REVIEW | ‘Dynasty Warriors 9’ mostra uma melhora considerável se comparado aos títulos anteriores

Leandro Stenlånd

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15 de fevereiro de 2018

Dynasty Warriors é uma franquia antiga e põe antiga nisso. Criada inicialmente para o primeiro console da Sony, é preciso entender que jogos do gênero Musou são feitos para um nicho muito pequeno e acredite: agrada mais do que você imagina. É muito pouco provável que as pessoas venham a se familiarizar com este tipo de jogo, visto que, diferente da maioria dos Hack N’ Slash que possuem uma narrativa, o maior erro da franquia ao longo dos anos foi sua fraca história, gráficos longe do que poderiam ter, entre outros atributos que outros jogos semelhantes como “Ken’s Rage Fist of the North Star” e “Fate/Extella” não conseguiram trilhar tão bem quanto deveriam.

Bem, agora estamos falando de Dynasty Warriors 9, um jogo que levou um certo tempo para ser desenvolvido e chegar no PS4 como um sandbox diferenciado, com muitas quests e tudo que você fizer ou não poderá lhe custar caro. Essa coisa de ter um jogo de mapa aberto, com inúmeras missões também tem sido uma tarefa enfadonha, tanto para quem cria quanto para quem joga. De nada adianta criar um game enorme sem conteúdo, ou com conteúdo e que graficamente esteja longe de um padrão de qualidade no mínimo razoável. Bem, este não é o caso do novo título da franquia que mostra algumas qualidades interessantes.

Para começo de conversa, o antigo foco da franquia, que era somente dominar áreas, se foi. Podemos cavalgar com nosso cavalo na velocidade da luz, ou colher plantinhas medicinais para criar objetos melhores ou potes que iremos precisar para combater um certo inimigo mais à frente. Ainda que tenham deixado de lado há muito tempo o antigo sistema de jogabilidade chamado Rembu, que obrigava o jogador a apertar continuamente o mesmo botão de ataque, há certas recordações no meio do caminho. O personagem, por exemplo, cansará com o uso de estamina ao utilizar certos especiais. Aí, de uma forma ou de outra, apenas lhe sobrará os botões de ataque, sejam eles fortes ou não.

Nos combates, esteja certo de que as lutas sempre terão proporções exageradas. Incrivelmente, em alguns casos, há respaw de inimigos enquanto seu personagem não matar o chefe do bando, capitão de ataque ou outro qualquer. Alguns chefes do pelotão são vistos como bosses, mas não chegam a oferecer nenhum tipo de resistência ou dificuldade. Facilmente seu personagem irá aniquilá-lo tanto quanto sua tropa será extinta. Perdi a conta de quantos soldados matei até que conseguisse passar de um ponto vermelho no mapa indicando que os turbantes amarelos estavam perturbando aldeões de vilas vizinhas, que supostamente pertenciam aos nossos domínios. Ao contrário da grande maioria dos games de hoje em dia, os comandos de Dynasty Warriors 7 Empires não apresentam muita complexidade. A jogabilidade se resume ao combate direto e simples, e para essa tarefa bastam apenas dois ou três botões, sendo um deles para defender e o outros para ataques fortes e fracos. Também há alguns golpes especiais que podem ser executados após o enchimento da barra de energia.

Os mapas são bem marcantes, trilhando entre os conceitos vistos na Arte da Guerra Sun Tzu, como nos outros jogos da Koei Tecmo, o famoso Romance dos Três Reinos. Mais uma vez temos diversos confrontos na franquia, assim sendo, nossos personagens trilharão em batalhas famosas, como o a rebelião dos turbantes amarelos (que é o que acontece em boa parte do primeiro ato do game), a conquista do portão de Hulao, o cerco ao castelo Fan, entre outras coisas que predominam na narrativa.

