A RAZÃO DO MEU AFETO

Ana Carolina Garcia

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15 de novembro de 2014

O simples fato de pensar em você me estampa um sorriso irresistível nos lábios, ilumina meu dia, colore a minha vida. Clichê? Não é a pura verdade. Amar nos dá a prerrogativa de sermos piegas, melosos e até cafonas.
O amor nos faz instantaneamente pertencermos ao outro por opção, finalmente compreendemos o sentido de todas as músicas românticas, como se tivessem sido escritas e criadas para descrever nossas tristezas, nossas dores, os nossos sentimentos.
O amor nos confronta, nos apresenta partes que não conhecíamos sobre nós mesmos, nos coloca diante da nossa melhor versão. Amadurecemos, aprendemos a cuidar de outra pessoa que não nós mesmos, nos ensina a trabalhar o desprendimento, pois aprendemos a priorizar o ser amado, às vezes, em detrimento da nossa própria felicidade.
O amor certamente é para os fortes, pois amar é se jogar num abismo, é saltar sem paraquedas, é pular de bungee jumping de olhos vendados. É interpretar os silêncios, ler o outro sem precisar de manual, ir além do que é visível, desvendando o que realmente importa. É tolerar as lacunas e entender que as arestas, as cicatrizes são as melhores partes de uma pessoa.
Você, razão do meu afeto, é alguém completamente único, imprevisível, e instigante. Sinto-me de novo na época do colégio, tamanha a minha insegurança e desconcerto na sua presença. Sim, você me tira completamente do eixo, me suga para o seu mundo e de repente você é o Sol e eu sou a Terra, completamente destinada a gravitar na sua órbita, a viver em sua função.
Você possui o que eu gosto de chamar de elemento surpresa, eu nunca sei o que você vai fazer, como vai reagir, o que você está pensando. Para mim, você é impossível de ler e talvez isso me instigue, me fascine, pois num mundo previsível e entediante, você é um antídoto contra a monotonia, contra essa apatia.
Quando amamos, devemos fazer de corpo inteiro, isso significa entender a totalidade inerente a cada pessoa. Ou seja, amar o que você não necessariamente concorda, o que te desagrada, aquilo que por vezes te irrita, que te machuca. Tudo o que te envolve: seu temperamento intempestivo, sua personalidade forte, suas mudanças de humor que beiram a bipolaridade, são todas suas partes que eu amo, as boas, as ruins, as tristes, as alegres, as duvidosas, as suas dores e as suas feridas, porque eu amo, simplesmente você.
É um amor que eu não sei explicar, não sei entender, não sei me livrar, não consigo te esquecer. É o último pensamento antes de dormir, o primeiro ao acordar e me acompanha pelo meu dia, como uma tatuagem, como um membro do meu corpo, você faz parte de mim. Com certeza, você habita a minha melhor faceta, a mais humana, a mais paciente, a que confia, a que perdoa e a que sempre espera.
Sim, eu espero. Costumo dizer que “temos tempo”, e temos mesmo. Não é preciso correr, se desesperar ou perder a fé, eu sei, simplesmente sei com uma certeza inabalável, irrevogável que você vai me pertencer e o nosso encontro vai ser lindo. Eu acredito, porque simplesmente sei desde sempre. Com cada fibra do meu ser que aquele sorriso, aquele abraço, aquele colo será o meu refúgio.
Dentro de mim, de um modo que não consigo tornar inteligível para ninguém, eu tenho plena convicção que ele sabe e sente isso por mim também. Tal qual ímãs com polaridades opostas se repelem, ele se afasta de mim tão certo como o sol nasce todos os dias.
Mas do mesmo modo que ele se vai, ele reaparece enchendo de cor, luz e vida meus dias cinzentos sem ele. Como eu sinto sua falta! Sinto falta do seu sorriso que transborda e me inunda de afeto, sinto falta das suas mãos frenéticas balançando dando vidas as suas histórias, seu relógio sempre virado do avesso no seu braço esquerdo, como se fosse um descuido fruto do acaso, mas eu sei que você não dá margem para sorte e não faz nada sem querer, por isso a cada dia luto para seu querer, ser eu.

Ana Carolina Garcia

Penso melhor com a caneta em punhos cintilando no papel ou com meus dedos tocando nos teclados a espera da escrita que desabrocha. Adoro os livros da Martha Medeiros acompanhados de um bom café e uma boa música para começar os domingos. Cinéfila por opção tenho Almodóvar, Tarantino e Woody Allen no meu altar particular. Escrevo no blog A Razão de Toda a Pressa e o site Engramas.

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