REVIEW | ‘Sword Art Online: Hollow Realization’ ou o genérico ‘VR-MMORPG’ da Bandai Namco?

Leandro Stenlånd

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12 de fevereiro de 2017

Há alguns jogos nessa longa empreitada que chamamos de vida, que fazem com que recordemos de outros. Particularmente, minha jornada em MMORPG foi curta. Tive apenas três experiências, sendo elas no Mu Global, Metin 2 (Norwegian, fui o primeiro imperador do jogo) e, por último, League of Legends. Com uma experiência razoavelmente considerável, posso dizer que Sword Art Online imita certinho tudo que o gênero precisa para fazer sucesso. Os jogos online chamados de MMO (massively multiplayer online) são RPGs em que você cria um personagem, evolui de nível, escolhe habilidades, seleciona uma classe, quais itens irá utilizar e se fará parte de um clã (guild) ou se será um andarilho solitário. Esses jogos fazem com que seu personagem seja, praticamente, você mesmo dentro do mundo virtual! Muitas vezes, é possível até escolher as feições e características físicas dele! Em Sword Art Online não é muito diferente disso. Cada MMO possui um universo próprio, em que os jogadores terão diversas opções de interação.

Você acaba tendo um contato direto somente com os NPCs (personagens controlado por inteligência artificial), fazendo do jogador uma espécie de marionete para realizar missões, forjar itens e armas e entrar em instâncias que possuem monstros muito poderosos e tesouros almejados por todos. A diferença entre um MMORPG e um MMORPG genérico como Sword Art Online é que ele tenta criar essa imersão exatamente com seus NPC’s ao invés de diversos jogadores dando rage em sua jogatina. Não há KS aqui. Aliás, existe sim. Você pode muito bem dar KS em um mob sendo atacado pelo suposto Jogador 1 ou Jogador 2 que, na verdade, é a inteligência artificial. E, como bons amigos, até agradecem por vez ou outra você ajudar a lidar com monstros mais fortes do que seu level permite combater.

Na trama, vamos conhecendo a história de Kirito e como ele foi inserido em Hollow Realization. O mesmo recebe um chamado estranho através de uma mensagem de texto e, ao mesmo tempo, acaba tendo uma visão de um NPC, uma garota pálida e bem sombria. Após tal acontecimento, somos apresentados a alguns amigos de Kirito que vão entrando suavemente no enredo. Asuna, namorada de Kirito, sempre apoiou o protagonista desde o inicio de Sword Art Online. Além de uma gracinha e sexy (tem que ver ela de trajes menores, bem estilo hentai), é ágil com algo que eles denominam de Florete (uma espécie de esgrima), além de ser vice-líder dos cavaleiros de juramento de sangue. Eles (os cavaleiros) eram a guild mais poderosa e turbulenta do jogo desde Aincrad, que colocou a vida de ambos em risco, mas também foi lá que o amor entre os dois teve início. Klein foi a primeira amizade de Kirito no jogo e demonstra ser um bom amigo. Era um líder bastante dedicado da guild Fuurinkazan. Já Lisbeth era – e ainda é – uma ferreira cativante, além de ser a mais conhecida de SOA. Ela ajudou diversos jogadores (NPC’s) na guerra que todos enfrentaram. A personagem Silica foi salva por Kirito e seu bando de um grupo de monstros durante a batalha no passado. A mesma é domadora de feras e uma classe rara no jogo. É um dragão que mais parece com um pássaro, possuindo todo o estilo da Anivia (League of Legends) e a acompanha na jornada ao lado de Kirito. Esse tal dragão – supostamente do sexo feminino – se sacrificou por Silica e fez com que o grupo a adotasse praticamente. Leafa é a irmãzinha amada do protagonista (na verdade, é sua prima) e sua mãe dela cuida muito bem do garoto. Seu nome real é Suguha, uma mulher adepta do Kendô e que prepara deliciosos pratos para Kirito, o que pode, quem sabe um dia, criar um clima chato entre ela e Asuna. Aliás, o jogo permite que você sente em tudo que é banco e cadeira, interaja com sua namorada em locais belos para tirar uma foto, conversar e tudo mais. Agil, dono de uma das maiores cafeterias do jogo, é um dos amigos mais fortes de Kirito, sendo mestre na habilidade mercante. Visualmente falando, deve ser o guerreiro com maior força física do jogo.