Nosso protagonista chamado Cao Cao, aparentemente um imperador Chinês, tem falhas nas execuções de seus golpes. Como se não bastasse isso, a inteligência artificial das centenas de guerreiros à sua frente não funciona. Ficamos parados em frente a esses personagens (cerca de uns 20 por área) e eles não batiam em nosso protagonista. Tivemos que esperar cerca de 10 segundos para tomar um golpe em uma área repleta de bandidos, guerreiros do turbante amarelo, entre outros que estávamos indo contra. Impossível não conceder pontos a Dynasty Warriors 9 pela sua história. Afinal, trata-se de uma longa trama da China Imperial, conhecida por muitos, esquecida por poucos, e que – de um certo ângulo – possui sua visão naturalmente lírica do que seria o a China durante o ataque dos Turbantes Amarelos. Há todo um clima um clima de ação hollywoodiana em certos combates que irá agradar aos mais céticos e desconhecedores da história chinesa.

O jogo gera a possibilidade de escolher alguns amigos que se juntam à party no decorrer da trama e isso ajuda muito enquanto temos um exército inteiro sob comando. No início da aventura temos apenas a opção de Cao Cao, mas não demora muito para outros membros se aliarem. Assim como seu general, os ajudantes que se juntam ao grupo também ganham experiência, evoluem e têm poderes especiais. No começo eles são quase inúteis, mas um ajudante experiente consegue usar técnicas que de certo modo aniquilam de imediato quase que um exército inteiro.

Se a inteligência artificial e os golpes não funcionam, são os gráficos, assim como a trilha, que compensam todo o restante. FINALMENTE os gráficos são muito bons, muito melhores que outrora, e aproveitam ao menos parte do potencial dos consoles atuais, apesar de uns defeitos aqui e ali, como diversos pelotões de guerreiros aparecendo à sua frente do nada. Ao invés de aparecerem de longe, correndo em sua direção.  A franquia Dynasty Warriors sempre sofreu com gráficos datados, mas esqueça, pois agora melhorou bastante. Há limitações visuais e que não explicam o porquê de termos aproximadamente 50 GB em um jogo onde os exércitos com centenas de guerreiros são em sua maioria figurinhas repetidas. Alguns vilões também acabam caindo nessa repetição, mudando uma característica aqui e ali.

O game possui um ótimo sistema de customização, permitindo que o jogador decida qual arma comprar, aumentar o poder da espada, suas magias, fortalecer os especiais, entre outros detalhes. Ao derrotar inimigos e realizar outras ações, o jogador é recompensado com experiência, que funciona tipo como a moeda do jogo.

A trilha sonora do jogo deu um salto extraordinário se comparado aos anteriores. Temos diversos instrumentos asiáticos sendo tocados, dando aquele clima de que estamos vivenciando a era da China Imperial. A dublagem dos personagens é muito boa, mas o que me irritou foi em alguns casos a fala terminar e a boca dos personagens ainda continuar em movimento. A sincronização neste caso foi falha. As músicas são estilo J-Rock/K-Pop e lembraram muito o que tocava e – ainda toca – no background de “Metin 2” em alguns mapas. De qualquer modo, na maioria das ocasiões, o estilo não se encaixa bem com a China Antiga e deveriam usar mais trilhas com os instrumentos Yueqin, Guzheng e Xiao. Outro fator importante que deve ser mencionado é que o título possui legendas locais em Português DO BRASIL. É isso mesmo. Enquanto muitos não dão a devida atenção à língua portuguesa seja no Brasil ou não, o mercado aqui só cresce e exemplo disto foi ter visto em MilitAnt, um jogo totalmente indie, dublagem no português do nosso país.

O VEREDITO

Dynasty Warriors 9 traz novidades à fórmula, mas consegue ser repetitivo em sua maioria. Seja na trama, no combate ou nos inimigos, de certa forma, todas as qualidades que fazem a fama da série foram mantidas intactas. O sistema de jogo é simples demais e de fácil aprendizado, mas o importante é que, agora, funciona muito melhor do que outrora. Quem estiver procurando por um jogo em que apertar botões é a fórmula principal, com zero de quebra-cabeças, então DW9 foi feito para você.

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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