REVIEW | ‘Fate/Extella: The Umbral Star’: Bem ao estilo de Dynasty Warriors e Bayonetta

Leandro Stenlånd

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25 de abril de 2017

Hack and Slash é um gênero pouco cultuado pelos jogadoras da nova geração. Sua simplicidade em somente atacar cerca de 200 inimigos na tela faz de alguns jogos seu maior inimigo na verdade. No entanto, Fate/Extella: The Umbral Star tem o que é preciso para se destacar em um gênero que muitos se esquivam.

O gênero é o estilo de games de ação que privilegia os combates corpo a corpo entre os personagens. Extremamente divertido e fácil de jogar, logo se tornou um dos favoritos dos jogadores. Mas não pense que só por que God of War e Devil May Cry são Hack and Slash que esse jogo tem algo a ver com eles. Na verdade, sua semelhança se aproxima muito mais de Fist of the North Star: Ken’s Rage, Bayonetta e até mesmo o clássico no gênero, Dynasty Warrior. A trama de Fate não é a coisa mais complexa do mundo, consistindo em muitos diálogos com novelas visuais, adaptações de anime, mangá e até peitinho e bundinha. Especificamente este jogo da franquia é um capítulo à parte, sendo assim, um spin-off.

A Lua Automaton é um computador spiritron, que existe na lua e tem o poder de conceder qualquer desejo. Em todo o mundo virtual construído pelo espírito SE.RA.PH., os servos e os mestres lutam pelo direito de ser o único proprietário da Lua de Automaton em um conflito cerimonial conhecido como a Guerra do Santo Graal. Agora, o Servo Nero Claudius e seu Mestre ganharam a Guerra do Santo Graal e obtiveram o mecanismo de desejo universal, o Santo Graal. Eles também obtiveram o Regalia (Nome similar ao carro usado no Final Fantasy), mas aqui é uma espécie de anel que prova à sua realeza como governar sobre seus servos, outrora inimigos, e começam uma nova fase no novo mundo da lua. Mas um novo inimigo apareceu diante deles e ele tem algo que não deveria existir: outro Regalia.

UM JOGO EXTENSO, APESAR DE NÃO PARECER!

A apresentação do game inicialmente confusa e tutorial praticamente inexistente fará com que alguns pensem melhor antes de sair por aí distribuindo socos e chutes e especiais. Graças ao bom Deus, esses jogos que antes eram apenas lançados no continente asiático, agora tem trilhado caminhos para chegar no Ocidente, mesmo que seja apenas na Europa. Ainda assim, apesar de sua linguagem (voz) ser extremamente em japonês, há legendas em inglês, permitindo a imersão máxima no jogo sem maiores problemas. Fate apresenta um elenco muito interessante. Cada vez mais vão surgindo novos personagens. Inicialmente, há a opção de escolher o sexo que irá jogar e, por conseguinte, o nome de seu escolhido. Entretanto, o jogo se inicia infundindo sua essência nos caráteres enquanto você tenta guia-los ao sucesso. Os personagens variam muito e todos eles são interessantes para interagir uns com os outros. Alguns personagens tratam seu avatar como um trunfo na batalha, enquanto outros se apaixonam por você.

No âmbito jogabilidade, é necessário controlar seu personagem para conquistar determinados locais cheios de inimigos robóticos dentro de grandes mapas e, eventualmente, reivindicar todo aquele local evitando que este espaço seja conquistado pelos oponentes. Aliás, focar somente nos milhares de soldados não adiantará. Por mais que o personagem escolhido esteja equipado com um arsenal de movimentos que faz com que os combos de execução façam você sentir aquela emoção, de nada adiantará se você não focar nos inimigos maiores como Plantas, Executores, dentre outros. Há diversos personagens que fazem desta trama algo cada vez mais interessante de ser seguida. Esses personagens são seus auxiliares em combate e realizam movimentos ou aparecem sempre que há necessidade e tudo está piorando para o seu lado.

Na verdade, você pode atualizar seu personagem de diversas maneiras: equipar um código místico que contém até quatro habilidades úteis (tais como feitiços de proteção e proteção elementar). No entanto, para obter mais destes ‘skills’, você precisa compra-los através de uma loja com dinheiro e materiais. Acaba descobrindo dúzias de habilidades a serem instaladas.

Fate/Extella: The Umbral Star é, sem sombra de dúvidas, um game que o jogador acaba não esperando muita coisa. Esse tipo de gênero requer muito tempo de jogo para uma melhor experiência. Entretanto, no início, a história parece confusa à primeira vista, mas depois de desbloquear e jogar os outros caminhos, você vai certamente ter entretenimento e, por mais que o jogo pareça simples com sua temática, a trama é a parte forte do jogo com o seu conto de não querer fazer o que você nasceu para fazer. Os Mestres são feiticeiros de habilidade variada, mas são os servos que são o verdadeiro atrativo – eles são reencarnações superpotentes de figuras históricas de um mundo entupido de tecnologia. É um mundo onde a tecnologia reina mesmo. Acredite… terás em mãos um game razoavelmente grande devido ao desenrolar do roteiro.

