RESENHA | ‘Bridget Jones: No limite da Razão’ mostra que nem sempre seguimos os próprios conselhos ou mudamos de fato

Helen Fielding retorna à narrativa da controversa e engraçada vida de Bridget Jones. A personagem cheia de dramas traz suas milhares de preocupações no primeiro livro de Fielding emagrecimento, amor, vontade de parar de fumar, entre outras. A primeira resenha que trata dessa personagem fala de alguns esteriótipos femininos que a personagem principal reforça, mas que são relevados por ter sido escrito em uma época com menos preocupação em relação a isso.

A narrativa sequencial segue o mesmo padrão de escrita descontraída que, ao primeiro momento é leve e gostosa de ler, porém pode ser cansativa e um pouco boba às vezes. Bridget e Mark Darcy estão juntos e nada parece entrar no caminho dos dois. Como a maioria das narrativas que envolvem mulheres, encontra-se nesta uma rivalidade entre Bridget e Rebecca e o troféu desta competição seria Mark, o que reforça novamente um clichê dos romances da mesma época: por duas mulheres pela disputa de um homem. Porém, pode-se ver que Bridget mostra pouco amadurecimento frente a esse novo obstáculo, o que põe seu relacionamento novo em risco.

É necessário não perder a esperança em Fielding, pois a autora parece ouvir as preces de leitores cansados de uma Bridget Jones tão manipulável e dá a sua personagem principal uma pitada de amadurecimento necessário para tornar essa leitura menos repetitiva. A leitura assemelha-se a um filme de comédia romântica que busca esbanjar um teor de feminilidade. Jones é uma personagem única e hilária e momentos de risada não faltarão ao longo da leitura e, por vezes, parece aquela amiga que nunca escuta os nossos conselhos e precisa passar por uma experiência ruim para aprender, por vezes dá vontade de pular dentro das páginas para ajudá-la a acordar para a vida.

A leitura nos faz perceber, no entanto, coisas sobre o próprio leitor: paciência, necessidade de ajuda e o quanto seguimos os nossos próprios conselhos para dar uma guinada em nossas vidas. É descontraída, apesar de demorar para mostrar alguma evolução na personagem.

FICHA TÉCNICA