REVIEW | ‘Valkyria Chronicles 4’ é uma excelente pedida aos amantes de um bom RPG

Leandro Stenlånd

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20 de outubro de 2018

Há 10 anos, a SEGA lançava Valkyria Chronicles 4 para Playstation 3. A  popularidade do título não foi muito bem-vinda, ao menos não quando se trata de ocidente. Desde então, a Sony decidiu lançar suas duas outras sequências no PSP, portátil da empresa, forçando aquele que desejasse manter-se vivo no enredo comprar o aparelho. Isto sacrificou o belo visual do jogo,  deixando as pessoas boiando sobre o que aconteceria em sua sequência. Agora, temos o quarto episódio dessa trama, lançado em um outro console, que felizmente não terá apoio no PS Vita, mas chega tarde para mostrar a razão pela qual veio.

Para princípio de conversa, Valkyria Chronicles 4 narra a história através do livro On the Gallian Front. Este descreve os acontecimento dessa tal Segunda Guerra Mundial alternativa, com teor totalmente bélico, onde duas grandes potências, inclusive uma delas chamada de Esquadrão E, trazem guerra para uma Europa Fictícia no ano de 1935. Há um certo conflito entre o Império e a Federação do Atlântico, porém, começa sem ser oficialmente declarada guerra, dado que ambos os lados precisavam de Ragnite, um mineral muito raro que pode ser usado de diversas formas, mas acima de tudo como fonte de energia. Já dá para imaginar o porquê da trama, certo?

Quanto ao quesito jogabilidade, a SEGA, assim como muitas, insiste em manter o combate por turnos, o que quebra, em sua maioria, o ritmo do jogo. Claro que os combates vistos no jogo com suas cutscenes ajudam no desenvolvimento da trama, mas ainda sim soam um bocado travadas e me lembrou de imediato o que vimos em LOST ODYSSEY, lançado exclusivamente para Xbox 360. Cada personagem apresenta um estilo visual distinto, que acompanha bem as suas personalidades. O elenco é interessante e cada personagem possui uma trama distinta, mesmo que o combate venha a uni-los contra um mal funesto. Se tecnicamente não é o jogo mais impressionante que já vimos, o estilo das sequências de vídeo é sensacional, sobretudo a nível artístico.

O título proporciona uma vasta quantidade de horas de gameplay. As batalhas duram aproximadamente uma hora no máximo, podendo ter o mínimo de duração de cerca de quinze minutos. Como todo RPG de turno, atacar não deve ser sua única opção. Há a vez do inimigo também atacar e é preciso pensar nas forças do oponente, encontrar formas de flanquear e, por fim, um jeito onde somente a força não seja a opção mais sensata para derrotá-lo. Os personagens possuem habilidades únicas e estão separados por categorias, tais como atiradores, médicos (healers) e engenheiros, cabendo ao jogador recrutar corretamente qual classe deseja para se juntar à jornada. Também há como evoluir o setor bélico, há canhões, bombas e coisas que, se melhoradas, podem causar um maior dano. Isso permite novas possibilidades táticas, mesmo que haja um desequilíbrio notável nos combates.

A trilha sonora é estonteante e composta por Hitoshi Sakimoto, responsável também por  Verytex (Mega Drive), Final Fantasy Tactics (Playstation), Ikaruga (Dreamcast) até Muramasa Rebirth (PS Vita) e Dragon’s Crown Pro(PS4).  Outro fator positivo é a sonoplastia do título, ela está sensacional. O som das bombas, canhões, tiros, pessoas tomando tiro, os passos e outros detalhes ficaram muito bem implantados em Valkyria Chronicles 4.

Com um ângulo em terceira pessoa, dando uma visão de um general a liderar o seu exército numa vista privilegiada, o jogo até que flui bem nos seus 60 quadros por segundos e não tivemos problemas com queda de framerate. O gráfico está belo, parece até que foi pintado à mão. Fica claro que não há necessidade de gráficos tão perfeitos assim para que tenhamos um padrão no mínimo satisfatório, mantendo a coerência entre as demais cenas intermédias do jogo, agradando a quem curte um J-RPG com visual anime.

VEREDITO

Valkyria Chronicles 4 demorou para sair, levando aproximadamente 10 anos desde o último jogo. Uma coisa é certa: a espera valeu a pena. Enfim, temos um título que mostra seu verdadeiro potencial que estava adormecido em versões ‘baratas’ lançadas para o portátil de duas gerações atrás. Esteja certo de que você terá muitas horas de entretenimento e bastante poderio bélico a sua disposição.

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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