre os anos 70 e 80. Nesse contexto, Zac (interpretado por Émile Vallée até os oito anos e por Marc-André Grondin na idade madura) é filho do rigoroso Gervais (Michel Côté) e Laurianne (Danielle Proulx). Ao lado de quatro irmãos, Zac cresce sentindo desejos homossexuais, enquanto tenta lidar com a religiosidade da mãe e a intolerância do pai. A homofobia aqui não é retratada através do comentário entre irmãos, como a brincadeira de chamar um ao outro de “viadinho”, que vai fazendo Zachary se afastar cada vez mais deles, especialmente do pai que não sabe como lidar com o filho “diferente”.

CÁSSIA ELLER (Cássia Eller, Brasil, 2014)

Cássia Eller, figura icônica da música brasileira, teve uma breve passagem pelo cenário musical nos anos 90, deixando uma marca inegável nela. Sua morte, em 2001, teve uma repercussão nacional que se estende até hoje por conta da guarda de seu filho Francisco, que ficou com sua parceira, Eugênia, a quem ele tem como mãe. Com seu talento e carisma, expôs tabus na luta contra a homofobia e demonstrou sua força como pessoa pública.

TATUAGEM (Tatuagem, Brasil, 2013)

Brasil, 1978. A ditadura militar, ainda atuante, mostra sinais de esgotamento. Clécio, que faz parte de um teatro, muda de vida ao conhecer Fininha (Jesuíta Barbosa), apelido do soldado Arlindo Araújo, 18 anos: um garoto do interior que presta serviço militar na capital. No quartel, a desconfiança perante sua sexualidade incomoda a tropa. Em casa, ele enfrenta o radicalismo religioso da família trombando com o seu ateísmo. Além disso, ainda tem que administrar seus encontros com sua namorada. Tatuagem levou 4 prêmios no 41º Festival de Cinema de Gramado: os prêmios de Melhor Filme – Júri Oficial, Melhor Ator para Irandhir Santos e Melhor Trilha Musical para DJ Dolores.

XXY (XXY, França, Espanha, Argentina, 2008)

Alex é uma intersexual. Tal condição dificulta a definição de sua orientação sexual até a adolescência. Ela toma corticoides para a barba não crescer, a fim de que seu corpo mantenha características femininas, embora tenha um pênis. Para proteger a filha do preconceito e deixar para que ela mesma faça a opção sobre a sua sexualidade, para só depois ser submetida a tratamentos hormonais e/ou cirurgia, os pais a levam ainda criança para morar em uma vila no litoral do Uruguai, onde desenvolvem pesquisa biológicas e criam a menina de forma livre. Quando um outro adolescente se apaixona por Alex, a família passa, então, a sofrer imensa pressão social. A diretora Lucia Puenzo evidencia a dificuldade de enquadrar comportamentos de acordo com o que se espera de um homem e de uma mulher.

https://www.youtube.com/watch?v=HAcZt-DvAY8

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
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