Sword Art Online: Hollow Realization ocorre três anos depois dos eventos de Sword Art Online, agora, num mundo mais aberto e livre do caos anterior. O título transporta o jogador diretamente para os eventos de Sword Art: Origin, que é um novo jogo no qual o protagonista e seus amigos acabam entrando. O enredo original trabalhado com o apoio de Kawahara, mostra Kirito conhecendo logo cedo uma NPC chamada Premier. Essa misteriosa inteligência artificial acaba sendo o motivo pela qual a trama se desenvolve. Num estilo novela, a história vai se desenrolando em Ainground, o “hub” do mundo virtual, e vamos sendo bombardeados com diálogos e situações interessantes.

Sua equipe e a frente inteligências artificiais (NPC) ‘farmando’ e sem ‘rage’ de KS.

Sobre a jogabilidade, diferente de outros RPG’s clássicos, aqui você poderá dar ordens especificas para sua equipe auxiliando com um combo, exatamente como acontece em “Final Fantasy XV”. Encaixar golpes especiais e estratégias para causar um dano ainda maior são nuances perceptíveis e tenha certeza que o estrago ao inimigo é iminente. Tivemos uma certa dificuldade para nos alinhar aos parâmetros do game, visto que o mesmo requer muita atenção mesmo quando você está em um nível baixo. Exemplo disto é que durante uma determinada quest (missão), o jogador terá de enfrentar certos oponentes acima de seu level. Até aí, tudo bem, só que somos colocados de frente com um oponente level 102 enquanto você ainda está engatinhando em pleno level 10. Não ouse passar muito perto, pois assim como os autênticos MMORPG, caso se aproxime da área do vilão, ele irá atrás de você por um certo tempo. Mas calma! Se por acaso vier a falecer no jogo, poderá ser ressuscitado pelos amigos de equipe, inclusive até mesmo por outros NPC’s que estariam em outro grupo. O mesmo acontece com o HEAL provindo das buffers. Se outro grupo estiver te ajudando a combater um vilão e a buffer realizar o heal, basta se aproximar que você terá direito a regenerar seu life gradativamente.  O sistema de combate é bastante veloz e intuitivo permitindo certos ajustes durante seu gameplay que tornam possível o uso de atalhos diretos que nos permitem executar uma quantidade inimaginável de ações e habilidades sem qualquer esforço.

Ha diversas melhorias em Sword Art Online: Hollow Realization em relação aos outros títulos da franquia. Apesar de ainda estar engatinhando quando comparamos ao nível de outros RPG’s, podemos ver um grande esforço para que tamanhas melhorias aconteçam gradativamente.  Os games anteriores possuíam certos bugs que não vemos mais. É fácil perceber que a equipe de desenvolvimento adora a sua série e personagens, e se dedica imensamente para melhorar a experiência do usuário. Mas ainda é preciso mais.

Visualmente, o trabalho apresentado é um belo exemplo de tudo o que define este Sword Art Online: Hollow Realization. O jogador irá se maravilhar com visuais amplos, melhores que seu predecessor Lost Song, com personagens em tom anime, locais belos e inspiradores. Sabe aquela viagem ao caminhar por uma floresta, ainda que cheia de perigo, lhe oferece a oportunidade de olhar para um céu noturno entupido de estrelas? Essa imersão acontece aqui. A performance do jogo, apesar permitir que fosse rodado tranquilamente no Playstation 3 (por isso este tem sua versão para PS VITA), sofre ao mostrar certos detalhes de textura, mas não chega a ser algo grotesco, sabe? O game, apesar dos pesares, é muito bom e você pode facilmente finaliza-lo com aproximadamente 100 horas se quiser fazer todas as missões e seus extras.

A trilha sonora do jogo é bem composta. Yuki Kajiura, que trabalhou em grandes clássicos, agora chega à saga SOA, tendo como total inspiração temas de RPG online. No entanto, não se tem a informação se as músicas tocadas durante as cenas de anime foram compostas por ele.

As vozes são em japonês, mas o game todo possui uma interface amigável e fácil de navegar, completamente em português do Brasil. Claro que há erros de tradução em diversas palavras aqui encontradas, mas a maioria por descuido das teclas serem próximas umas das outras.

 O VEREDICTO

Com uma infinidade tamanha de quests a serem feitas e na mesma proporção para com personagens a serem escolhidos, Sword Art Online: Hollow Realization é também um belo jogo de RPG que ficará na história como um dos melhores da franquia e uma excelente cartada da Bandai Namco no finalzinho de 2016. Mesmo com alguns problemas, mostra imensos avanços e melhorias que até podem surpreender quem já descartou de vez a série, sendo este uma ótima opção para os fãs, com uma boa história e excelente combate. Altamente recomendado!

Sword Art Online: Hollow Realization foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console PlayStation 4.

TRAILER

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Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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