DIVERSIDADE LIMITADA, DIVERSÃO GARANTIDA!

Os modos disponíveis no jogo fazem a história demonstrar quatro plotlines, sendo praticamente as famosas ‘side quests’ ou missões paralelas, tendo 13 contos extras para caracteres adicionais. O modo de Batalha permite ao usuário escolher um personagem e um oponente, além do possível local do embate. Os modos, em si, são basicamente a mesma coisa, não alterando tanto assim a forma de como a trajetória da trama possa desenrolar. Há o marasmo de batalhas repetitivas em modos semelhantes, ainda assim é possível ter diversão. A vitória dependerá sempre da sua capacidade de assumir o controle do mapa e, claro, de sua rapidez.

O jogador se moverá de área para área, através de uma espécie de buraco de minhoca e, ao chegar lá, eliminar inimigos para capturar um local. Às vezes, porém, suas capacidades ofensivas não serão suficientes para matar um oponente. Tivemos dificuldade de matar um boss chamado LU BU, onde ele era muito mais resistente que diversos chefes de fase. Você também terá que manter um olho aqui e ali nos movimentos de seus inimigos. Como eles também estarão tentando conquistar o campo de batalha de um distrito de cada vez, às vezes, sua opção será ir à outra sala para que não consigam ocupar aquele local. Isso significa que muitas vezes estará retrocedendo para regiões já sob seu controle para que possa ajudar a defendê-los, combatendo os invasores antes de ir para outra parte do mapa.

A melhor parte do game é a maneira como Extella mostra o relacionamentos e eventos do jogo da franquia ‘Fate/Extra’, incluindo narrativamente personagens que não passam muito tempo tentando conhecer uns aos outros – eles já se conheceram (graças a Deus) na maioria dos casos, removendo assim ‘loadings’ desnecessários e conversas extremamente chatas ao tentar introduzi-los.

Muitos criticam e não entendem como esse tipo de jogo ainda perdura, mas Dynasty Warriors mostrou que há como ainda que um formato tão antiquada e que, ao longo desses anos de existência, apresentou algumas inovações a nível de manter o gênero ainda com algum ar para respirar. Acontece que Fate/Extella pode se tornar um enorme sucesso porque não tenta ser aquilo que não é, ou seja, um jogo com qualidades avulsas. A série se mantem fiel às raízes do Hack and Slash e, apesar de apresentar algumas histórias batidas e simples demais, mantém a pureza do gênero com uma trama muito tenra e cativante.

Hoje em dia vivemos em uma ‘maldita’ era onde os gráficos e trilha sonora parecem importar mais aos jogadores e as empresas do que qualquer outro aspecto. Dito isto, é raro de se encontrar por aí jogos como Ori and The Blind Forest e até mesmo Child of Light. Games que têm um lindo começo, um belo meio e um excelente fim. É assim que é possível argumentar que gráficos de última geração (muitas vezes nem são) e trilha sonora de pôr inveja aos filmes, sozinhos, não sustentam um jogo. Os sistemas complexos e, muitas vezes, estressantes, com arcos repletos de clichês, faz você se sentir jogando a mesma parte do jogo umas 40 vezes (ou mais) e, por fim, acabam tirando toda a diversão. Em Fate/Extella até que acontece essa repetição, mas de uma forma mais amena, afinal, quem comprar o jogo precisa entender que o gênero tem essa “coisa” de socar, soltar especiais e nada além disso, quando muito há uma historia ou outra.

Um detalhe importante, é que a versão do PS VITA tem breves decaídas de quadros, sofrendo para rodar a aproximadamente 30fps, enquanto a versão do Playstation 4 roda lisamente próximo dos 60. Outro detalhe que contrasta tudo isso é que as cores são muito mais vivas no PS VITA enquanto aparentemente o PS4 tenta mais rodar o game em alta velocidade do que primar também por outros detalhes técnicos que o Vita ganha de barriga cheia. Isso é comum quando há skills na tela, e também quando há diversos personagens ao mesmo tempo na tela. No portátil da Sony é notável alguns travamentos. A arte final do jogo é muito melhor vista no console de mesa da gigante japonesa. Há um certo incomodo visto que algumas funções que visivelmente poderiam ser atribuídas aos botões R2 e L2, não existem no portátil, uma vez que o mesmo não possui tais botões. Ainda sim, a experiência num geral consegue ser tão boa e legal quanto no PS4.

O VEREDICTO

Fate/Extella: The Umbral Star oferece um Hack and Slash comedido, com diversos momentos de diversão (terminamos o jogo em aproximadamente 17 horas), com vários diálogos que poderiam evitar, mas que não macula a experiência. Além de lembrar muito Dynasty Warrior, o jogo também tem pontos (golpes) que remetem ao famoso jogo da SEGA, Bayonetta. O elenco é fantástico, divertido e as vezes até sexy. O gráfico é bem legalzinho para os padrões de JRPG. Recomendável sim, por levar ao jogador uma experiência, não necessariamente inovadora ao gênero, mas muito divertida e com diversas opções para derrotar os inimigos em seu caminho.

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Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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